capítulo dezenove

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Um hábito que renovava minhas energias sempre, antes de eu sair do país, era ir fazer compras com a Jade e passar o dia inteiro no shopping

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Um hábito que renovava minhas energias sempre, antes de eu sair do país, era ir fazer compras com a Jade e passar o dia inteiro no shopping. Então, quando a minha melhor amiga sugeriu isto, instintivamente tive que aceitar.

Afinal, pra quê terapia se existe o ato de passar o dia fazendo compras?

Começamos indo no Bacio di Latte para tomar um sorvete juntas e fofocar, como sempre foi.

— Esse sorvete me faz sentir um gostinho de Itália novamente. — Jade junta as sobrancelhas com a minha fala, fazendo uma feição brava.

Rio, levando mais uma colherada do meu gelato de Stracciatella até a minha boca.

— Só não inventa de me largar de novo. — cruzo os braços como forma de indignação.

Ela me olha, fazendo o mesmo. 

— Você sabe que essa ideia não é nem cogitável, né? — esclareço, o que arranca uma risada dela.

— Acho bom mesmo — toma mais um pouquinho do seu sorvete, ligando seu celular.

— Só volto pra lá se você for comigo. Eu genuinamente acho que você iria gostar. — percebo que minha amiga não está mais prestando atenção em minha fala.

Interpreto o sorriso bobo que ela está dando para a tela do celular como um nítido sinal de que está conversando com o Vinícius.

Reviro os olhos, finalizando o meu gelato, que estava delicioso, por sinal.

Direciono minha colher ao seu pote, propondo experimentar do seu sorvete também e recebo a reação que eu esperava: seus olhos me encarando.

— Desculpa, tava falando com o Vini... — sorri, dando uma última colherada no sorvete. — sobre o quão daria certo um quatro é par.

Junto as minhas sobrancelhas como forma de julgamento à sua fala e permaneço em silêncio.

— Vai me dizer que esse papinho de unir eu e o Vini não é só desculpa pra vocês ficarem conversando? — levanto da cadeira, pegando minha bolsa e ela faz o mesmo.

— Às vezes parece que o Arthur me odeia, Jade, e vocês dois nessa aí. — minto, tentando fugir do assunto.

— Não fui eu quem acordou cedo nas férias só pra conversar contigo no seu primeiro dia de aula. — reviro os olhos, dando dedo para ela discretamente. Esqueço que o Vini também fica sabendo do que rola e fala pra ela.

Sorrio inconscientemente lembrando do que o Arthur tinha feito por mim — e inconscientemente daquela mensagem — e nós saímos da sorveteria, caminhando em direção a um corredor de loja de roupas.

— Eu achei isso fofo da parte dele, sendo sincera. — comento, pondo as mãos na minha cintura. — Conseguiria imaginar qualquer motivo pra ele acordar cedo, menos isso.

Maktub | Arthur Fernandes Onde histórias criam vida. Descubra agora