Um Bando Baldado

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"La fête va enfin commencer
Sortez les bouteilles, fini les ennuis
Je dresse le table de ma nouvelle vie"

Eles são animados. Pra dizer o mínino.

- Oe, Marimo! Não consegue andar 100 metros sem se perder?
- Cala a boca, idiota!
O rapaz, que imagino ser o cozinheiro, não estava mais prestando atenção em Zoro. Quando me viu, caminhou em minha direção. Ele é alto, loiro e charmoso, mas tem aquele ar de galanteador, quase como se estivesse escrito "problema" bem em sua testa. Você provavelmente conhece alguém assim.
- Boa tarde, bela dama. Eu sou Sanji e a senhorita é?
- Saori.
Respondi envergonhada, já que ele pegou em minha mão e depositou um beijo delicado. Foi a primeira vez que um homem beijou minha mão.
- Um belo nome para uma senhorita igualmente bela.
- Cala boca, cozinheiro tarado! Deixa de ser esquisito.

Nesse momento, um jovem com um chapéu de palha se aproximou de nós.

- Oe, eu sou Luffy e esses são meus companheiros: Nami, Ussop, e Sanji, que você já conheceu. - Disse, apontando para cada um deles, que me cumprimentaram em seguida.- O gato trouxe a gente até aqui.
- É um prazer conhecê-los, vamos entrar. Não é totalmente seguro aqui fora.
- É mesmo, o povo dessa ilha é maluco.
Luffy disse. Mostrei a eles a casa e pedi que ficassem a vontade.

Fui até a cozinha preparar algo para que eles comessem. A hospitalidade é importante, vovó Tereza ficaria furiosa se eu não os recebesse bem. Nesse momento, senti muita falta dela. Ela sabe receber visitas, eu sou muito tímida e por vezes, simplesmente não sei manter uma conversa. Estou acostumada ao silêncio e a ficar só, com minha própria companhia, eu tenho Pirata, mas ele é um gato, não uma visita.

Enquanto estava fazendo um café, cantava distraída uma música, que por algum motivo, não saía da minha cabeça...
"La fête va enfin commencer
Sortez les bouteilles, fini les ennuis
Je dresse le table de ma nouvelle vie"

- Le Festin, curioso... A tempos não ouvia essa canção. A senhorita tem a voz de um anjo.
Me virei e vi Sanji parado, encostado à porta.
- É uma bela canção realmente. Gosto do sentimento de esperança e expectativa de uma nova vida que ela passa.
Ele apenas sorriu pra mim.
- O que você está cozinhando aí? Tem um cheiro muito bom.
- Ah, é só um café e um bolo de cenoura com chocolate. Quer experimentar antes de todos?
- Eu adoraria, senhorita.
- Sabe, é mais fácil apensas me chamar de Saori.
- Eu não mereço tamanha honra, senhorita.
O brilho tomando conta de seus olhos azuis.

Certo, então ele é do tipo galanteador. Nada com que eu não tenha lidado antes.

Servi um pedaço de bolo e o café a ele, que e em seguida, me ajudou a levar a bandeja até a sala. Tão prestativo.

Pude ouvi-los conversando, Zoro contava tudo que aconteceu desde que se perdeu deles.
Ussop falava sobre os moradores da vila, dizia que eram hostis e não estavam nada contentes com a presença deles. E Luffy parecia se divertir com tudo isso.
Assim que entramos na sala, Luffy se dirigiu a mim.

- Aí, você é uma bruxa de verdade mesmo?
- Luffy! Que falta de educação! Nami o repreende.
- Não tem problema, a curiosidade é compreensível.
- Sim, Luffy. Eu sou uma bruxa de verdade, que faz feitiços e poções, eu tenho um grimório, tenho até varinha mágica, apesar de não precisar usar.
- Uau, eu nunca tinha visto uma bruxa antes! Você não quer entrar pro meu bando não? A gente ainda não tem uma bruxa na tripulação.
- Oh... Eu me sinto lisonjeada com o convite, mas sinto muito, não posso aceitar. Eu estou na minha própria missão, fiz uma promessa e preciso cumprir, antes de voltar pra minha ilha natal.

Luffy não pareceu se abalar com minha resposta. Ao contrário, abriu o sorriso mais brilhante que já vi e respondeu:
- Tudo bem, mas se você mudar de ideia, o convite tá de pé.
- Obrigada, vou considerar a possibilidade.
- Mas mudando de assunto, seu gato trouxe a gente aqui rapidinho. Luffy exclama.
-Pirata é muito esperto, eu sabia que ele os encontraria.
Pirata miou satisfeito com meu elogio, do alto da estante de livros.
- O nome do gato é Pirata?
- Eu achei que combina com ele.
- Eu nunca vi um gato fazer isso antes, ele até despistou os moradores da ilha e escolheu os melhores atalhos pra gente.

Agora eu sorria, orgulhosa de Pirata. Mas em seguida, me dei conta do que ele disse:
- Perseguiram vocês?
- Ah, sim! Mas não pegaram a gente não.
Nami percebeu meu desespero e perguntou:
- Saori, a quanto tempo você vive aqui?
- Somente a dois meses. Eu tenho viajado e parado em algumas ilhas, mas não costumo ficar muito tempo em nenhuma delas.
- Você já teve problemas com essas pessoas?
Eu hesitei em responder, mas não poderia negar, já que agora retirei os feitiços de proteção e corríamos o risco de ser atacados. Zoro me lançou um olhar significativo e por fim, decidi falar.
- Bom... Sim, eu já tive problemas. Assim que cheguei aqui eles tentaram me capturar e atearam fogo em minha casa. Felizmente, nada se perdeu e eu fiquei bem. Ocultei minha casa com feitiços e evitei me encontrar com eles.
- Mas agora, sua casa está desprotegida né?
- Sim, mas acredito que não precisamos nos preocupar por enquanto. Eu lancei alguns feitiços de confusão nos moradores e o perímetro também é protegido, se eles planejarem atacar eu ficarei sabendo. Vocês podem ficar aqui pelo tempo que quiserem.
-Obrigada pela hospitalidade, Saori.

Ficamos algum tempo conversando e contando histórias de nossas aventuras. Não que eu tenha vivido muitas, mas eles escutaram atentamente as histórias que tinha pra contar. O bolo acabou incrivelmente rápido e eu me perguntei se eles gostariam de jantar cedo. Luffy parece ter um apetite voraz.

Por volta das 18:00h, estávamos reunidos na sala novamente, e Sanji examinava minha estante de livros. Meus livros são as coisas mais preciosas que tenho, trouxe todos eles comigo em minha viagem. A vantagem de ser bruxa é que conheço alguns feitiços muito úteis de transporte.

 A vantagem de ser bruxa é que conheço alguns feitiços muito úteis de transporte

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-Cuidado, um desses livros pode te morder.
-Me... Morder?
Zoro ergueu a sobrancelha e me olhou incrédulo.
- Sim, aquele livro sobre  monstros, bem ali. Apontei para O Livro Monstruoso dos Monstros, de Edwardus Lima.
- Você fala sério?
- Muito sério.
Eu estava realmente me divertindo. O livro  poderia mordê-los de verdade, mas eles não fizeram menção de pegar, então estava tudo bem.
- Saori, eu acho que eu vou pegar esse livro emprestado.
- Chega aqui, Cozinheiro. Só pra eu testar uma coisa.
- Vai pro inferno, Marimo maldito!
- Para pegar o livro, basta fazer carinho nele, ele se acalma e você consegue pegar.
- Isso é loucura! Você tem outros livros assim?
- Eu tenho alguns muito interessante, mas cuidado, livros mágicos são bem diferentes de livros normais. Alguns deles são amaldiçoados...
Zoro afastou a mão imediatamente e se sentou. Eu sorri me divertindo muito com isso.
- Está tudo bem, os amaldiçoados estão no alto da estante, você pode pegar esses da frente com tranquilidade.

O tempo passou agradável enquanto eles pegavam cada livro para folhear e me fazer perguntas, e logo escureceu. Estava me preparando para começar a cozinhar o jantar, quando senti, vindo no vento, um sinal de alerta. Logo teríamos companhia.
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Olá!

Se vocês gostaram do capítulo, deixem uma estrelinha e comentem. Gosto de saber o que vocês estão achando.

Eu particularmente, gostei da pequena interação entre Nami e Saori. Acho que Nami se preocupou porque sabe como é difícil ser mulher e enfrentar perigos sozinha, contando apenas com sua força e habilidade.
Enfim, até a próxima atualização,  acredito que será essa semana mesmo.

Cozinheiro E Bruxa - One Piece FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora