Cozinheiro E Bruxa - One Piece Fanfic

Lar é onde seu coração está

"I'm barely afloat
My sails are set and I'm coming home..."

Fui para o quarto pegar meu espelho e tentar falar com vovó. Minhas mãos ainda tremiam e eu não parava de pensar nas palavras de Raul Seixas. As coisas que ele disse sobre a magia se mover... me lembrei das últimas palavras de vovô pra mim. Parei em frente a cômoda balançando a cabeça rápido, tentando afastar esses pensamentos pra conseguir me concentrar.

Abri a gaveta devagar e peguei meu espelho ao lado do Grimório.
Sentei na cama e esperei. Quando a fumaça
se dissipou, pude ver a sala que estava vazia. O sofá, o tapete de crochê no chão, muitas fotos na parede... que saudade de casa. Chamei minha irmã primeiro.

- Sakura?
Esperei por um minuto. Estava apreensiva, pensando que talvez algo tivesse acontecido.
- Vovó?
Não parava de mexer minhas mãos, estalava os dedos sem parar, nervosa.
- Já estou indo, estou indo!
Ela apareceu na sala, andando depressa, enxugando as mãos em um pano de prato. Sorria levemente, apesar da expressão acusadora. Eu soltei devagar a respiração que estava prendendo sem nem perceber.

- Fiquei pensando mesmo, quando você ia falar com essa velha de novo...
- Desculpe vovó... eu entrei em contato a alguns dias, Sakura disse que a senhora não estava. - Falei de cabeça baixa, um pouco mal, por não ter falado com ela antes.
- Eu tinha ido visitar a Margarida. Bruno te mandou um abraço.

Bruno... Fazia meses que não falava com ele. A saudade fez doer meu coração. Por muitos dias, seu sorriso brilhante era a única coisa que me alegrava. Acabei ficando em silêncio e vovó percebeu que tinha algo errado.

- O que aconteceu? Está tudo bem?
- Sim, eu estou bem. Como a senhora está? - perguntei hesitante.
- Uai, eu estou bem. Sakura está se preparando pra ir a casa de Ana, mas Estela vem pra cá até ela voltar e Bruno disse que vem me ver todos os dias, caso eu precise de alguma coisa.
- Bruno e Estela vão cuidar bem da senhora, eu tenho certeza. Eles te adoram.
- Eu gosto muito deles também, mas sei que não foi por isso que veio falar comigo.
- Bem... eu não sei nem por onde começar, vovó...
- Pode começar me contando como virou pirata. Seu avô acharia isso divertido.

Eu sorri, concordando com ela.

- Eles me ajudaram, basicamente salvaram minha vida. Me convidaram pra tripulação e eu aceitei.
- Sakura me contou, ela não queria dizer tudo, mas você me conhece... agora... você parece apreensiva... - vovó disse se sentando no sofá e colocando uma de suas almofadas com capa de crochê no colo.
- Aconteceu muita coisa, eu me encontrei com uma pessoa e ele me disse coisas... me disse que eu deveria visitá-la.
- Quem?

Eu hesitei, não sabia se ela acreditaria em mim. Já que faz décadas que não temos notícias de alguma aparição dele...
- Raul Seixas.
Vovó ficou pálida. Abriu a boca pra dizer algo, mas fechou novamente.
- Vovó, eu sei que parece absurdo, mas eu juro pelas estrelas que era ele!
- Você deve vir imediatamente. Eu sabia que esse dia chegaria. O que mais ele disse?
Eu estranhei essa reação, mas preferi apenas responder sua pergunta.
- Bem, ele disse que a magia está se movendo depressa...
- Mas é claro que está! Ele só falou o óbvio?
- Vovó?
- Eu preciso que você venha, você precisa do meu Grimório, também preciso te contar algumas coisas.
- O seu Grimório? A senhora disse pra nunca tocarmos nele.
- Você não estava pronta, há feitiços ali que te matariam se você os invocasse, mas agora... chegou o momento. Venha logo, filha. Sakura ainda está aqui, eu preciso contar essas coisas a ela também. Se apresse.
- Tudo bem, partirei hoje mesmo. Mas vovó... eu não vou sozinha. Um de meus companheiros virá comigo, então se a senhora puder avisar o conselho... ele é confiável.
- Bom. Se não for confiável, nós damos um jeito nele rapidinho.