CAPÍTULO 25

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*Pov César*

Uma dor no peito, e lágrimas que parecem não ter fim. Estou sentado na varanda do quarto onde antes, eu dividia com meu amor. Ouço passos rápidos vindo em minha direção e logo limpo meu rosto.

-papai! Papai! Olha o que eu trouxe para o senhor!- Sarah vem até mim estendendo uma flor.

-oi princesa! Que linda a sua flor.- digo sorrindo fraco.

-eu trouxe para o senhor!- minha princesa diz e eu a abraço.

-obrigado meu amor…- digo passando minha mão em seus fios de cabelo loiros.

Já se fazia 3 anos que Soraya tinha ido. Mas eu nunca deixei de amá-la, ainda não consigo lidar com a sua morte. Hoje, olho para a nossa filha e a vejo alí, o mesmo cabelo dourados, o sorriso lindo, o olhar marcante e até a sua forma de falar, e outra coisa, se irrita fácil. Então é a minha Soraya em tudo.

-o senhor estava chorando?- e o seu jeito de desconfiar das coisas.

-não filha, eu só…er…- tento dizer alguma coisa mas não consigo.

-o senhor pensou na mamãe, não é?- sua voz suave.

-sim…não tem como não chorar pensando na sua mãe.- digo olhando pro nada.

-mas pelo o que o senhor me disse, a mamãe era boa…não entendo o porquê do senhor chorar.- Sarah diz com a sua inocência.

-senta aqui.- bato em meu colo e ela senta.- é muito difícil segurar o choro quando eu falo da sua mãe porque…a sua mãe era incrível, tudo o que ela fazia era incrível.- logo um nó em minha garganta se faz.-teve um dia, ela ainda tava grávida de você, a gente inventou de fazer a sobremesa para comermos depois do jantar, aí assim, do nada, nós começamos a jogar farinha de trigo um no outro, a cozinha ficou uma bagunça, mas no fim, deu tudo certo.

-e ficou gostoso?- ela pergunta e eu começo a ri um pouco.

-sim, ficou muito…e você acredita que ela comeu quase tudo?- Sarah nega com a cabeça.-pois acredite…

-nossa…queria ter conhecido minha mãe…porque ela teve que ir tão cedo papai?- Sarah diz e a abraço.

-porquê Deus precisou dela, aí ela teve que ir…- digo cheirando seu cabelo.

-entendi…- um silêncio se instalou por alguns minutos.-papai, estou com fome.

-o que você quer comer?- pergunto me levantando com Sarah em meus braços.

-qualquer coisa…- Sarah diz e vamos para a cozinha.

[…]

Meus olhos se abrem desesperadamente, noto que eu estou suado. Toco meu rosto e nem sinal de molhado. Olho para o meu lado e vejo Soraya dormindo tranquilamente. Me levanto da cama e saio do quarto sem fazer barulho.

-foi só um sonho ou eu ainda estou dormindo?- pergunto pra mim mesmo e vou para a cozinha.

Tomo um copo de água e olho no relógio as horas, são 03:00 da madrugada. Fico um pouco alí na cozinha, refletindo sobre aquele sonho. Ouço passos lentos, e logo uma Soraya sonolenta adentra a cozinha.

-porquê você está aqui César?- ela pergunta se sentando a minha frente.

-só vim beber água, não era pra você ter acordado.- digo tentando tirar da minha mente o sonho.

-tudo bem, mas agora diga, porque você tá assim, tenso?- não tem mesmo como esconder algo dessa mulher.

-eu só tive um sonho ruim, só isso…- digo e Soraya pega em minha mão.

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