1. Chuva, mochila e outros problemas

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Léo não ouviu a porta da frente fechar com o estrondo. Toda a sua atenção estava na tela.

A sala se enchia de sons de tiros, gritos e música alta. Quando ele se deu conta, a mãe já estava perto demais. Ele entendeu: o jogo havia acabado.

- Léo, você está jogando de novo? Tínhamos um acordo!

- Mãe, estou jogando há apenas cinco minutos!

- Você já lavou o rosto? Pela sua aparência, tenho quase certeza de que você começou a jogar assim que acordou. Você já arrumou sua cama?

A mãe saiu da sala. A situação estava clara, e Léo parou de discutir. Dando um suspiro, ele se arrastou até o banheiro, desejando ter diminuído o volume. Dez minutos depois, a mãe o chamou para o café da manhã:

- Bem, Léo, ore e coma. Comece o dia corretamente.

Léo não considerava sua mãe rígida. Ela sempre fazia o que era certo. Era honesta. Na verdade, sua mãe era a melhor. Além disso, eles frequentavam a igreja. Não era longe - um belo edifício cinza, com teto alto, janelas e portas marrons. Todos os amigos de Léo eram de lá - Igor, Daniel e Marcos. Toda essa simpática turma estava na igreja com seus pais às sextas-feiras, à noite, e aos sábados, de manhã e à noite.

Embora Léo percebesse que a igreja é um lugar especial, onde as pessoas leem a Bíblia, oram, falam sobre Jesus e outros heróis bíblicos, estando lá, ele sempre queria bater um papinho com os amigos ou dar umas risadas. Normalmente, após o sermão, os garotos corriam para a rua, onde podiam jogar e brincar uns com os outros.

Além das brincadeiras divertidas e despreocupadas, os amigos conheciam muitas histórias da Bíblia e sabiam como orar.

Léo desligou o computador, arrumou a cama e se ajoelhou para uma breve oração matinal.

***

- A propósito, eu tenho uma surpresa para você - a mãe disse de repente, olhando para Léo, enquanto ele comia toneladas de comida.

- Hmm? - foi a única coisa que Léo conseguiu resmungar enquanto mastigava um pedaço de pão.

- Recebi um telefonema do pastor, e ele convidou você para se juntar ao clube de desbravadores. Ele disse que vai acontecer um acampamento em breve.

Léo arregalou os olhos.

- O quê? Participar do quê?

- Do clube de desbravadores.

Léo já tinha visto os desbravadores, mas nunca tinha pensado em participar de um clube. Ele pensou naquelas pessoas vestindo uniformes como meninos e meninas insuportavelmente obedientes que marcham com bandeiras e exploram todos os tipos de pequenos insetos aos domingos. Ele não conseguia se ver entre eles.

- Mãe, por que devo participar? Daniel e Marcos também farão parte?

- Não tenho certeza sobre seus amigos. Pergunte a eles. André e Lucas, da nossa igreja, já são do clube. Eles vão cuidar de você.

Léo franziu a testa. Lucas e André eram mais velhos do que os outros jovens da igreja, e Léo os achava previsíveis e entediantes. Todos os sábados, eles iam à igreja vestindo ternos, faziam anotações quando alguém estava pregando e, de vez em quando, pediam para algum adolescente ficar quieto ou deixar de fazer barulho. E agora devo participar do mesmo clube que eles?

- Mãe, tudo bem se eu me inscrever só no próximo ano?

- O que você vai fazer então? Perder seu tempo na frente do computador, jogando?

Meu primeiro acampamento - Maksym KrupskylOnde histórias criam vida. Descubra agora