5. Amigos de verdade

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No acampamento, o tempo passava rapidamente. Preparados para o pior desde o início, os garotos nem imaginavam que iriam sentir saudade de tudo aquilo. Todos fizeram novos amigos. Léo e Daniel estavam gostando de ser desbravadores. Seus cadernos eram cuidadosamente preenchidos com várias tarefas de desbravadores: nós, fogo do conselho, orientações, primeiros socorros... Os garotos absorviam tudo como se fossem esponjas. Mas havia muito mais coisas esperando por eles no futuro.

Ao jogar futebol em um pequeno campo com as traves de gol feitas de galhos, todos ficaram maravilhados com a participação de Léo e Daniel. O ar estava cheio de poeira; os garotos passavam a bola um para o outro, correndo pelo campo. Torcedores estavam sentados sob as árvores, observando cuidadosamente o jogo e gritando palavras de incentivo. Daniel recebeu um passe de André, e, quando ele estava prestes a correr os 10 metros que o separavam da linha do gol, alguém pisou no pé dele e o empurrou para a lateral. Daniel caiu, perdeu a bola, mas imediatamente saltou e correu na direção do seu agressor, o robusto Arthur, do clube Amigos do Rei. Arthur parou e, prendendo a bola com o pé, ficou olhando para o franzino Daniel.

- Passe a bola pra cá! Foi pênalti. Da próxima vez, você saberá que não deve empurrar.

- Você caiu sozinho!

- Então quem pisou no meu pé? Um cavalo?

- Ah, que gentil! Você veio jogar futebol ou xadrez?

Mas Daniel não ia desistir. Chegando perto de Arthur, ele tentou pegar a bola, tirando-a do pé do seu oponente.

- Dá essa bola, já disse!

- Nada disso!

Arthur empurrou Daniel para longe, e, em um instante, a briga começou, mas terminou assim que outros rapazes e Léo correram até os encrenqueiros. Eles separaram Daniel e Arthur, mas Daniel conseguiu dar um soco no nariz de Arthur, enquanto segurava a perna esquerda machucada pelo oponente. Ninguém ligava para a bola; ela tinha sido deixada de lado. Um dos conselheiros já estava se aproximando deles, percebendo que algo errado tinha acontecido.

- O que está havendo aqui?

Os pobres jogadores de futebol ficaram em silêncio.

- O que aconteceu com o seu nariz? Quem bateu em você? - perguntou Tio Carlos, um dos líderes. - Arthur, quem fez isso?

Estremecendo de dor, Daniel disse:

- Fui eu.

- Está bem. Vocês dois, venham comigo! Vamos ao diretor do acampamento. Por hoje, não tem mais futebol.

A multidão de garotos e garotas se arrastou para a tenda central, onde Alexandre devia estar. Léo caminhou ao lado de Daniel, que mancava.

- Daniel, o que há de errado com você? Por que você brigou?

- Porque aquele pé grande pisou no meu pé e me empurrou quando eu estava pertinho do gol. Foi pênalti, e ele não passou a bola pra mim. Tentei tirar dele, e foi assim que tudo começou.

- Sim... Mas a última coisa que a gente quer agora é ser expulso do acampamento.

- Eles podem fazer isso?

- Claro. Vou procurar pelo Marcos.

- Pra quê?

- Pra ter apoio moral.

Em pouco tempo, todos no acampamento sabiam da briga. Cantando uma melodia diferente e um pouco assustados, Daniel e Arthur entraram na tenda. Os outros permaneceram do lado de fora. Então Marcos veio e começou a perguntar o que tinha acontecido:

- Daniel se meteu em uma briga? Com quem?

- Você não conhece. Ele é enorme e estava de plantão na noite passada.

Meu primeiro acampamento - Maksym KrupskylOnde histórias criam vida. Descubra agora