Ultrapassando os pequeninos furos da barraca, os raios matinais de sol pousaram no nariz de Léo, chamando-o de volta do mundo dos sonhos para a realidade. Esfregando os olhos, ele ficou surpreso ao ver que seus amigos não estavam mais ali. Para onde eles foram? Por que não me acordaram?
Lembrando da noite anterior, Léo sorriu e, vestindo-se e pegando seus itens de higiene pessoal, saiu da barraca.
Não vendo ninguém por perto, ele olhou desconfiado para o relógio: Não, isso não! 8h40! E eles se dizem amigos! Por que não me acordaram? Restavam 20 minutos para terminar o horário do café da manhã. Para lavar o rosto, ele teria que atravessar a cozinha. Que vergonha! Quase perco a hora do café da manhã. Depois de tomar a decisão de pular o desjejum, Léo ficou na barraca e tentou arrumar os cabelos bagunçados. Depois de cinco minutos, ele tirou as sobras de biscoitos e mais alguns doces e começou a comer, resmungando. Seu estômago não estava muito feliz com aquela dieta. O próprio Léo entendeu que aquilo não o deixaria satisfeito. Ele viu Marcos na porta.
- Saudações ao mundo dos sonhos!
Léo não estava com vontade de fazer piadas.
- Poderia me acordar mais tarde, para a hora do almoço, por favor?
- Bem, você é grandinho. Durma quanto quiser e se levante no horário que desejar.
Sentindo a ironia nas palavras do amigo, Léo ficou em silêncio. O café da manhã estava terminando, quando Léo decidiu ir até o banheiro. No caminho ele viu Daniel. Falou um "oi" e foi para a barraca. 0 que há de errado com eles? Léo ficou surpreso. Comeram pimenta? Quem estragou o humor deles? Ou... Ah, agora tudo faz sentido. Claro que é por causa da Mariana. Afinal, não prestei atenção em ninguém. Marcos queria dizer algo, mas eu não me importei. Tudo bem, vamos descobrir!
Correndo rapidamente para a pia, Léo se ajeitou. E então ele lembrou que era o grande dia, o dia da caminhada. Era por isso que ninguém estava esperando por ele. Estavam todos ocupados arrumando suas coisas, porque deveriam começar logo após o café da manhã. Léo viu todos formando grupos e distribuindo mapas; então ele voltou correndo para a barraca.
- Pessoal, preciso de um minuto da atenção de vocês.
Daniel, um dos conselheiros, deu as orientações finais antes da caminhada. Todos ficaram em silêncio, percebendo que a jornada não seria fácil. Léo se juntou aos amigos, ajeitando constantemente seu boné, que parecia não servir direito.
- Todos devem andar em fila indiana. Quando vocês passarem pela mata, segurem com cuidado nos galhos. O líder do grupo vai na frente, e um conselheiro vai no fim da fila. Isso garantirá que ninguém se perca.
- Que tal umas paradinhas para descanso? - alguém gritou.
- Calma! Ainda não terminei. Vocês farão a primeira parada após dez minutos. Verifiquem se há alguém com problemas e se os calçados estão confortáveis. A cada 45 ou 50 minutos, teremos uma parada para descanso. Tentem manter a caminhada em uma velocidade estável. Não corram, caso contrário, ficarão exaustos. Quando estiverem em subidas ou descidas, a frequência das paradas para descanso mudará. Uma regra muito importante é seguir estritamente a rota. Isso é uma questão de segurança! O percurso é bem planejado para atender às suas necessidades e oportunidades, portanto, não se arrisquem por outras rotas. Não tagarelem pelo caminho; isso atrapalha a respiração e mina as forças. Não toquem em nenhum bicho, por menor que seja.
Uma risada foi ouvida, e alguém comentou:
- Serpentes, aranhas, escorpiões...
- Estou falando sério. Não toquem nos animais e não peguem cogumelos. E a última coisa: não se afastem do grupo.
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Meu primeiro acampamento - Maksym Krupskyl
SpiritualLéo não estava nada animado para aqueles dias no acampamento. Horário para acordar, regras para as atividades e comida bem diferente. Nada disso chamava sua atenção. O que ele não esperava é que, entre as caminhadas guiadas por bússola e as programa...