Heart Racing

Capítulo 1

Quando eu tinha uns cinco anos meu avô me levou para assistir um corrida pela primeira vez, lembro-me que me senti a pessoa feliz do mundo quando estava sentada nas arquibancadas. A multidão toda vibrava quando a luzes finalmente se apagaram e a corrida começou, meu irmão estava ao meu lado e eu pude perceber que assim como eu ele estava extasiado com tudo o que estava acontecendo e posso apostar que foi nesse momento que tanto eu como ele decidimos que tínhamos que fazer parte desse mundo.

Durante toda a corrida tudo o que eu conseguia pensar era em como tudo aquilo funcionava de forma perfeita e em como tudo parecia ser movido pela adrenalina. Ao longo da corrida inteira meus olhos ficaram presos na pista observando um a um os carros darem as 30 voltas. E quando Michael Schumacher passou pela chegada e a bandeira quadriculada sinalizava a sua vitória pela Ferrari senti todos a minha volta vibrarem em comemoração. Meu avô veio buscar eu e meu irmão para vermos de perto o champagne ser estourado e os troféus serem entregues. Consegui observar de perto toda a premiação e ainda sai um pouco melecada por conta de do o banho de champagne.

Depois que todo o alvoroço envolta da comemoração passou nosso vô levou-nos para conhecermos o paddock da Scuderia Ferrari e apesar de não ter conhecido nenhum piloto naquele dia conheci alguém que até hoje considero mais importante que todos os pilotos, Callum Ricci, o engenheiro chefe da Ferrari que se tornou minha maior inspiração. Foi por causa dele que decidi ali mesmo que o eu seria para o resto da minha vida.

- Essa é sua neta, Vittorio? - Disse Callum

- É, essa é a Isabela. - Respondeu meu avô enquanto bagunçava os meu cabelos - E esse é meu outro neto Francesco. - Disse vovô olhando para meu irmão.

- O que acharam da corrida crianças? - Perguntou Callum.

- Eu achei incrível, os carros andam muito rápido. - Falou meu irmão. - Quero ser um piloto de corrida quando crescer, vou vencer muitas corridas para a Ferrari. - Disse Fran animado.

- Vai nada. - Eu falei rebatendo ele. - Você não ganhou nem de mim na hora de nascer, imagina vencer uma corrida. - Disse eu sorridente.

E nesse momento meu irmão decidiu mostrar a língua pra mim. Não é uma coisa da qual me orgulho, mas sou pessoa meio esquentadinha por natureza e não aturo desaforo nenhum, muito menos do meu irmão gêmeo. E então depois desse ato provocação de Francesco, eu simplesmente dei soco na barriga dele e falei.

- Nunca mais mostra a língua pra mim, Fran!

Meu irmão ainda estava recuperando-se do soco quando meu avô e Callum começaram a rir da cena.

- Você realmente gosta de mandar, não é mesmo pequena? - Comentou Callum entre risadas.

- Gosto. - Afirmei com toda a minha confiança.

- Então acho que sei o emprego perfeito para você, Bela. - Falou ele.

E foi quando Callum descreveu o trabalho de um chefe de equipe eu sabia exatamente o caminho que queria tomar, meus olhos brilhavam cada vez que ele mencionava as funções que o cargo possuía.

Enquanto estávamos no carro a caminho do aeroporto para voltar para casa fiquei me imaginando uma adulta vestida com o uniforme da Ferrari comandando todos dentro e fora do paddock. E partir desse dia todas as decisões que tomei foram para que um dia eu pudesse assumir essa posição, assim como o meu avô fez e muitas outros da minha família fizeram antes dele. Passei a ser obcecada pela Formula 1, lembro-me de passar minha adolescência toda acompanhando as corridas nas áreas Vip e depois ir ver as entrevistas que os pilotos davam. Eu absorvia tudo o que podia por que sabia que chegaria o momento em que toda essa experiência seria colocada a prova.