Flor De Lotus: A Bandinha De Garagem. (og version)

CAPÍTULO XIV -A LOUCA

{CLARICE}

- Qual foi a merda que você fez agora? - Alex perguntou, se referindo a minha discussão com Bea no dia anterior. Nós estávamos na lanchonete que ele trabalha, mas estava vazia.

- Eu fiz uma merda gigantesca. - Admiti.

- Isso eu sei, a Bea chegou chorando e te xingando, falando que nunca mais queria olhar na sua cara. - Eu fiz uma expressão surpresa, meio triste comigo mesma também.

- Eu achava que a Bea que tinha espalhado sobre os meus pais. - Respondi.

- Olha, que você é tonta eu sabia, mas tanto? - Cruzou os braços - E aí vocês brigaram por causa disso?

- Não exatamente, na verdade. - Eu me sentei na cadeira do balcão - Eu estava com ciúmes dela com a Maya, porque mesmo ela dado um bolo na Beatrice, elas ainda saíram e se abraçaram, antes mesmo de sair comigo. - Alex começou a rir - O que foi?

- Elas se encontraram onde?

- Ali perto da loja de instrumentos. - Gesticulei, não entendendo o ponto.

- Olha, o que eu vou te falar agora é para ser um segredo, certo? - Eu fiz que sim com a cabeça - Maya é a fim da Connor, a menina que você chamou para de o baile, e não foi porque foi atropelada no caminho.

Parei por alguns segundos, processando aquele tanto de informação. Certo, vamos por partes, Maya gosta de Connor.

Isso me deu um alívio de certa forma, porque Bea não estava dando trela para mais ninguém além de mim, já sobre o atropelamento, eu vou me abster.

- Você não tem ideia do quanto eu gosto dela, Alex. - Assumi, enterrando meu rosto em minhas mãos, extremamente frustrada.

- Claro que eu tenho ideia. - Bufou - Vocês duas são imbecis, que cometem erros imbecis e não enxergam o quando gostam uma da outra. - Ele estava me dando um sermão mesmo? - A Bea é uma menina de ouro, você sabe, e eu acho que vocês duas já perderam tempo demais.

- Ela te fala coisas sobre mim? - Sorri de canto.

- Todo santo dia. - Sorriu de volta - Por isso mesmo eu quero te alertar que, por mais que hoje não tenha concorrência, sempre aparece alguém. - Ele acabou de destruir meu sorriso com isso - Então, se eu fosse você, eu iria até ela o mais rápido possível e a deixaria sabendo muito claramente os meus sentimentos, porque nunca se sabe quando a pessoa "garantida" vai para uma próxima. - Ah não, o sermão voltou - Esse joguinho de orgulho e ego de vocês é ridículo, me faz sentir vergonha alheia.

- Ela literalmente disse que não queria me ver nunca mais. - Finalmente tive espaço para falar.

- Ice, até parece que você não conhece as mulheres. - Me deu um soquinho no ombro - Depois de uma briga em que elas saem dramaticamente, a única coisa que elas querem é que você vá atrás.

- Então eu fiz mal em deixar ela ir ontem? - Perguntei.

- Não, isso foi a única coisa certa que você fez. - Revirei os olhos - As duas estavam de cabeça quente, ia dar uma merda ainda pior.

- É verdade...hoje é quinta, não é? - Olhei o calendário do celular - Ela está na livraria?

- Sim, por que?

- Não quer me emprestar o seu carro? - Estendi a mão, esperando as chaves.

- Querer eu não quero não.

- É por um bem maior! - Ele bufou e me deu as chaves.

- Um arranhãozinho e você é uma mulher morta. - Ri da ameaça.