Capítulo 9

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Meus dois ouvidos pulsam, meus tímpanos vibram, o meu sangue corre bem mais rápido pelas minhas veias, meu corpo se sente saciado com os gritos de dor que escuto, meu cérebro se agrada com o cheiro de sangue que meu nariz inala, meus olhos ficam f...

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Meus dois ouvidos pulsam, meus tímpanos vibram, o meu sangue corre bem mais rápido pelas minhas veias, meu corpo se sente saciado com os gritos de dor que escuto, meu cérebro se agrada com o cheiro de sangue que meu nariz inala, meus olhos ficam felizes com a visão que eles vêem.

Mato a saudade que eu estava de sentir isso.

Toda essa coisa de casamento estava entediante já.

Após conseguir todas as informações necessárias e saciar minha fome pela dor e sofrimento do outro, deixo o porão, vou para a van, troco minha camisa e limpo meu braço que antes estava coberto de sangue.

Vou pra a casa, minha e de Dylan, que muito em breve passará a ser somente de meu irmão.

Tomo uma dose de whisky assim que chego, e após, me jogo no sofá de couro marrom da sala de estar.

Minha cabeça esta a mil, comigo estando prestes a virar capo estou tendo que lidar com muitas merdas, com tudo que antes era meu pai que lidava e ainda tem as coisas do casamento.

Julia vem em minha mente, lembro de seu sorriso tranquilizante enquanto ela me dizia que estaria ao meu lado nesse momento. Mas acontece que ela se foi antes de meu pai passar o comando para mim.

Até hoje não me perdoei pelo o que aconteceu com ela e minha mãe, e nem sei se algum dia serei capaz.

Julia era uma mulher linda, feliz, incrível, saudável e forte, ia viver muito ainda, tinha muitos anos pela frente, se eu não tivesse sido tão descuidado naquele dia.

Se eu tivesse mandado Lucas, meu soldado e capitão mais leal, com ela quando me ligou avisando que sairia pra almoçar com minha mãe, ou se eu tivesse ordenado que ficassem mais soldados por lá a protegendo.

Julia nunca foi de querer gente a seguindo, mesmo que para sua proteção, ela gostava de ser livre, de poder andar sem uma sombra por perto, de viver como se não fizesse parte de um mundo onde as mulheres são tão restrigindas, tão presas.

E eu gostava de dar essa liberdade para ela, gostava de ve-la feliz por ser "livre" e isso infelizmente levou a seu fim.

- Ei, imbecil - sou tirado dos meus pensamentos com um tapa que meu irmão acerta em minha cabeça. - Ta com aquele olhar em seu rosto de novo.

- Que olhar? - pergunto e ele me dá seu olhar conhecedor.

- Cara, não foi culpa sua. Quantas vezes tenho que te repetir isso?

- Vou dormir. - desvio o assunto.

E ele percebe isso.

Estou a mais de 24 horas acordado por causa da viagem de volta pra cá durante a madrugada, mas duvido que conseguirei pegar no sono.

Meu irmão me da seu olhar conhecedor mas não diz nada, apenas vai para a cozinha.

Dylan me conhece melhor do que qualquer outro alguém, meu irmão é o único por quem eu daria minha vida, no meu momento mais difícil, mesmo ele estando em uma fase difícil também pela perda de nossa mãe, ele me apoiou e me ajudou a sair da merda, me ajudou a investigar e tudo mais, meu irmão é o único que eu não me importaria em morrer para salvar.

Dês do ocorrido eu moro com ele, justamente pelo apoio que nós dávamos um ao outro, e agora novamente vou deixar de morar no mesmo teto que ele.

Levanto do sofa e vou para meu quarto, preciso de um banho bem gelado para me livrar do cheiro de sangue e morte, além de para limpar e clarear meus pensamentos.

Após o banho me deito em minha cama, como sempre, com a glock que deixo embaixo do travesseiro.

E como eu imaginava, o sono não vem, sou tomado pelas lembranças daquele dia.

Mais uma noite em claro...

×

// Capítulo mais curto para dar um "encerramento", pois no próximo teremos uma quebra de tempo.


Estaremos mais próximos do
casamento🥳

Bjos e não esqueçam da ⭐.

Just for Duty | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora