Nunca tinha sentido a dor da separação, a dor de se sentir arrancada do lugar e daqueles a quem você pertence, me sinto mal de um jeito como se estivessem cortando meu cordão umbilical que me mantém ligada com aqueles que amo.
Mamãe chora abraçada com meu pai, minha irmã acena sem parar para o carro que toma cada vez mais distância dali.
William não me diz nenhuma palavra enquanto derramo minhas lágrimas no banco ao seu lado, mas posso sentir sua irritação.
Não sei como vai ser minha vida de agora em diante, não sei como William irá agir, não sei como vou ser tratada, se vou ser seu carpete, seu saco de pancadas, seu brinquedo. Não sei. O futuro é incerto e desconhecido, só sei que preciso mais do que nunca das pessoas que amo e ser afastada e separada deles me quebra ao meio e parte meu peito em pedaços.
Minha vista está toda embaçada, não enxergo nada, só o clarão do sol, mas não sinto seu calor, meus membros tremem e me encolho no banco.
Nunca tinha experimentado essa dor antes, nunca tive que me separar assim da minha família, da minha irmã.
Como vou viver todos os dias sem tê-la comigo me irritando diariamente.
Sem ter os conselhos de minha mãe, sem ter o carinho de papai.Escuto um telefone tocar, mas não é o meu, nem lembro onde o meu está. William atende, troca algumas palavras rápidas e desliga.
Sinto seus olhos sobre mim, não me mexo, não tenho forças, depois de alguns segundos sinto que seus olhos já se voltaram para a rodovia.
×
Meu marido para o carro alugado próximo ao jato da famiglia, logo funcionários se aproximam para retirarem as bagagens e as colocarem no jato. Nem percebo que William saiu do carro, só quando o vejo conversando com o piloto e seu irmão, que pelo incrível que pareça chegou antes de nós aqui, apesar de ter saído depois.
Não sei se é para mim descer e ir até lá, se é para esperar aqui, se devo entrar no jato. Sem saber o que fazer só os observo.
Vejo Dylan olhar para minha direção, em seguida dizer algo para William que em seguida olha para cá também, volta a encarar seu irmão, eles trocam mais algumas palavras, Dylan assente e caminha até mim.
Ele abre a porta do carro, eu o olho, tenho certeza que ele vê o grande ponto de interrogação na minha testa.
- Vem. - acena em direção ao jato.
Pisco com um pouco de força para afastar as lágrimas, levo minhas pernas para fora do carro e as forço para andar, caminho com Dylan ao meu lado, a luz do sol batendo na aliança fazendo-a brilhar.
Na escada do jato o piloto me cumprimenta, mas sem olhar para mim, como se tivesse medo só de olhar.
Educadamente ele me ajuda a subir, quando adentro não sei onde me sentar, Dylan que sobe logo após, me guia até uma poltrona e me ajuda a por o cinto.
- Não é o fim do mundo princesa.
Diz antes de sair de novo do jato.
Encosto minha cabeça na poltrona e massageio minhas têmporas, estão latejando de tanto chorar.
Sinto que estão subindo na aeronave mas não mexo.
Só abro os olhos quando começamos a andar, William esta sentado em uma poltrona de frente para a de Dylan, os dois estão com dois copos com uma bebida escura e um notebook aberto na mesinha entre os dois.
Viro meu rosto para a janela e observo, deixo minha mente vagar pela imensidão azul com as nuvens brancas.
De vez em quando, durante a viagem, notava o olhar de William ou de Dylan sobre mim, uma hora ou outra levava a mão aos bolsos para pegar o celular mas esquecia que não estava comigo, talvez estivesse em minha mala, ou com William.
Não sei se ele permitirá que eu tenha meu celular. Por mais incrédulo que seja, muitas mulheres em nosso meio não pode ter seu próprio celular, sim, simples porque o marido não quer que elas tenham e eu não sei se com William será assim ou não.Não faço ideia de nada e isso me assusta e me desespera a cada vez mais.
×
Não sei quanto tempo se passa, mas ainda estou olhando pela janela quando pousamos.
Novamente fico sem saber o que fazer mas ao notar William e Dylan se levantando eu faço o mesmo.
Precisando muito de ar fresco me dirijo para a porta do jatinho e sou tomada por uma rajada de ar gelado, um ar denso que balança e embaralha os meus fios de cabelo. O céu de lá é diferente, de longe ja noto os diversos prédios da cidade.
Meu marido se aproxima com o telefone na orelha, comunica a pessoa que está do outro lado da linha que nós ja chegamos e que é para mantê-lo atualizado.
Ele acena para um homem que reconheço de algum lugar, mas não lembro de onde.
O homem que estava parado ao lado de uma SUV preta fosca caminha até nós, me ajuda a descer as escadas e me cumprimentar de maneira educada mas séria.- Sou Lucas, ex guarda pessoal de seu marido e agora atualmente seu.
Olho surpresa para meu marido.
- Lucas é meu soldado e guarda mais leal, confio nele plenamente por isso sera seu guarda costas.
- Eu não preciso de um guarda costas. - digo.
Mas William ignora e começa a passar ordens para Lucas. Dylan logo entra na conversa, então meu marido pega a chave da linda SUV e nos guia até ela.
- Vou te levar para o apartamento. A maioria das suas coisas já estão lá, o resto Lucas irá levar depois.
Balanço a cabeça e me ajeito banco.
Não deixo de notar como o carro é todo blindado e incrivelmente confortável, vou observando a cidade enquanto William dirige até nossa cobertura.Fico impressionada com quão altos e enormes são os diversos prédios daqui. Consigo me distrair um pouco.
×
// Oláaa meus lindos, cap
novinho para vcs 😍
Desculpem a demora, e novamente,
tenham paciência...
a ADM estuda e trabalha! 🥲
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Just for Duty | +18
RomansaWilliam Campbell, o futuro capo da máfia de Nova York, se vê tendo que se casar novamente tres anos depois de perder sua amada e primeira esposa, mas ele fez um juramento, colocou em sua cabeça que nunca mais amaria uma mulher outra vez, que nunca s...