Prólogo

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- Exatamente! Você tem duas opções nesse caso. Você pode usar o "will" em "I will study tomorrow for my text"... - Grifei o escrito no quadro. – Ou você pode usar o "going to", nesse caso você não necessariamente está trabalhando com o gerúndio, porque você já está colocando o verbo to be antes...

- Então é mais fácil usar o "will", certo? – A japonesa perguntou.

- Pessoalmente, eu acho que sim, mas são duas opções válidas que vocês verão conforme a localização. – Andei pela sala, checando o relógio acima da porta. – O "will" é mais visto aqui na América do Norte. Canadá e Estados Unidos. Agora o "going to" é mais visto no Reino Unido. E como eu sempre digo...

- Você nunca sabe como vai receber a informação! – Meus seis alunos falaram, me fazendo rir.

- Exatamente! – Ri fracamente. – Vamos tirar uns 20 minutos de intervalo depois voltamos?

- Eba! – Eles falaram se levantando apressadamente e eu ri fracamente, vendo-os combinarem de ir na cafeteria da esquina.

Juntei os materiais acumulados em cima da mesa, vendo a lista de exercícios que eu passaria para eles logo depois e esperei todos os alunos saírem para ir logo atrás deles e puxar a porta. Passei pelos corredores da escola, dando um aceno de cabeça para os alunos e professores de outras salas e entrei na sala dos professores.

Fui direto até a cafeteira, pegando um copo de isopor e enchendo-o. Há quase um ano aqui, é a primeira vez que eu realmente pego o frio de fim de ano, e nunca soube lidar muito bem com isso nem quando estava no Brasil.

Coloquei duas colheres de açúcar e apoiei o quadril um pouco mais para a esquerda para dar espaço para outros professores se servirem. Tirei o celular do bolso, vendo algumas notificações e uma delas era o foguinho do Tinder e só puxei a notificação rapidamente para ver o que era e vi o tal do Eric que eu estava conversando há uns dois dias.

"Quer sair hoje à noite?"

Suspirei fundo. Apesar de estar solteira toda minha vida, eu não estava tão desesperada assim. Os papos eram entediantes e ele só sabia falar de carros, e eu não sou a mais expert no assunto. Bloqueei o celular de novo e voltei-o ao bolso.

- ...Não, Carly. Infelizmente não poderemos te ajudar... – Ouvi Vera na recepção logo ao meu lado. – Não, só trabalhamos com inglês mesmo, nosso trabalho é com estrangeiros...

- Ah, tem certeza? Seria para algo mais básico... Nada fora do comum. – A mulher na frente dela falava com um tom desapontado na voz.

- Sim, Carly. Somente inglês e francês...

- E tem algum lugar que vocês podem me indicar? – A mulher falou.

- Hum... Para italiano é complicado... – Vera disse suspirando. – Você precisa para uma turma particular, né?!

- Sim! Seria para minha chefe e para os outros membros da empresa, é algo meio urgente... – Vera suspirou, pensando.

- Eu posso perguntar aqui, mas não conheço ninguém que dá aulas de italiano por aqui... – Arregalei os olhos.

- Com licença? – Minha voz saiu mais rápida do que eu me mexer. – Desculpe me intrometer, mas vocês estão buscando professor de italiano?

- Sim, você conhece alguém, Becca? – Vera virou para mim.

- Sim, eu! – Falei rindo.

- Mesmo? – A tal da Carly falou empolgada.

- Sim! – Falei rindo. – Eu não sou fluente porque nunca fui para Itália, mas eu completei todos meus cursos e sou avançado...

- Ah, isso já é o suficiente! Seria para o básico, sabe? E algo mais específico, para reuniões e compreensão em alguns eventos e palestras... – Assenti com a cabeça.

- Nisso eu posso te ajudar, eu tenho material também...

- Perfeito! – A mulher me interrompeu. – Você pode me passar seu contato? Assim conversamos depois.

- Claro! – Peguei uma folha do bloquinho de Vera e anotei meu nome e o telefone. – Estou disponível após as seis.

- Perfeito! – Ela pegou. – Eu sou Carly, falando nisso. – Ela esticou a mão por entre a divisão de vidro.

- Rebecca, mas todo mundo me chama de Becca. – Apertei sua mão.

- Obrigada! Entrarei em contato. – Ela disse saindo animada, me fazendo rir.

- Nunca vi alguém tão animada por aprender italiano... – Brinquei com Vera que riu ao meu lado.

- Ela não está animada por aprender italiano, ela está animada por conseguir alguém para ensinar italiano aos chefes dela... – Vera riu negando com a cabeça.

- Você sabe do que se trata? – Perguntei.

- Ela é assistente de grandes executivos aqui, então é meio que O Diabo Veste Prada, não existe tarefa impossível...

- Entendi... – Falei, pressionando os lábios.

- Ah, Becca, quando ela entrar em contato contigo, aproveita essa oportunidade, tá?

- Como assim? – Franzi a testa.

- Pode cobrar be-e-e-em caro. – Vera disse efranzi a testa. – Ela trabalha para família Stroll, eles são praticamente donosde Montréal. – Ela deu um sorriso, pegando o telefone que tocava.


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Montréal's Heir | Lance StrollOnde histórias criam vida. Descubra agora