labyrinth - jiara

03

JJ.

Merda, merda e merda. É tudo que consigo pensar agora.

Eu sabia que a saída da ilha não iria ser tão pacífica assim, tinha algo de muito errado com aquele homem. Me encontro tentando recuperar o ar desde que vi Kiara sendo levada sem poder fazer nada.

- Foi uma armadilha. - é a única resposta no momento, a única que passa pela minha cabeça.

- Eu tô cansada. Tem alguma chance da gente confiar na polícia?

- Polícia? É brincadeira? Você acha mesmo que seu papai já não chamou eles? - apenas é uma ideia idiota, eles são os inimigos agora.

- Eu tenho uma ideia, a gente pode ligar pros meus pais, devem estar morrendo de preocupação, a gente pede um dinheiro pra eles. - Pope sempre era o melhor a usar a cabeça nessas horas mas agora esse não é um bom plano.

- Eu tenho uma ideia melhor... e mais rápida. - mostro a carteira, que roubei de Portis.

- De quem é isso? - Sarah encara estranheza.

- Vocês acham mesmo que eu ia mexer numa mochila e não ia pegar a carteira? - não é um plano infalível, mas agora é o melhor. - "Jimmy Portis. Cattle Wash, 101", aposto que a Kiara tá lá.

- É uma ideia... mas podemos pensar melhor nisso?

- Tem uma uma melhor, Pope? Nós vamos pra lá, Casttle Wash.

(...)

Caminhos uns 30 minutos até chegar perto de onde seria esse lugar, perto do mar, ruas livres e cercas brancas.

- O mais legal é que as ruas aqui não tem nome.

- Deixa comigo - Cleo para em frente a um bar chamado "Old Brigand" - onde é Casttle 101?

- É pra lá, uma casa azul - um homem aponta para a esquerda.

A casa não ficava mais do que alguns metros de onde paramos,tinha a placa bem desgastada e um quintal atrás. 
Fomos pelos fundos até um portão e indo até a casa.

- A janela. - John b se agarra nela tentando abrir o vidro.

Olho para trás e vejo caranguejos vindo em nossa direção.

- Sai daqui, qual é? - um sobe na minha bota e quando tentei tirar um quando vi já tinha outro no meu braço.

- Relaxa cara, é só um caranguejo!

Quando finalmente consegui me livrar deles John b entrou na casa e abriu a porta, estava bem silencioso, não deveria ter ninguém em casa. Chamamos por Kie em todos os cômodos, nem ela e nem ninguém apareçeu.

Pope chamou a atenção para um quadro de um navio pegando fogo.

- John B, reconhece isso?

- Puta merda...

- É o "San Jose", está no diário do Denmark, é onde o capitão Limbrey roubou a cruz. - Pope diz como quem se lembra muito bem.

- E o ouro do Merchant. - John b completou.

- Tá, grande coisa, é sobre o ouro e não sobre a Kiara, isso não ajuda em nada.

Escutamos um barulho sinalizando que alguém chegava, era Portis numa caminhonete.

Esperamos ele entrar dentro da casa enquanto todos se escondiam. Fui pra cima dele com um soco enquanto Pope e John b o agarravam, o cara se livrou jogando os dois no chão, consegui o pegar antes dele fugir pela porta,  jogando o homem no sofá e o prendendo nele.

- Vocês não deveriam estar aqui.

- Cadê ela, Jimmy? - perguntei sem paciência.

- Vocês não vão querer saber.

- Fala. - Sarah o pressiona. - foi o Ward?

- Quem? - Portis diz rindo - vocês realmente não sabem com quem estão mexendo, né?

- Então a gente chama a polícia.

- Isso, chama a polícia, esses caras tem a polícia na mão e tem gente procurando na ilha toda por vocês.

- O que é isso? - Pope mostra um envelope com boas notas de dinheiro.

- Aí, não pega minhas coisas não! - Portis tenta se levantar e para quando Cleo o aperta mais ainda.

- O que é isso, Jimmy? É o pagamento pela Kiara? - gritei, não ligava de perder o controle agora, muito menos com ele.

- Vaux Hall? - Pope mostra um selo no envelope marrom que segurava.

- Vocês não vão querer ir lá, é a toca do leão.

- Então é isso, é onde a Kiara está!

Saímos da casa levando algumas roupas, o caminho todo eu só pensava em como Kiara estaria agora, torcendo para que estivesse fora de perigo.

(...)

E andamos muito mais que antes e o lugar agora era cercado por mato bem alto, já duvidava se fomos na direção certa, perguntamos a um senhor que passava com um trator e descobrimos que todo aquele verde era Vaux Hall, então a única casa era de um tal "Carlos Singh". E, pela segunda vez, um aviso de que não era coisa boa. Chegamos num muro um pouco alto, mas conseguimos pular.

Deitamos no gramado observando o movimento na área.

- Tá bom, o Portis não mentiu, é realmente uma fortelza.

- Devem ter motos, patrulhas ou atiradores. - falei imaginando o tipo de segurança do lugar.

- Não vamos conseguir passar, só se for pelas árvores. - Sarah mal terminou de falar e a morena saiu disparada. - Cléo! Merda!

Corremos pelo gramado ainda no risco de sermos vistos, nos escondemos atrás de uma moita e quando olhei um pouco acima havia dois caras com fuzis em mãos.

- É melhor a gente voltar, não tem jeito.

- olha, tem uma abertura ali, quando os guardas virarem, a gente entra.

Fui mesmo sabendo o quanto isso poderia dar errado e acabar com a única chance de salvar a Kiara, até que algo na mata disparou um mínimo barulho. Eu congelei exatamente onde estava.

- O que foi isso?

- Espera, eu conheço esse barulho - olhei em volta e vi uma câmera bem atrás. - Merda.

Entreguei para Pope enquanto a máquina continuava a fazer sons de clicks, o mesmo abriu retirando as pilhas.

- Acha que tiramos antes de trasmitir?

No mesmo segundo já vinha outro problema. Os seguranças.

Acho que nunca corri tanto pela minha vida igual hoje, meus pulmões doíam e ainda não poderia parar. Cachorros estavam logo atrás de nós com os homens de longe em grandes transportes. Pulamos o muro com os animais há menos de um metro de distância.

Encostei na muralha buscando por ar, sendo capaz de desmaiar a qualquer hora.

- E o que a gente faz com a Kiara? - Sarah me encara ainda sem fôlego.

- Vamos pensar em alguma coisa, mas não vamos deixar ela lá.

Todos poderiam apenas desistir de recuperá - la e dar um jeito de voltar para Outer Banks, mas eu não saio desse lugar sem Kie, a regra é clara, nenhum pogue deixado para trás.