Capítulo 2 - O Caos

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Como na maioria dos filmes de apocalipse, esse não era diferente, os humanos que sobraram levavam vidas difíceis, tendo que racionar alimentos, dando um jeito de manter suas famílias seguras e a cada dia, torcendo para que a tal cura existisse, e se existisse mesmo, que dessem um jeito de acabar logo com tudo aquilo.

Na segurança de sua casa, ou ao menos algo perto disso. A família de Abby se mantinha bem, ao máximo possível, o pai dela havia dado um jeito de manter a energia, já que devido a ataques dos vampiros, a energia era limitada, tanto que em lugares quase devastados, a luz não era tão necessária. Eles tinham comida, roupas, energia, água potável e um lugar para ficar, estavam melhores que muitas outras famílias, mas a preocupação não era somente com os vampiros e morcegos, mas também com os saqueadores.

Devido a situação que se encontrava todo o país, muitas das prisões acabaram sendo destruídas, e isso fez com que muitos presos fugissem, além das pessoas que começaram a invadir locais e a roubar, na verdade, todos faziam isso quando tinham oportunidades, porém o grande risco que corriam era de serem transformados pelos morcegos.

O governo isolou todos os vampiros, ou pelo menos os que conseguiram encontrar, mas os morcegos ficaram em seus lugares, nem ousaram mexer com eles sabendo dos riscos. Haviam muitos, muitos mesmo, com o passar do tempo eles se procriaram e continuaram a se espalhar pelo resto do que antes eram cidades. Estavam em todos os lugares, o perigo que sair a noite era alto, ninguém ousava sair tendo a probabilidade de morrer ou ser transformado, e foi por isso que os saqueadores começaram a sair e roubar os outros, levavam tudo, todos os mantimentos, tendo alguns que até pegavam morcegos para ameaçar as pessoas inocentes, e o pior sempre acontecia.

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Ainda em seu lugar seguro, Abby se encontrava em seu quarto, anotando seu dia em seu diário, ou como preferia chamar de "Diário de sobrevivência do mundo apocalíptico", era ali onde estavam todos os relatórios de todos os dias desde que começou tudo isso. A adolescente parou de escrever e guardou seu diário no bolso de sua mochila, onde não saia de seu corpo em nenhum momento. Sua mãe a chamou e logo desceu até sua sala onde havia uma fogueira, a verdade é que eles chegaram a ser saqueados, sua casa foi danificada, mas ainda sobraram bastante mantimentos os quais poderiam usar, como o rádio velho que seu pai consertou para ouvir as notícias, ou pelo menos esperar para que algum dia alguma notícia chegasse.

Na fogueira, em cima havia uma grade onde latas de ervilha, milho e feijão eram aquecidas, agora seu único alimento eram comidas enlatadas, já que o restante apodrecia e sem contar que eram fáceis de serem contaminados.

Sua irmã Sarah, ficava entretida com um brinquedo feito a mão, apenas madeira, linha e uma bola de papel, era sua única forma de se acalmar, já que Sarah desenvolveu graves crises de pânico desde que tudo começou.

- A comida está pronta. O que vão querer?‒ Marina, a mãe das jovens, falou chamando a atenção dos três.

A verdade é que depois de tudo, Marina também estava mal, precisava de remédios para se manter calma, não conseguia sair de casa, e se isolava muitas vezes, tendo noites onde nem comia e acabava passando mal, tendo enjoos e vomitando. Seu marido tentava ajudar, mas até mesmo ele não conseguia.

Benício também estava diferente, antes era um pai divertido, que estavam sempre rindo de tudo, mas depois que tudo começou, se tornou uma pessoa fria, já nem conversava direito com sua família, a maior parte do tempo, ele saia para procurar por alimentos e outros mantimentos, e o pouco de tempo que passava em sua casa, era apenas para cuidar das armas e se preparar para qualquer invasão que ocorresse.

- O que vão querer meninas?

- Eu não quero comer ervilha, milho e feijão de novo.‒ Sarah falava se virando.

A Caçada: Banho de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora