Star Wish

Indo à luta

Há tempos SanHa não entrava num local como aquele. Amava Karaokê, mas só participava com os meninos, sempre em ambiente privado.

Pegou um boné que estava jogado no banco de trás e uma máscara para tentar esconder um pouco o rosto. Se concentrou em mudar a postura ao caminhar, para parecer menos alto, talvez um pouco desengonçado... Precisava não exalar tanta autoconfiança como havia sido treinado para fazer. "Parecer humano" era o que sua HaYun dizia a eles quando listava todas as atitudes que os membros do ASTRO deveriam tomar para não se destacarem numa multidão de "pessoas normais". Ele apenas sorria, mas se viu realmente tentando seguir os conselhos dela, afinal, estava sozinho, num lugar público, e nem mesmo havia informado aos amigos o que estava fazendo. Se fosse reconhecido, se alguma imagem dele fosse publicada, estaria em maus lençóis.

Os corredores estavam vazios, para sua sorte. Por mensagem havia perguntado a KyungJun em qual sala estavam e disse que iria para lá. O dançarino já havia captado o interesse do jovem por sua pupila e estava dando espaço para que ele investisse, mas permaneceria de olho. Nunca permitiria que DaeByeol fosse magoada, mesmo por SanHa. Envolvido nas comemorações, ele acabou se distraindo um pouco e não percebeu a jovem saindo às pressas da sala onde estavam reunidos.

No corredor, SanHa reconheceu imediatamente aquela figura. Andava cambaleante, encolhida... em nada se parecia com a jovem elegante de andar felino. Mas era ela, com certeza. Seguia apressada em direção ao banheiro mas não aguentou chegar lá. Se encurvou e vomitou numa lixeira que estava no corredor. Ele correu para ajudá-la. Passou um braço sustentando-a, cuidando para não tocar seus seios nem pressionar a garganta e a manteve firme, segurando seus cabelos enquanto ela despejava tudo que seu corpo estava rejeitando. O cheiro de álcool era forte. Quando ela estava melhor ele a ajudou a sentar-se no chão, entregou a garrafa de água que havia comprado ao chegar e vinha bebendo no corredor, e correu para o banheiro para buscar umas folhas de papel. Algumas secas e outras molhadas.

A agilidade com que ele se movimentava era incrível. Como se soubesse exatamente o que fazer! Permitiu que ele limpasse sua testa suada, o cantinho da boca e o queixo. Bebeu um pouco de água e respirou fundo. Estava se sentindo melhor. Aos poucos ela conseguiu focar na pessoa que estava à sua frente e se viu novamente decidindo se brigava com ele ou agradecia seu cuidado.

- Por acaso você é algum tipo de anjo da guarda?

- O quê? - ele pergunta espantado.

- Ou é um perseguidor?

- O QUÊ? NÃO! O que você está dizendo? Eu só ajudei você a não morrer sozinha afogada no próprio vômito!

- E porque você acha que eu não sei me virar sozinha!

- Eu nem sabia que era você - ele mentiu descaradamente! - Fiz o que faria por uma bêbada qualquer.

Não iria confirmar o pensamento dela! Funcionou! Ela relaxou a postura e pareceu envergonhada.

- Eu não estou bêbada!

- E o que foi isso? Do jeito que você estava caminhando e o cheiro do que você despejou nessa lata diz que você bebeu sim!

- Bebi mas não estou bêbada! - ela viu a cara de descrença dele - Eu não posso comer comida picante. Foi isso que irritou meu estômago.

Fez bico como uma criança e ele achou aquilo muito fofo. Observou direito e ela não apresentava sinais de embriaguez mesmo.

- Ok - estendeu a mão para ajudá-la a levantar - Você parece bem melhor mesmo... Vai voltar pra festa?

- Eu vou pra casa. Estou me sentindo enjoada!

- Posso levar você... Se me disser onde fica... Aliás, você poderia me dizer seu nome, pra começar!

Ela olhou para ele com um sorriso zombeteiro, estendeu a mão e se apresentou: