Capítulo 48

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— Me ensina a correr como você? — pediu Code, mas Jeff negou — Por favor... Eu vou ser tão bom quanto você.

— Por isso mesmo que eu não ensino. Não mesmo, e é perigoso demais.

— Se é perigoso, por quê você corre?

— Meu amor, por que tantas perguntas? Eu vou correr, mas eu não vou perder você caso dê errado.

— Ah, tá... E eu posso perder você? Você é tão engraçado... — fingiu sorrir.

— Eu sou imortal, Code. — riu e Code o ignorou.

— Então, Jeff, como se sentiu? Você precisava daquilo, se saiu bem. — disse Tong, que acabará de aparecer na porta do galpão com um sorriso nos lábios.

— Você é muito imbecil. Eu deveria ter te descido o soco.

— Uh... Pode tentar, Jeff. Eu não ia deixar você me bater sem eu ter feito nada.

— Era só ter dito que queria o meu melhor, não precisava pedir que ele fingisse nada.

— Já foi. Vocês compraram seus carros, você provou que consegue chegar a tempo, agora já podemos ir embora. — falou e deu as costas para pegar seu verdadeiro carro — Ah, e Jeff, eu já falei com o garoto sobre a viagem. Vamos embora agora.

Tong levou Kall consigo e atrás dos mesmos Bible e Build caminhavam de mãos dadas e despreocupados. O mais velho e seu irmão já levariam seus carros de volta para casa e esperariam ansiosos pelo dia da viagem.
Faltavam apenas poucos dias para que eles se separassem de novo e seguissem caminhos diferentes. Aquela foi a última corrida que todos participaram antes da mudança.

Jeff e Barcode voltaram para casa depois de acompanhar os outros até suas casas e começaram a arrumar as malas, colocando dentro das mesmas só as coisas mais necessárias para se levar em uma viagem para um lugar frio.

— Você se saiu muito bem com seu carro, mas eu estava preocupado com você...

Code estava sentado na cama dobrando algumas roupas e conversando com Jeff, que dava varias viagens da cama para o closet para buscar as roupas quentes que levariam para o Canadá. Não seria nada demais, pois eles poderiam comprar coisas novas por lá.

— Medo de mim? — sorriu e voltou mais uma vez com outras roupas para o garoto — Por que tem medo de mim?

— Você ameaçou me matar um dia, Jeff... Aquilo era sério, não era?

— Era. — riu ainda mais abertamente e abraçou Code por trás, dando um beijo em seu pescoço — Mas eu estava com raiva de você aquele dia. E é compreensível, qualquer pessoa faria o mesmo se estivesse no meu lugar. Mas não precisa mais disso, eu nunca vou machucar você...

— Hum...

— Não acredita em mim? — perguntou e virou o garoto para si e o beijou novamente — E agora, hum? Hum?

Jeff deu vários beijinhos no rosto e no pescoço de Barcode, que tentava a todo momento escapar daqueles lábios que o causavam arrepios.

— Huh! Eu acredito!

— A gente viaja depois de amanhã. Posso te levar no cinema agora à noite? Aproveitar o pouco tempo que temos aqui.

— É sério?! — perguntou animado.

— Sim.

— E se me virem?

— Se vista bem, não irão reconhecer, e também já é noite.

Code foi tomar banho, enquanto Jeff colocava as malas no canto do quarto e separava uma roupa quente para o mais novo, pois a noite estava fria. Os filmes que estavam em cartaz aquela noite não pareciam tão legais para Jeff, mas Code gostava de um dos que estavam estreando, The Flash. O garoto gostava de filmes de heróis e vilões, ou coisas do tipo.

Quando Code terminou seu banho, Jeff também tomou um bem rápido e eles logo estavam parados na enorme fila de ingressos no cinema do shopping.

— Você não fica impaciente? — perguntou Code batendo a ponta do pé no chão.

— Em ter que esperar? Não, você fica?

— Um pouco.

— Aqui está, senhor. — disse a atendente entregando os ingressos para Jeff — Se quiser comprar algo para acompanhar o filme é só seguir por ali. Obrigada e bom filme! — sorriu e Jeff também sorriu em agradecimento.

— Você vai querer alguma coisa, Code? — perguntou se aproximando da lanchonete.

— Só uma coca, não estou com fome, e você? O que vai querer?

— Eu não quero nada. Qualquer coisa a gente passa em algum lugar quando sair daqui.

Code deu de ombros e abriu seu refrigerante antes de entrar na sala de cinema, ele não queria fazer barulho enquanto as outras pessoas assistiam ao filme.

— Você não vai querer nada mesmo?

Quando Code e Jeff deram as costas para entrarem na sala, a atendente da lanchonete perguntou para Jeff em um tom nada profissional, então Code voltou a olhá-la, mirando-a de cima abaixo e Jeff a respondeu friamente.

— Não, obrigado.

— Espera, Jeff. — Code pediu e voltou para perto da mulher — Você não viu que ele está acompanhado?

— Desculpa, O que? Ele é seu namorado?!

— É, ele é meu namorado!

— Desculpe, pensei ser seu irmão...

— Seu chefe nunca lhe disse que é falta de respeito dar em cima dos clientes? Isso não é nada profissional, sabia? Independente se ele fosse meu irmão ou não, você não pode dar em cima de todo mundo!

— Code...

Barcode estava em uma de suas crises de ciúmes, dessa vez com razão, então Jeff não disse mais nada e só o seguiu até a sala. Os dois sentaram-se nas poltronas no meio do cinema ao lado de duas pessoas. A sala de estava quase lotada, então não tinha muitas opções de lugar.

— Por que você é assim? — perguntou sussurrando e Code o respondeu no mesmo tom.

— Eu, Jeff? Você viu como aquela garota se jogou em você e você pergunta porquê eu sou assim?

— Shi... falamos disso em casa, então. Apenas assista, discutiremos isso depois...

— Mas, Jeff...

— Code... As pessoas vão nos repreender.

Barcode se emburrou e passou metade do filme de cara fechada e não voltou a falar com Jeff, um a sequer, mas mesmo assim mantéu sua mão apoiada na perna do mais velho, que a tocava com a ponta de seus dedos.

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