O ambiente era gelado, umido e escuro. Laura estava comendo pouco e em seu estado atual qualquer um diria que ela estava fraca, mas isso estava longe de ser verdade. A mulher encarcerada se mostrou uma excelente atriz e Snape quase acreditava em sua atuação se não fosse suas conversas telepáticas; não. Laura não estava mal como Voldemort acreditava que sua filha estava. Snape secretamente a alimentou para manter a prisioneira com sua magia intacta, mas os ferimentos que ele e seu Mestre a causavam não poderiam ser curados já que alertaria o Lorde das Trevas.
Agora mesmo o Mestre e seu fiel servo estavam de volta ao calabouço onde a prisioneira estava trancada. Eles conseguiam ouvir os lamúrios da mulher que hora cantava, hora gemia e hora murmurava. Voldemort achava que depois de tantos cruciatus e outras magias imperdoáveis de tortura sua filha estaria finalmente perdendo a sanidade e assim ele poderia reprogramar sua mente para a fazer ficar ao seu lado e dominar o mundo mágico.
- Meu Lorde quando poderei vingar meu titulo roubado por essa... - Snape pausava propositalmente antes de proferir as próximas palavras com desgosto e desprezo. - arma que o senhor tanto faz questão de ter?
Qualquer pessoa poderia dizer o quanto Snape estava sendo verdadeiro, pois era de conhecimento geral que ele ansiava ser o professor de DCAT em Hogwarts. Laura havia roubado seu lugar e todos na escola viam as trocas de farpas e faíscas que eles soltavam um ao outro sempre que se encontravam e eram obrigados a cofabular.
- Ora Severus serei generoso por seus atos de devoção a mim nesta noite. Podera realizar sua vingança e espero estar satisfeito ao final tanto quanto você meu bom servo. - Essas palavras significavam que Snape teria que ser O Comensal ao torturar sua amada e não Severus Snape. Ele odiava ser O Comensal, pois esse personagem era tudo o que ele mais odiava em si. Afinal ele de fato já foi O Comensal por completo.
Voldemort ficou nas sombras apenas observando enquanto seu servo mais fiel torturava friamente sua única filha.
- Bem que eu senti cheiro de couro barato. - Laura falava ofegante e sorrindo presunçosamente. - Hoje finalmente papai vai deixar você fazer seu trabalho sujo? - ela riu em escárnio. - Amadores.
- Ah Laura acha mesmo que sou amador? - O lado Comensal de Snape foi "libertado" e ele parecia um calmo e perigoso lunático diante da mulher presa a sua frente. - Durante anos... - Snape acenou com a varinha fazendo as correntes subirem deixando Laura de pé. - eu implorei a Dumbledore para ser o professor daquela maldita matéria, mas você... - Outro asceno de varinha e as roupas de Laura saíram de seu corpo. - uma vadia traídora de sangue usurpou meu lugar.
Snape conjurou uma mesa repleta de instrumentos que ele usava para torturar todos que seu Mestre mandava. Os olhos de Voldemort brilharam em orgulho e satisfação, pois ele sabia que quando essa mesa aparecia seu servo era tão impiedoso, cruel, sujo e vil quanto ele mesmo.
- O que pretende fazer? - o sorriso presunçoso de Laura desapareceu.
- Eu pretendo me divertir um pouco Laura. Você entende isso não? - Snape sorriu levemente fazendo a mulher a sua frente estremecer. - Afinal você e aquele bando de idiotas adoravam se divertir dentro das paredes de Hogwarts as minhas custas.
Laura sabia do que ele estava falando e mesmo sabendo que o homem a sua frente era um personagem necessário ela não deixou de temer o que estava por vir.
As próximas horas foram sem dúvidas as piores em toda a vida de Laura. Cortes finos e profundos enfeitam sua pele agora juntamente de queimaduras, ematomas e claro muito sangue e outras atrocidades a qual Snape O Comensal sujeitou a mulher. Ele foi impiedoso e ela perdera muito sangue, mas antes que ele pudesse fazer outra sessão de torturas mágicas e trouxas Voldemort interpos.
- Já basta Severus. - Voldemort impediu Snape finalmente antes de mais uma rodada de Sectunsempra. - Vamos deixar minha querida filha descansar um pouco. Devo dizer que você nunca me decepsiona meu bom servo. - O sorriso sombrio de Voldenort fez Snape estremecer internamente.
Depois do amanhecer Snape se certificou de não ser seguido e foi rumo ao largo grimmauld para a reunião da Ordem. Mesmo estando se sentindo o pior de todos após a longa noite de tortura que o mesmo realizou em Laura, Snape precisava enfrentar uma mesa cheia de olhares repulsivos e pena por seu papel de espião tão bem feito.
Assim que chegou Sírius o olhou com nojo, mas por sorte se manteve calado.
- Ora Severus saiu apenas agora da presença de seu Mestre? - Snape odiava quando Dumbledore se referia a Voldemort assim. Parecia que ele o seguia ainda.
- De fato. - Respondeu simplório, mas cansado.
- Vou pegar algo para comer Severus. - Molly Weasley se prontificou como sempre fazia ao ver o Homem que ela definia como magro e apático. - Você precisa se alimentar por Merlin vai acabar doente.
Snape se limitava a apenas agradecer com sorrisos e ascenos de cabeça. Ele sempre ficava desconsertado quando Molly ou Minerva agiam como se fossem mães dele.
- Como está a Presas? - Sírius se dirigiu a Snape sem raiva, nojo, ódio ou ofende-lo de qualquer maneira. Ele estava abatido.
Snape o olhou curioso mas sem expressão. Tentou entender de quem se tratava, mas antes que pudesse questionar Remus o respondeu.
- Os marotos usam apelidos: Laura é Presas, James era Pontas, Sírius é Almofadinhas, Peter era Rabicho e eu Aluado. - Explicou Remus. - Por favor Snape queremos saber sobre Laura e quando ela irá sair de lá. - Não era surpresa a educação partida de Remus, mas mesmo assim nem ele implorava nada a Snape.
- Essa sem dúvidas foi a pior noite dela. Não me orgulho de nada disso e nem estou feliz em informar, mas ela vai precisar de cuidados se a magia dela não a curar depois... bem depois do que eu fiz. - Snape apesar de inexpressivo se permitiu mostrar o pesar em sua voz.
- Você a torturou? - a voz carregada de ódio e dor de Sírius não surpreendeu ninguém, mas ao pular em cima de Snape todos fizeram de tudo para o tirar de lá.
Surpreendentemente Snape permitiu o ato agressivo de Sírius. Algo que não passou despercebido por Dumbledore, mas que com certeza nada diria no momento. Após todos se acalmarem Snape informou que aguardava o sinal de Laura para a fuga, mas que isso era perigoso já que ele e Voldemort tinham conversado sobre oblivia-la para manter Snape longe de Azkaban.
- Como pretende prosseguir severus? - Dumbledore perguntou complascente.
- Usamos legilimência um no outro para manter uma comunicação minima e sem risco de descobertas, então Laura sabe os planos e sabe que a prioridade de Voldemort é pegar Potter antes de obliviar ela e usar a imperius para usa-la como arma e assim conseguir acabar com o garoto. - Snape suspirou antes de concluir. - Esse é o motivo de tanta tortura.
- Deixar Laura fraca o bastante para que ela não seja capaz de resistir a maldição. - Tonks concluiu o raciocínio de todos seguido da confirmação não verbal que Snape lhe dirigiu. - Meu Deus ela é filha dele. - disse horrorisada.
- Tom jamais soube o que era amor então é fácil perceber que para ele todos são usáveis e por fim descartáveis. - Dumbledore dizia com sua falsa tranquilidade tirando seus oculos meia lua e mostrando seu olhos pensativos.
- Mas qual é o sinal? Laura te disse? - Minerva perguntou preocupada.
- Ela disse apenas que eu saberia quando ela falasse. Não sei mais do que isso. - Snape finalizou pronto para que aquilo acabasse ele pudesse seguir de volta para Prince Manor; a mansão mais humilde dos Prince e que ele preferia ficar a maior parte do ano letivo.
Apesar de demorar um pouco mais a reunião finalmente acabou e Snape se viu em casa novamente. A consciência retornando a si ao lembrar de todas as atrocidades que fez Laura passar fez com que as lágrimas caíssem descontroladamente de seus olhos. Chorar nunca foi o forte do Mestre de Poções, mas naquele momento a dor era insuportável demais para aguentar. O dia que se seguiu foi sem dúvidas o pior desde a fatidica noite de Halloween.
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O Comensal
FanfictionLaura Mikaelson foi escolhida como a mais nova professora de Defesa Contra Artes das Trevas em Hogwarts no lugar de Severus Snape que, não estava nada contente por sua ex colega e rival pegar seu lugar tanto na matéria como também em ser o braço dir...