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Acordo com o barulho do despertador e logo desligo ele.
Me espreguiço e vou para o banheiro tomar um banho para acordar.
Ponho uma blusa preta, calça jeans e meu tênis branco.
Depois de tomar meu café, vou para o hospital.
A Psicologia sempre foi minha paixão, sempre estudei muito para poder seguir essa carreira.
Depois de tanta coisa que passei lá atrás, ver tudo o que venho conquistando, me emociona muito.
-Bom dia, Pisique Moreira -Diz a recepcionista.
-Bom dia, Ana. -Sorri.
-Sua agenda encheu. -Diz.
-Já?
-Sim, sim. -Diz.
-Ok. Obrigada. -Sorri.
Vou para a minha sala e organizo tudo para receber os meus pacientes.
Hoje meu dia vai ser longo.
Richard Ríos |
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-Bom dia, linda. -Sorri e a beijei.
-Oi. -Virou o rosto.
-O que foi? -Pergunto.
-Nada.
-Maria.
-Você sabe o que foi, Richard.
-Olha, eu não quero brigar já a essa hora da manhã.
-Então não se faça de sonso.
-Eu de verdade não sei o que está falando. -Digo.
-Você nunca para em casa, Richard.
-Eu trabalho.
-Impressionante que sempre que você viaja, aparece uma mulher diferente comentando nas suas fotos.
-Não acredito que está brava com isso. -Digo.
-Quer que eu sorria pra você? Eu pensei que nas suas viagens, você ficasse no hotel e só saísse para o jogo.
-E é exatamente o que eu faço. -Digo.
-Não é o que parece.
-Não quero mais falar sobre isso. Vamos tomar nosso café em paz, só hoje pelo menos. -Digo.
-Não negou nada. -Diz.
-Poxa, Maria, hoje estou em casa, sem viagem, sem jogo e sem treino. Sempre que vou passar o tempo com você, você arranja alguma briga.
-Não é culpa minha se falo a verdade.
-Eu já estou cansado disso. Brigamos o tempo inteiro, todos os dias! Eu nunca enganei você, Maria, você sabe disso.
-Como vou saber se não faço parte da sua rotina, Richard?
-Não faz porque não quer, Maria. As únicas vezes que você assiste um jogo meu, são só em finais. Essas são as únicas vezes que você faz questão de se fazer presente.
-Você sabe que eu não ligo pra futebol.
-Então não reclame do meu trabalho. -Digo e vou para a sala.
Eu entendo seu lado, mas deduzir coisas só por conta de comentários, que inclusive são de pessoas que eu não conheço, é totalmente injusto. Hoje era para ser um dia bom, só nós dois juntos, mas já começou com o pé esquerdo.
-Richard.
-O que foi? -Pergunto, olhando para o chão.
-Pode me emprestar seu cartão?
-Para?
-Fazer algumas comprinhas.
-Está na carteira.
-Obrigada. Até logo. -Diz e sai.
Briga comigo e depois pede meu cartão... que legal.
[...]
Já são 20:15 e a Maria ainda não chegou.
Pensei que fossem apenas "comprinhas".
Ouço o toque do meu celular e o pego da mesa.
-Alô?
-Onde a minha filha está? Já liguei para o celular dela diversas vezes e ela não atendeu. -Diz Luciana.
-Oi, dona Luciana. A Maria saiu hoje de manhã para fazer compras e ainda não voltou.
-E você não foi acompanhá-la?
-Ela quis ir sozinha. Não insisti. -Digo.
-Inadmissível. -Diz e desliga.
Mais uma me tratando mal hoje.
Ótimo dia.
Eu tenho uma péssima relação com os pais da Maria. Eles nunca gostaram de mim e nunca fizeram esforço para gostar. Sempre disseram que eu não sou o homem ideal para a "princesinha deles".
Saio do banho e vou para a cama, assistir série.
Ligo para a Maria mais uma vez, mas ela não atende.
Onde ela está? Será que aconteceu alguma coisa?
Suspiro e volto a olhar a série.
Ouço um barulho e acordo no pulo
-Maria? Onde estava? -Pergunto, sonolento.
Ela não disse nada e se deitou na cama.
-Maria.
-Não é da sua conta, Richard.
-Sua mãe ligou dizendo que ligou diversas vezes pra você e não atendeu.
-Meu celular estava descarregado.
-Ele estava carregando da noite pro dia. -Digo.
-Não devo a você satisfações. -Diz e vira para o lado.
