• dieciocho

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Raquel Moreira |

Hoje é dia de derby aqui na Neo Química, e eu vim acompanhar o elenco do Palmeiras, como de costume.

Gosto de clássicos, e meu preferido é o grenal. Jogão.

O árbitro apita e o jogo inicia.

Vou para a parte do aquecimento atrás do gol e começo a olhar o jogo.

—Por você eu viro palmeirense rapidinho. —Diz alguém ao meu lado.

Conheço poucos jogadores de fora do Palmeiras, mas acredito que esse seja o Yuri Alberto.

—Desculpa, eu te conheço? —Pergunto.

—Não seja por isso. Muito prazer, Yuri Alberto. —Sorriu estendendo sua mão.

Apenas dou um sorriso falso e volto a minha atenção ao jogo.

—Você é a famosa psicologia do Palmeiras, né?

—Famosa não sei, mas sou psicóloga.

—Você ficaria mais linda de Corinthians.

Quem deixou esse insuportável no banco?

—Olha, não precisa me ofender dessa maneira.

—Consideraria ofensa ser palmeirense. Você seria mais feliz aqui.

—Se um dia eu trabalhar aqui, é porque estou muito louca.

—Um golzinho no seu time não faria mal. Até te dedico ele.

—Não pira, Yuri Alberto.

—Pirado já estou, mas por você.

—Desiste.

Saio dali e vou para o banco.

—Foi boa a conversa? —Richard pergunta ao meu lado.

—O que?

—Eu vi ele de gracinha pra cima de você.

—Não foi nada demais.

—Só faltou te beijar, de tão perto que ele estava.

—Aqui não é lugar pra falar disso.

Ele vira para frente com uma cara de brabo.

Eu não sei se eu acho mais bonito ele sorrindo ou ele brabo.

Richard Ríos |

Fim de jogo com um resultado não tão agradável. Empatamos.

Gostaria de ter ganhado deles, mas infelizmente não deu.

—O empate foi válido. —Yuri diz para Raquel.

Esse cara está me irritando.

—Queria a nossa vitória. —Raquel diz.

—Bom, espero te ver mais vezes. Até mais. —Beija o rosto da Raquel.

Isso só pode ser brincadeira.

Saio brabamente do gramado e vou para o vestiário.

Você não sabe o ciúmes que eu tenho de você, Raquel.

—O que foi? —Menino pergunta.

—Nada.

—Um nada não deixa ninguém assim.

—Não foi nada, Gabriel.

—Desculpa, senhor brabinho. —Diz e sai.

Raquel entra no vestiário e eu abaixo a cabeça, desamarrando minhas chuteiras.

—O Yuri ficou a fim de você, hein. —Diz Endrick.

—Esse cara é insuportável.

—Quem tem raiva é quem ama. —Diz.

Ah não, Endrick.

Depois de quase 40 minutos, finalmente chego em casa.

Entro no quarto e encontro a Maria deitada na cama, mexendo no celular.

—Oi. —Digo.

—Oi.

—Tudo bem? —Sento na cama.

—Uhum. Meus pais irão almoçar com a gente amanhã.

—O que?

—Isso que você ouviu. Aproveitando que você não terá treino amanhã, eu convidei eles.

—Você sabe que eles não gostam de mim, Maria. Não vai ter clima.

—E o que importa? São meus pais.

—Então almocem vocês três.

—Não sei se você esqueceu, mas nós somos casados. Você vai almoçar aqui sim.

—Você não tem direito de me obrigar a fazer o que eu não quero.

—O que custa? É só um almoço.

—Você sabe que eu não gosto de ficar perto de pessoas que eu não me sinto bem.

—Ah, mas eu tenho que aturar seus colegas palmeirenses inconvenientes nas festas, né?

—Você nunca vai, Maria. Comparar seus pais com meus amigos é muito diferente.

—Mas é óbvio que é, eles são seus sogros!

—Seus pais não tem um pingo de respeito por mim. Muito diferente do que meus amigos são com você.

—Eles não gostam de mim.

—Mas te respeitam.

—Eu espero acordar amanhã cedo e ter você aqui. Do contrário, eu rodo essa cidade e acho você. —Se vira para o outro lado.

—Tudo por causa de um almoço. —Bufo.

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Metade Do Seu Te Amo | Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora