• Tres

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Raquel Moreira |

—Promete me visitar todo mês? —Pergunto.

—Prometo, meu amor. —Sorriu e deixou um beijo em minha bochecha.

—Eu te amo muito. —A abraço apertado.

—Eu também te amo muito, meu amor. Agora vai. —Sorriu, limpando as lágrimas.

—Tchau, mãe. —Beijo sua bochecha e saio.

Não imaginava que me despedir da minha mãe seria tão difícil…

Entro no avião e o friozinho na barriga surge de repente.

[...]

Após cinco horas de viagem, o avião finalmente pousou em território Paulista.

Me sinto muito perdida aqui, já fazia anos que eu não vinha a São Paulo.

Olho o táxi que está na frente do aeroporto e saio rapidamente até ele.

Obrigada, São Paulo, por me receber com chuva. Adoro me molhar.

Já faz trinta minutos que estamos a caminho do meu novo lar. O trânsito aqui em São Paulo está péssimo… principal coisa que vou ter que me acostumar aqui.

—A senhorita mora aqui? —O taxista pergunta.

—A partir de hoje começo a morar aqui. —Digo.

—Seja bem vinda.

—Obrigada.

—Infelizmente o trânsito é sempre assim, principalmente na capital.

—Vou ter que ir me acostumando com isso. —Ri fraco.

Finalmente cheguei em meu novo apartamento.

Pago o taxista e saio do carro.

Eu já havia iniciado uma grande busca por apartamentos em São Paulo, desde que falei com a minha mãe sobre a proposta, e como ela conhece um corretor de lá, falei com ele e consegui dar entrada no apartamento.

Quis deixar tudo o mais organizado possível para chegar aqui em São Paulo e não precisar ir para hotel, e depois procurar apartamentos.

Esse apartamento é muito mais do que eu achava. Por foto é lindo, pessoalmente é perfeito.

Coloco minhas malas no cantinho do quarto e vou direto para o chuveiro.

Eu só preciso de um banho, e depois a cama.

Pós banho, ponho uma roupa confortável e deito na cama.

Era tudo o que eu precisava.

Aviso minha mãe que cheguei e ponho o celular na mesinha.

Viro para o lado e fecho os olhos.

Richard Ríos |

—Um brinde! —Menino diz.

Brindamos e tomamos nossas taças de champanhe.

Menino resolveu fazer uma festa na casa dele hoje, então eu vim. Trouxe a Maria comigo também.

Saio de perto dos meus amigos e vou para perto da Maria, que está mexendo em seu celular, sentada em um canto.

—Por que não está com as meninas? —Pergunto.

—Elas não gostam de mim. —Diz.

—Será que não é o contrário?

—Está insinuando o que, Richard?

—Você não faz nem um esforço para ir até elas e ficar perto.

—Depois que o Raphael e a Bruna terminaram, não tive mais ninguém pra conversar. —Diz.

—Você tem, e de sobra.

—Jazmín, Delfina, Clarisse e Paula. É elas que você quer que eu converse? —Pergunta.

—São ótimas pessoas.

—Elas não fazem meu tipo. —Diz.

—Tudo bem, Maria. —Suspiro.

É difícil a Maria se entrosar com as esposas dos jogadores. Para ela, todas são chatas e não fazem seu tipo.

—E aí, irmão, levanta daí, vem dançar. —Diz Menino, que já está mais alegre que o normal.

—Não quero deixar a Maria sozinha. —Digo.

—Vem dançar também, Maria.

—Não, Gabriel. —Diz.

—Grossa, também não convido mais. —Diz e puxa meu braço.

—Dessa vez não, Gabriel. —Digo, me soltando.

—E vai ficar aí com essa cara de morte, do lado dessa chata?

—Ei, não fala assim. —Digo.

—Não ouviu, Gabriel? Ele não quer dançar. —Diz Maria.

—Dó de você, Ríos. —Diz e sai.

—Seus amiguinhos são bem sem classe, hein. Nem parecem jogadores de futebol.

—Aqui ninguém se importa com classe, Maria. —Digo.

—Quero ir embora. —Diz.

—Não faz nem duas horas que estamos aqui.

—E eu perguntei a hora? Quero ir embora.

—Por que? O que incomoda você se está tudo legal aqui?

—Legal pra você. Pra mim está péssimo! Te espero no carro.

—Fica, deixa ela ir. —Menino diz.

—Você quer mais problemas pra mim? —Pergunto.

—Cara, por que deixa ela te tratar assim? Ela é sua esposa, não sua dona!

—Eu gosto dela, Menino.

—E agora porque você gosta, você vai deixar ela te tratar  como um cachorro? Aliás, até um cachorro é mais bem tratado do que você.

—Precisava disso? —Pergunto.

—Ah, desculpa, Richard. Mas ela não te merece.  —Diz e sai.

Balanço a cabeça em negação e saio da casa dele, indo para o meu carro.

—Por que demorou? —Maria pergunta.

A olho e dou partida.

Chegamos em casa e vou direto para o quarto.

—Richard, eu não quero mais você próximo daquele Gabriel.

—Amanhã a gente conversa, tá bom?

—Não, Richard, é agora. —Diz.

—Estou com dor de cabeça, Maria.

—Richard, eu não quero mais essa amizade de vocês dois. Ele não é boa companhia pra você.

—O que você tem contra o Gabriel? Não é de hoje que você trata ele mal.

—Não vem defender seu amiguinho. Você já viu como ele me trata?

—Respeito gera respeito. —Digo.

—E isso é o que ele não tem comigo.

—Boa noite, Maria.

—Quero você longe e pronto!

—Eu lamento, mas não vou. Ele é meu companheiro de equipe e você sabe disso.

—Que ódio de você ter vindo para o Palmeiras! No flamengo era tudo diferente. —Bufa e deita.

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Metade Do Seu Te Amo | Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora