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—Eu não entendo o porquê da Maria não querer de jeito nenhum o divórcio. —Digo.
—Talvez porque ela queira seu dinheiro.
—Não, Helena.
—Maninho, você sabe muito bem como é a Maria. Ela só quer saber dela mesma e de mais ninguém. Eu nem sei se algum dia ela chegou a gostar de você.
—Mas nos casamos com comunhão de bens, ela vai receber o que for direito dela. Se ela quiser, o apartamento fica com ela.
—Richard, o que adianta ela ter um apartamento de luxo se ela não vai trabalhar para se sustentar? Você estando com ela garante o apartamento e o sustento de todos os luxos que ela gosta.
Ela tem toda razão.
—Você tem que resolver isso de uma vez por todas, Richard.
—Como vou resolver se a Maria não quer me dar o divorcio?
—Põe ela na justiça.
—Eu não posso fazer isso com ela.
—Ela com certeza faria isso com você, e você sabe disso.
—Amanhã eu resolvo tudo isso.
—Eu espero viu, maninho.
Raquel Moreira |Terra Ville - Porto Alegre
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—Surpresa! —Dizem as pessoas que estão na minha casa.
E pessoas até que eu não conheço…
—Bem vinda de volta, meu amor. —Minha mãe sorri e me abraça.
—Mãe! —Sorrio largamente e a abraço forte. —Que saudades.
—Eu também estava morrendo de saudades, meu amor.
—Mãe, quando você fez amizades novas? —Sussurro.
—Quem mandou ficar tantos meses longe. —Diz e sorri.
Várias pessoas vem me abraçar, e parece que são pessoas que não acabam mais.
Subo as escadas e vou até o meu quarto.
Deixo as malas no closet e saio dele.
—Que saudades da minha casa, do meu quarto. —Me jogo na cama.
Tudo do jeito que deixei quando saí.
Lembro que há uma festa rolando lá embaixo, então decido sair do quarto.
—Logo mais eu volto. —Dou uma batida na minha cama.
Chego perto da escada e me deparo com o Yuri parado. Parece perdido.
Espera, o que? Yuri Alberto?
Isso só pode ser brincadeira.
Viro de costas e caminho em direção ao meu quarto, para tentar fugir dele.
—Não adianta, eu já vi você.
—Eu não acredito. —Sussurro, virando lentamente de frente para ele.
—Bem vinda de volta. —Estende a mão.
—Qual é o seu problema? —Pergunto.
—O que eu fiz?
—O que você está fazendo aqui? Isso é uma festa só para família e amigos. Você não é nenhum desses dois.
—Sua mãe me convidou.
—Não envolve minha mãe nisso. Quem te deixou entrar?
—Se você quiser, desça e pergunte a ela. Meus pais estão aqui também.
—Desde quando vocês são amigos?
—Desde que eu jogava no inter.
—Mas eu nunca te vi aqui.
—Claro, todas as vezes que eu vinha você nunca estava em casa.
—Você é ridículo, Yuri Alberto. —Ando para frente e o empurro com o ombro.
Ele me pega pelo braço e me põe contra a parede.
—O que fiz para você ter tanto ódio de mim?
—Nasceu.
Saio de perto dele e desço as escadas.
—Finalmente se conheceram. —Minha mãe diz, junto da Flávia.
—Já nos conhecíamos. —Diz Yuri atrás de mim.
—Sério? —Flávia pergunta. —E por que não me contou filho?
—Você é mãe dele? —Pergunto a Flávia.
—Sim. —Sorriu.
Ela frequentou tantas vezes minha casa… como eu não sabia?
—É lindo meu filho, não é? —Flavia pergunta.
—É sim, muito lindo. —Sorrio forçado. —Com licença, estão me chamando. —Minto.
[...]
Saio de perto de uns amigos e vou para um corredor.
Me escoro na parede e suspiro.
Já estou com saudades do Richard.
Pego o telefone e ligo para ele.
—Oi, meu amor. —Diz.
—Oi. —Sorrio ao ouvir sua voz.
—Como foi a viagem?
—Foi tranquila.
—Que barulho é esse? Está em uma festa? —Pergunta.
—Minha mãe organizou uma festa de boas vindas.
—Que legal. Queria poder estar aí com você.
—Eu também.
Minha felicidade acaba quando lembro o motivo de ele não estar aqui.
—Bom, eu vou desligar agora, vou voltar para os convidados.
