mãe

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 alerta gatilho;

Você só percebe que esta adaptado, acostumado, acolhido, dentro de um cárcere, quando isso finalmente é tirado de você, dependência emocional.... sempre imaginei que minha alta da ala médica fosse ser um momento aliviante, mais assim que o medico entrou na sala e anunciou minha sentença, minha garganta se fechou, meus olhos arderam e eu imaginei que...eu não tô preparado.

   Itachi me acolheu, como sempre deveria, adentrando a casa um tanto quanto solitária e aconchegante, olhando ao redor do meu novo quarto, uma cama de solteiro, uma escrivaninha ao lado e uma pequena cômoda, o suficiente para minhas roupas, me sentando exausto, evitando o espelho,  dobrando minhas roupas com delicadeza, vi mikoto adentrando o lugar, usando o motivo de um dos meus traumas como enfeite para seu belo corpo: o vestido amarelo.

  Quando pequeno, eu era um pouco afeminado, como iria dizer meu pai "me faltava masculinidade" minha mãe sempre abraçou o meus piores lados e os mais esquisitos pra alguém da minha idade, meu pai era o terror da minha casa e todos os deuses escutavam nossas suplicas, rezando, orando e em eternas devoção para que ele nunca retornasse pra casa, infelizmente, o desastre Aconteceu dentro se casa.

Quando escutei meu pai destrancando a porta, olhei minha mãe uma ultima vez, escondendo a faca no lindo vestido amarelo, correndo para meu quarto e acordando somente no dia seguinte, naquela manhã, acordei, com meus lençóis do menino bruxo manchados de sangue, implorei pra não acontecer e de repente era como se meu corpo não fosse mais meu, mais de todo mundo... não não não não não não, até hoje, não mudou muita coisa.
    Mamãe era medrosa, ambos de nós sabiamos disso, papai costumava se esgueirar durante a noite e abriu a porta do meu quarto, se curvava perto da minha cama e cheirava meu cabelo, apertava minha cintura, apalpava minhas coxas finas, somente ossos, o cheiro da bebida me vazia querer golfar, vomitar, mais fingir dormir doeria menos do que encarar a realidade.
  Em uma daquelas noites, vesti contra minha vontade, um vestidinho parecido com o da minha mãe, só que um amarelo mais escuro e com menos decote, meus seios ainda eram pequenos, mais sua presença já era degradante pra mim, e naquela mesma noite, papai adentrou o quarto, segurou minhas bochechas e virou meu rosto, seus lábios colaram os os meus e não consegui fingir, me debati, tentei gritar, mais seus dentes morderam meus lábios até sangrar.
Meu primeiro beijo:
A força
Imobilizado
Um pensamento rezando pra evitar oque aconteceria a seguir
Depois....
Manchas roxas
O gosto inconfundível de sangue
Ele se tornou o astro dos meus piores pesadelos, e eu sabia, eu tinha certeza, que a minha mãe espiava na brecha da porta, com seu lindo vestido amarelo e a faca em mãos, a faca pelo menos deveria estar em sua mão, olhando pra ele, deveria olhar pra ele...mais ela olhava pra mim, a faca dela mirava em mim.

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