Capítulo 4 - Ele disse... manjericão?!

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Terça-feira | 7:50 p.m.

MACK

E aqui estava eu, em mais uma das emboscadas que a vida insistia em me colocar. Não me pergunte o porquê ou como isso aconteceu, mas aqui estou: jantando com Tom, sua nova namorada — como acabaram de anunciar — e seus mais novos sogros.

Como vim parar aqui?
Bem, não é uma história muito longa ou impressionante...

Uma hora antes

Tudo bem que eu pressenti que Angeline se atrasaria, tanto que frisei o horário que era para chegar na casa de Colin e refrisei o aviso de 'não se atrase'. Dez minutos atrasado? Não pode nem se considerar atraso. Vinte minutos? Tolerável, dependendo da pessoa — intolerável para Angeline, no caso —, mas, cinquenta minutos? Imperdoável! (ainda mais, para Angeline, oras bolas).

Quando cheguei, subimos para o quarto de Colin e jogamos conversa fora. Colin era tão fácil de conversar que só percebi que já haviam se passado cinquenta minutos quando peguei no meu celular. E advinha? Nem sequer uma mensagem de Angeline avisando que iria se atrasar ou que simplesmente não iria mais vir, então descemos para ensaiar sem ela.
Na casa de Colin tinham três salas. A primeira era a sala de estar, com dois enormes sofás e uma TV gigantesca. A segunda sala ficava próxima da cozinha, obviamente, era a sala de jantar. A terceira era a que nós estávamos, tinha um sofá discreto, porém elegante, uma mesinha de centro e um lindo e enorme piano.
Juro, pude sentir meus olhos brilharem quando pus meus olhos nele.

— Uau — foi tudo que saiu da minha boca enquanto eu o observava.

Colin me olhava rindo, sempre se divertindo com minhas reações inusitadas. Woodlands caminhou até um baú próximo ao piano e tirou de dentro dele um violão.

— Já tem algum palpite de música? — pergunto enquanto se sentava em um banquinho e começou a afinar as cordas do violão.

— Na verdade, queria perguntar se você concorda com Poison da Rita Ora, Angeline me ouviu ensaiando ela e a música pareceu ter a agradado — falei e ri comigo mesma.

Pareceu ter a agradado?

Ela praticamente havia ordenado que seria aquela e ponto. Como eu não tinha nenhuma objeção à escolha dela — que aliás, partiu de mim —, decidi não tocar no assunto.

— Não tenho certeza se me lembro, você pode? — perguntou apontando para o piano.

Assenti com prontidão e me sentei no banco em frente ao piano. Meus dedos foram para as teclas como verdadeiros ímãs, e meus pés, para o pedal. Comecei os acordes e logo já estava cantando as primeiras estrofes da música. Colin pareceu ter se recordado, pois começou a me acompanhar com o violão e até mesmo cantava alguns refrãos.

Nothing ever gets me high like this — cantou Colin enquanto dedilhava as cordas do violão e eu o acompanhava tocando delicadamente as teclas. — I pick my poison and it's you.

Nothing can kill me like you do — cantei sozinha, transmitindo toda a emoção que essa música tinha para mim

You're goin' straight to my head, and I'm headin' straight for the edge... — Colin me acompanhou no vocal da última estrofe. — I pick my poison and it's you.

Antes de eu ou Colin termos tempo para falar qualquer coisa, fomos interrompidos por um som estridente de palmas batendo animadamente. Olhei assustada para a entrada e uma mulher com cerca de quarenta e cinco anos, porém muito bem conservada, batia palmas e logo veio até nossa direção.

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