08. ( memórias )

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JACK Frost considerou jogar os dentes colina abaixo para ver o objeto se perder em meio à neve, mas desistiu da ideia logo depois

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JACK Frost considerou jogar os dentes colina abaixo para ver o objeto se perder em meio à neve, mas desistiu da ideia logo depois.

Ele se encontrava no meio das montanhas nevadas, onde tudo era frio, sem cor, melancólico e triste, assim como ele se sentia.

Jack havia estragado tudo com o que um dia sonhara. Poder ter amigos de verdade, que o viam e falavam com ele; e poder fazer com que Aurora passasse algum tempo com ele por pura e espontânea vontade. Ele pensava que ela nunca mais iria querer olhar em seu rosto.

— Eu sabia o que ia acontecer.

Uma voz disse, ao longe, atrás dele.

— Eles nunca acreditaram de verdade em você. Eu estava tentando te mostrar isso, mas eu entendo.

Jack franziu o cenho ao se virar, raivoso, já sabendo de quem se tratava, e lhe jogando um jato de gelo.

— Você não entende nada!

Breu se defendeu usando sua areia negra quando quase foi atingido novamente, e contra-atacou.

— Não?! Você acha que eu não sei como é ser um excluído?!

Jack voou para longe, e com toda a força que pôde junto de toda a raiva que sentia, lhe atacou com uma forte rajada, que foi contra-atacada por um vento transformado em pesadelo.

Em meio à névoa que se formara, ele tentou enxergar o seu inimigo.

— Ser um desacreditado?! — Breu dizia, e o garoto se virou para ele, finalmente podendo ver seu rosto de novo. — Querer tanto uma família...?

Jack Frost suavizou a face raivosa, abaixando o cajado devagar enquanto as palavras voavam por sua mente. Breu voltou a falar, percebendo que ele começava a cair em seus encantos.

— Durante todos aqueles anos nas sombras, eu pensei que ninguém sabia como eu me sentia. Mas eu estava errado.

O menino deu um passo para trás, segurando o cajado em uma mão só e abaixando sua guarda.

— Nós não precisamos ficar sozinhos, Jack. Eu acredito em você, e as crianças também acreditarão!

— Em mim?

— É claro! Quantas coisas podemos fazer...

O Bicho-Papão apontou para a enorme estrutura que havia se formado devido ao impacto entre o gelo de Jack e a areia de pesadelos de Breu.

— Nada combina mais do que o frio e a escuridão!

Jack trancou o maxilar, sabendo que algo combinava mais do que o frio e a escuridão, e ele havia perdido-a para sempre. "Fogueiras no inverno" a mantinham viva, ela dissera.

Se ele pudesse, se congelaria. Mas parecia que ele era imune àquilo também.

— Podemos fazer elas acreditarem! Podemos dar à elas um mundo onde tudo, literalmente tudo...

SUN FLAKES, j. frostOnde histórias criam vida. Descubra agora