Eu cometo erros. Ando dois passos a mais todos os dias e encontro com minha possível falha, deixo tudo descrito em minha mente, cada detalhe.
Sou pega parada no meio de uma rodovia como uma entidade presa ao limbo que está pensando em todas as coisas erradas, como em todas as coisas que estão prestes a atingi-la. É quando me enxergo entrando nesse ciclo de me sentir mal por não acertar todas as vezes, que seguro toda minha humanidade pelas minhas mãos frias.
Olho para trás, no caminho que percorri e vejo que dentro de cada conquista couberam vários equívocos.
Eu não saberia tomar as curvas que tomo se não tivesse falhado tantas vezes até agora. As vezes ainda me seguro na minha perfeição por conforto, por ser tudo que conheci e no final é isso que me controla. Estranho procurar conforto aonde fico tão desconfortável, não? Comecei a romantizar meus erros, vê-los como degraus que me levam até o topo da escada da perfeição. Pequenas lições que traçam meu caminho. Em tentar e tentar, cada erro vira motivo pra se orgulhar. Cada tropeço uma nova maneira de enxergar.
