Capítulo 1 (POV: JAMES) (introdução)

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[ESSE CAPÍTULO SERVE PARA CONTEXTUALIZAR A HISTÓRIA PARA MELHOR ENTENDIMENTO DOS FATOS] [POR FAVOR, NÃO DESISTAM AQUI]

  (POV: JAMES)

Durante a ascensão de Voldemort, aos poucos, íamos ficando mais resistentes. Pensei que essa guerra serviria para nos unir, mais do que nunca.

  Errei.

  Quando Dumbledore disse que desconfiava que tivesse um traidor entre nós quatro, eu ri na cara dele. Disse até o fim que isso seria impossível. Peter tentou influenciar Sirius e Remus à pensar que deveriam desconfiar um do outro. Peter só não foi inteligente o suficiente, pois Sirius e Remus nunca descofiariam de verdade um do outro.

  Ambos acharam a ideia ridícula. Eles namoravam na época. Mas Sirius era um Black, família leal ao Voldemort, e Remus era um lobisomem, grupo de criatura das trevas mais fiel ao mesmo. Demorou um ano para que apontassem o dedo na cara um do outro. Ambos estavam bêbados.

  Sirius se sentia péssimo por pensar no assunto. Ele não pensava nisso a sério, Sirius, mais do que ninguém, sabia como era difícil pra Remus.

  Remus também disse aquilo da boca pra fora, numa briga idiota de casal embriagado.

  Mas isso resultou num término e numa instabilidade na amizade de todo o grupo.

  Depois, Peter se revelou um traidor e Voldemort invadiu nossa casa. Harry já estava no berço, eu e Lily estávamos na sala, rindo de uma carta enviada por Sirius. Ele tinha mandado-a junto de uma vassoura, dizendo que Harry seria, um dia, um jogador de quadribol muito melhor que eu.

  Quando ele entrou, gritei para que Lily fugisse com o Harry. Apanhei minha varinha, mas Voldemort nem tentou me atacar, estava louco por Harry, desesperado para matá-lo.

  Por sorte, muita sorte, Lily fugiu. Consegui atrasar o maldito com apenas um expelliarmus e corri para protegê-los. Harry foi acertado. Eu senti que iria morrer ali mesmo, de sofrimento e negação. Mas graças ao feitiço de Lily, ele sobreviveu com apenas uma cicatriz. As sequelas foram muito piores para Voldemort.

Conseguimos nos realocar e não existe mais fiel do segredo. Não era necessário, pois Voldemort desapareceu, e mesmo se fosse, já não era algo em que fiamos.

  Na mesma madrugada, Sirius descobriu da traição e caçou Peter como um louco. Ele não conseguiu matá-lo, pois Peter se matou antes. Talvez, arrependido de sua covardia, talvez, com medo demais de enfrentar alguém que sempre foi seu amigo.

  Naquela madrugada, Remus estava aguentando sua transformação sozinho, sem seus amigos para evitar que ele se machucasse e aparecesse com novas cicatrizes. Quando se destransformou, recebeu a notícia de que Peter tinha morrido.

  Isso afastou a gente. Sirius e Remus já não se falavam mais, Remus sumiu e se tornou o que sempre ameaçou ser, algo como um eremita. Sirius se trancou na mansão Black, a qual já não tinha mais morador nenhum, só quartos de pessoas mortas e pinturas falantes.

  Era difícil conseguir conversar com todos depois de nos realocarmos. Esconder Harry era nossa prioridade. Não sabíamos onde estava Voldemort, porque sinceramente nunca acreditamos que ele tinha morrido.

  Dois anos se passaram desde então. Harry completará 3 anos em breve. Nós, os marotos, temos 23. Eu gostaria de fazer uma festa, mas isso não poderia acontecer. Mesmo que Voldemort tenha se acalmado e parado com os ataques, eu não arriscaria.

  Uma vez, Lily me perguntou se eu tinha medo. Merlin, anos atrás, feito o adolescente que sempre fui, eu teria respondido um lógico "não". Eu teria estufado o peito e insistido para ser o seu herói da capa vermelha.

  Quando ela me fez essa pergunta, percebi como mudei. Como poderia ter não ter medo, quando tenho tanto a perder? Merlin, o que eu faria se Voldemort tivesse conseguido ceifar a vida de Lily e Harry naquele dia?

  Com as palmas das mãos um pouco suadas, fecho o quinto envelope do dia. São os convites de aniversário do Harry. Faz dois anos que não nos vemos. Marlene e Dorcas se casaram. Mary está vivendo como nunca, indo à baladas e fazendo o que bem quer. Uma solteirona convicta. Remus e Sirius não conversam com ninguém, nem entre eles mesmos. Consegui trocar algumas poucas cartas com eles desde a traição de Peter. Só.

  Envio as malditas cartas pela coruja de Harry, Edwiges.

  Não sei porque me sinto tão ansioso sobre isso. Faz muito tempo que não os vejo, Harry vai fazer 3 anos, isso significa que agora vai começar a se lembrar de seus aniversários. Quero que ele se lembre com carinho das pessoas que se arriscaram na Ordem da Fênix para salvar sua vida.

-Você acha que eles vêm mesmo? - Lily me pergunta.

-Não sei. Espero que sim. Acho que sim. Faz anos que eles não se falam, mas acho que fariam isso pelo Harry. Os dois eram loucos por ele. Parece que o Remus tem mais fotografias com a sua barriga de grávida do que eu. - Respondo, rindo.

  Ela ri do comentário enquanto alisa o cabelo para trás.

-Sinto muita falta dele. Era a única pessoa sensata do grupo, além de mim.

-Ei, com quem pensa que está falando?

-Com o mais idiota dos marotos, tenho certeza.

-Está falando com o amor da sua vida, amor!

-Não, estou falando com saco de miojo falante - ela responde.

-Eu sei que toda vez que você implica com o meu cabelo, você está flertando comigo. Não seja tímida, amor. Já sou todo seu.

  Digo me aproximando dela com um sorriso maroto.

-Flertando... - Harry repete, acariciando os fios ruivos de Lily.

  Lily automaticamente me dá um tapa na nuca.

-Ai! - Exclamo, massageando o lugar acertado.

-Não diga palavras dessas perto dele, ele vai acabar aprendendo. - Ela briga, com as bochechas levemente coradas.

  Sorrio.

-Ah, mas isso não é nada. Tenho tantas palavras piores para o que você faz comigo...

  Harry começa a rir, sem entender nada.

  Espero que Remus e Sirius venham para o seu aniversário.

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