Capítulo 4 (POV: SIRIUS)

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(POV: SIRIUS)

  Ele continua bonito. Está com mais cicatrizes que da ultima vez que o vi. Deve ter passado muitas noites de lua cheia sozinho.

  Mesmo o odiando, eu o acompanharia se ele me pedisse.

  Mesmo que eu o odeie, não quero vê-lo machucado.

-Sirius! - James chama, da sala.

  Deixo minhas malas no quarto e logo vou atrás de James.

-Chamou? - pergunto.

  Ele está brincando com Harry.

-Faz um favor pra mim? Tem lenha lá fora, a Lily foi pro banho e eu tenho que cuidar do Harry. Pode pegar pra mim? Se não, a gente passa frio a noite - Ele pergunta.

-Tá. Perto dos bancos?

-É, do lado do balanço da árvore.

  Assinto e desço as escadas. Está meio escuro, em acendo minha farinha com um Lumos.

Ouço um barulho de rangido. Remus está sentado no balanço da árvore, com alguns galhos de lenha no colo. Ele está quieto, olhando para o chão.

Me aproximo dele com cautela. Não sei porque estou fazendo isso.

-...Também te pediram pra buscar lenha? - pergunto.

Ele me encara com surpresa, parece que não me viu chegando. Logo, desvia o olhar do meu. Quando acho que vai me ignorar e dou meu primeiro passo pra longe, ele responde:

-É.

Suspiro e volto a encara-lo.

-Então por que está aí parado?

Ele continua olhando pro além, pensando em algo bem distante de mim.

-Não é da sua conta.

-Custa ser mais educado?

-Custa ser menos intrometido?

Coloco as mãos no ar, como se me rendendo.

-Eu só estava perguntando.

  Parece que ele fica ainda mais pensativo. Sempre foi difícil entender porque Remus pensa tanto. Ele pensa demais nas coisas, tanto que o faz ficar paranoico.

-Remus, nós podemos conversar?

  Ele levanta a cabeça e me olha nos olhos. Me sinto desmanchar ali mesmo. Merlin, é simplesmente perigoso demais olhá-lo cara a cara.

  Sinto um vento gelado beijar meu pescoço a arrepiar meus pelos da nuca. O quintal estava com a temperatura mais baixa do que o esperado, o ar estando levemente difícil de respirar devido ao frio.

-Pensei que você não quisesse conversar comigo nunca mais - ele debocha.

  Foi exatamente o que eu disse na última vez que nos vimos.

  Suspiro e levo uma mão à testa, esfregando entre as sobrancelhas e reconhecendo seus sapatos velhos. Ele os usava com frequência na reunião da Ordem.

-Bem, eu mudei de ideia. - Argumento.

-Então o que você quer?

  Arranco coragem da casa do caralho pra dizer o que digo agora, mesmo sabendo que sua resposta não seria fácil.

-Onde você esteve? - Digo em um fôlego só.

  Ele parece pelo menos um pouquinho surpreso. Suas sobrancelhas se levantam levemente e ele dá um pequeno empurrão no chão com os pés, para que o balanço onde está sentado volte a se mover.

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