Capítulo 11 (POV: REMUS)

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(POV: REMUS)

-Alô? - atendo, tampando o telefone fazendo uma concha com a mão para que ele possa me ouvir melhor.

-Alô? É o senhor Lupin, na linha? - diz uma voz séria.

-Só um estante - digo, antes de tampar a parte do som do telefone e me mover para fora da casa, onde sobrava apenas um barulho abafado do que tinha do lado de dentro.

-Oi, é ele mesmo. Quem fala?

-Aqui é o David, seu vizinho, o proprietário do Discos de Época. To te ligando pra te avisar que o seu imóvel pegou fogo. - Ele diz, tentando deixar as palavras o mais tranquilizante possível.

Meu coração simplesmente para.

-Os bombeiros já estão apagando, consegui perceber rápido, por causa do cheiro. Mas eu acho melhor você aparecer por aqui.

Os meus livros.

Corro pra dentro, desligo o celular e vou para a sala de trás, onde não tem ninguém.

Os meus livros. São o único motivo de eu estar aqui, é tudo o que eu tenho, são a minha companhia. Depois de Sirius, a única coisa que eu fiz foi colecionar livros e beber. Beber muito, até cair.

Eu lia pra não pensar nele. E quando eu queria chorar por ele, lia um triste pra dizer que não era por ele.

É o que eu inventei pra não ficar sozinho.

O apelo emocional que eu tenho por aqueles livros é quase uma dependência. Meu peito começa a subir e descer rápido demais. Estou passando mal.

Nem penso em pegar minha mala ou me despedir. Já estou dentro da lareira, quando, de repente, sinto uma mão agarrar meu braço.

-Onde você pensa que vai? - diz Sirius.

Quando viro o rosto, rápido em sua direção, percebo que estou quase chorando.

Tento me soltar.

-Eu tenho que ir.

-Por qu-

-Não importa! - Digo rápido - Eu tenho que ir.

Sirius olha para os lados. Depois, volta seu olhar pra mim com as sobrancelhas franzidas, sem entender o que está acontecendo.

Ele me solta e assente.

-Ok. Pra onde vamos? - repentinamente compreensivo.

Por um segundo, não entendo mais nada.

-Como é?

-Você me prometeu que me levaria junto. É o desafio. Pra onde vamos?

Ele diz com tanta confiança que eu tenho quase vontade de rir. Ele está falando sério? Numa hora dessas? Por que ele viria comigo?

Sem mais tempo a perder, coço minha nuca, levanto a cabeça e o olho nos olhos.

-Londres. Na Casa dos Pergaminhos.

Seus olhos se arregalam.

-Londres?

-É.

-Londres!? Eu estava em Londres esse tempo todo! - ele diz, indignado.

-Eu sei.

-Então voc-

-E isso realmente importa? Me deixe ir.

Pego um punhado de pó de flu, jogo-o na lareira, transformando o fogo em verde, entro e digo em voz alta:

-Londres, Casa dos Pergaminhos.

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