Capitulo 13 (POV: SIRIUS)

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  No dia seguinte, acordo abraçado ao Remus, envolvendo seu corpo com um braço e uma das pernas. Sinto sua respiração descer e subir no mesmo ritmo que a minha.

  Seu coração também. Me sinto finalmente em sincronia.

  Olho para baixo e me pego vestindo somente uma cueca - que não é minha - , meias e o colar com as nossas alianças. Elas fazem barulho, batendo uma na outra quando me levanto devagar para poder desfrutar do luxo que é ter Remus Lupin dormindo ao meu lado. (Ou melhor dizendo, embaixo de mim),

  Agora, presto um pouco de atenção no quarto. Só o que vi ontem foi o banheiro quando tomamos banho. Tem poucos móveis, uma única cama de solteiro e alguns suéters quadriculados no armário de madeira aberto, além de um tapete no centro do cômodo.

  Volto a olhar pra Remus. Ele, assim como eu, está somente de cueca e meias. Fico ali, observando-o por um tempo, sem saber ao certo o que eu diria quando ele acordasse.

  E agora? As coisas voltaram ao normal? Eu disse a ele que ainda o amava, não? Ele também. O que acontece agora?

A cama faz um pouco de barulho quando me levanto. Dou um passo em direção à porta, mas de repente, duas mãos firmes agarram a minha cintura e me puxam novamente para a cama.

-Ta fugindo pra onde?

Minhas bochechas se avermelham e eu quase sorrio quando respondo.

-Essa é a sua especialidade.

Por que o pós sexo parece tão mais vergonhoso do que na hora H?

-Não apela - ele responde.

Me viro pra ver seu rosto e quando o vejo, está sorrindo.

Remus Lupin sorrindo. É maravilhoso de se ver. Eu devia amaldiçoar qualquer um que seja capaz de faze-o-lo sorrir assim além de mim.

Tento me levantar novamente, mas Moony prende suas mãos envolta da minha cintura e não me deixa mais sair, me deixando preso de costas para ele.

-Maldito Remus Lupin! - grito.

Ele lambe minha nuca e eu me arrepio inteiro, quase solto um grito.

-Malditos hábitos caninos!

-Olha quem fala - ele responde rindo.

Está na cara que ele quer brincar comigo.

-Seu canalha, pensei que você me amava. - Respondo.

Automaticamente minha barriga gela e eu me pergunto se isso foi um erro. Fui rápido demais? Presumi o que não devia? Falei e ele mudou de ideia?

Um segundo em silêncio e logo Remus me solta e se levanta da cama. Não posso ver o rosto dele, mas esse silêncio parece ser o suficiente.

O que ele está fazendo?

Remus abre seu guarda roupa e tira dali uma jaqueta de couro preta. Olho duas vezes antes de afirmar com certeza, era minha.

Ele revira um dos bolsos e tira dali dois anéis.

Nossas alianças.

Ah. Então ele também guardou.

Meu coração começa a bater ridiculamente forte.

-...Sirius.

Eu fico quieto, com o coração quase saindo pela boca, escutando-o falar.

-Uns anos atrás, eu cometi um erro. E uns dias atrás, eu cometi outro, que foi não ser maduro o suficiente pra ter a conversa que você tentou ter comigo. - Ele brinca com as alianças entre os dedos, claramente nervoso. - Merlim, eu estava tão errado, Sirius. Eu estava bravo e me dei o direito de dizer muitas grosserias, de só fazer o que eu quisesse, mesmo que isso magoasse você. Desculpa. Eu juro, é meu penúltimo pedido: - Ele diz, corando as bochechas, mas ainda sério - Volta pra mim?

Eu sinceramente tenho vontade de chorar. Merlim, eu me sinto ridículo por chorar, mas fazia tempo que eu guardava isso.

-Volto - respondo, secando minhas lágrimas, sentado na cama.

Ele ri, se aproxima e me abraça.

-O James vai zoar muito da gente - Ele diz, ainda rindo.

Abraçado-o de volta, assinto.

-Vai. E a gente sumiu do nada de lá.

-Acha que estão procurando a gente?

-Não sei, talvez, já faz um dia. - Abraço-o mais forte - A gente tá namorando.

Sinto-o massagear o meu cabelo.

-Nossa, eu te amo, Sirius. Amo mesmo, não dá pra negar. Eu sou o pior mentiroso do mundo. Como repeti tantas vezes que te odiava? Será que eu consegui enganar alguém?

Deixamos o abraço e eu seco meus olhos, rindo da cara dele.

-À mim que não. Ninguém me esquece.

Recebo um peteleco não testa e tampo-a xingando.

-Seu corno, na testa não.

-Corno!?

Levanto os braços.

-Ué, achou que eu ia ficar lá naquela mansão amaldiçoada esperando você, meu príncipe, voltar pra me buscar e me salvar de toda a minha depressão? - debocho. É obviamente uma mentira.

Remus ri.

-Seu mentiroso, eu sei que não tava com ninguém até agora a pouco, seu cu quase cortou meu pau fora de tão apertad-

Dou um empurrão nele, jogando-o na cama novamente.

-Ei! - respondo rindo - Seu boca suja! Como ousa falar assim de uma donzela como eu!

Ele coloca parte do meu cabelo atrás da minha orelha.

-Desculpe princesa, não quis te ofender com o meu linguajar plebeu. Se me concede a palavra: seu orifício apertado nada tem a ver com o meu pau quase amputado. - Ele debocha.

Reviro os olhos e deixo um selinho em seus lábios.

Colo minha mão na sua e puxo-o para fora da cama.

-Precisamos voltar pro James. Mas! - levanto o dedo indicador - Você me deve alguns encontros.

Ele coloca a mão na cintura ao me perguntar, sorrindo.

-Quantos?

-...hum, dois anos de encontros. Três na verdade, contando os juros.

-Sim, senhor.

Alguns minutos depois, coloco algumas roupas dele. Eu poderia colocar minha jaqueta de couro que ele guardava, mas, por questões de saudade, escolhi colocar algumas roupas de Remus. Uma calça jeans, um cardigan meio marrom meio listrado e as minhas mesmas bonitas pretas de antes.

Ele coloca uma roupa parecida, pois suas roupas são mais ou menos todas iguais. Quando estamos prestes a sair, paro e dou uma tossidinha pra chamar sua atenção.

Ele se vira na minha direção.

-Não está esquecendo de nada? - pergunto.

Ele vira a cabeça como um cachorrinho confuso.

-As alianças, Remus!

-Ah!

Ele sobe as escadas e volta com as duas alianças em seu anelar direito, enquanto uso as minhas penduradas no cordão no pescoço, como sempre.

Ele e eu usamos a passagem de flú para chegar à casa dos Potter.

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