005. no and my father

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Sabina Hidalgo

Esse pesadelo outra vez...

Ele de novo não.

É como se minha vida inteira eu estivesse correndo sobre uma esteira, e nunca sai do lugar. O meu maior medo sempre esteve ao meu lado, e eu só nunca quis enxergar isso.

Porra, porra, porra!

Eu deveria ter matado a Soares, eu deveria ter acabado com isso de uma vez. Ela começar a investigar, e chegar até a verdade, meu pai vai chegar até mim... eu não quero que isso aconteça, mais é impossível tentar evitar, o inevitável.

Eu estou com medo, mais não quero sentir isso.

—Oi Bina.

Eu estava sentada em uma das espreguiçadeiras do lado de fora da casa, fumando um maço de cigarro que foi jogado fora assim que Helena apareceu. Ela se sentou ao meu lado, e ficou balançando as perninhas no ar já que seus pés não alcançavam o chão.

—Por que não está dormindo baby?

—Lena está fugindo da mamãe. — Ela deu uma risadinha, me fazendo sorrir. —Bina?

—Oi?

—Podi pega a Lena no colinho? — Ela me olhou com aqueles olhinhos pidões, e esticou os braços em minha direção.

—Sua mãe vai matar a gente. — Falei enquanto a pegava no colo.

Suas mãozinhas seguraram meu cabelo, e ela afundou o rostinho em meu pescoço me envolvendo em um abraço aconchegante. Ficamos assim por vários minutos, até ela se afastar um pouquinho e tocar meu rosto com uma de suas mãos.

—Tá tlisti ?

—Não, a Bina só tem muitos problemas para resolver.

—Lena podi ajuda voxê a resolve.

—São problemas de adulto, você agora só precisa dormi e sonhar com os anjinhos. — Toquei a ponta do seu nariz.

—Seu olhinhos Bina. — Ela sorriu me fazendo ficar confusa. —Tão bilhando igual a lua.

—Pare com isso, está me deixando com vergonha.— Falei rindo e me levantei com ela no colo, enquanto fazia cócegas em sua barriga.

—Naum Bina! — Ela falou rindo.

Deixei um beijo em sua bochecha, e a arrumei em meus braços, fazendo ela deitar a cabeça sobre meu ombro e começar a brincar com meu cabelo. Entrei para dentro de casa, que estava vazia e subi para o andar de cima onde fica o quanto em que Any estava dormindo. Bati na porta duas vezes, e depois abri, mais o quarto estava vazio.

Me aproximei da cama, e coloquei Helena deitada sobre ela. Puxei a coberta para cobri-la, e me agachei ao seu lado a fazendo me olhar.

—Dormi naum Bina.

—Dormi sim baby, já está tarde para crianças lindas como você ficar acordada.

—E genti glande linda igual a Bina, tem que contar historinha pla crianças lindas igual eu.

—Que historinha você quer que eu conte?

𝗮 𝗹𝗶𝗳𝗲 𝗼𝗳 𝗹𝗶𝗲𝘀 - 𝘀𝗮𝗯𝗶𝗮𝗻𝘆 Onde histórias criam vida. Descubra agora