𝗮 𝗹𝗶𝗳𝗲 𝗼𝗳 𝗹𝗶𝗲𝘀 - 𝘀𝗮𝗯𝗶𝗮𝗻𝘆

007. as far as you can stand

Any Gabrielly

—Qual é o seu problema? — Perguntei irritada.

—Alguém religou o telefone, e eu tenho certeza que não foi você. — Ela se aproximou um pouco mais de mim. —Você é inteligente Soares, mais eu sou mais. E se acha que eu vou cair em suas mentiras, está enganada.

—Você não pode punir todo mundo.

—É claro que eu posso. — Ela encarrou meus olhos, e deixou que um pequeno sorriso nascesse no canto da sua boca.

Ela sorriu, e mesmo que tenha sido irônico ou de algum foram para me provocar, era um sorriso lindo.

Tudo que eu mais queria era odiar ela, mais eu não consigo. Ou talvez eu esteja me esforçando pouco para isso. É algo tão estranho, eu tento simplesmente ignorar, mais tem algo nela que me deixa tão... curiosa.

Ela se faz de durona o tempo inteiro, mais parece tão frágil por dentro.

—Eu juro que queria te entender, Sabina. — Soltei ainda olhando em seus olhos.

—Não perca seu tempo. — Ela pegou o telefone, deixando apenas o fio solto, antes de sair da sala e me deixar sozinha outra vez.

Talvez seja mesmo, uma perda de tempo tentar entender ela.

...

Eu já tinha lido 3 vezes, as mesmas folhas espalhadas pela cama. Os arquivos do governador estavam quase todo em branco, eram poucas linhas para quase 20 folhas.

É impressionante como quase não existem provas, e como nada era ligado a Fernando Hidalgo. Alguma coisa estava errada, eles deixaram algo passar despercebido, e os responsáveis que estava fazendo os resumos das investigações não perceberam. Não existe uma explicação para um arquivo de prova tão mal feito.

—Mãe, mãe, mãe! — A porta do quarto foi aberta por uma Helena eufórica, que logo correu até a ponta da cama onde eu estava e se jogou sobre minhas pernas.

—Quanta animação. — Falei sorrindo, e beijei sua cabeça.

—A bina mamãe. — Ela colocou a mãozinhas na boca, e deu risada. —Ela tá bligando cum todo mundo, menos cum eu. —Bina fica toda vemelhinha, palece um molango.

—Ou uma bomba prestes a explodir. — Sussurrei entrando na brincadeira, e acabei rindo.

—Booooom — Ela mexeu as mãos como se fosse a bomba explodindo, e imitou o barulho.

—Fica aqui que a mamãe já volta, tá bom? — Recolhi os papéis, e coloquei ela deitada onde eu estava sentada antes.

—Mais mamãe...

—Dois minutinhos meu amor.

Beijei a testa dela, e a entreguei seu coelhinho de pelúcia antes de cobrir seu corpinho. Sai do quarto deixando uma das luzes acessas e desci correndo para o andar de baixo. Quando cheguei na sala, estava todo mundo brigando e gritando uns com os outros. Quando Sina me viu, forçou um sorriso para mim e eu apenas mexi a boca pedindo desculpa.

—Eu sei quem foi! — Joalin gritou tão alto que fez todos ficarem em silêncio.

—Então fala de uma vez caralho. — Josh falou irritado, e eu me aproximei mais.