006. access code

379 50 7
                                    

Any Gabrielly

—Quando viu o nome dele nos registros de transferência, podia ter dito que o conhecia!

—Não é tão fácil como você imagina, Soares. Eu estou fugindo do meu pai há 6 anos. — Ela olhou para os lados para ver se ninguém estava nos olhando, e se aproximou outra vez. —Você não faz ideia, com quem está mexendo.

—Se eu entro em um jogo, eu só saio depois que ganho. — Ela passou a mão por seu cabelo, e me olhou nervosa. —Tem milhares de pessoas morrendo por que os hospitais públicos não tem capacidade de atender todos, tem pessoas, crianças, passando fome enquanto uns filhos da puta, ficam roubando o dinheiro que era justamente para ajudar quem precisa. Eu não ligo de matar ou morrer, tenho certeza que independente do final, Helena vai sentir orgulho de mim um dia.

Dei as costas, e comecei a caminhar em passos lentos em direção ao carro. Mais antes que eu conseguisse entrar, meu braço foi tocado me fazendo parar. Eu mau podia sentir seus dedos, eles me tocaram com tanta calma e cuidado que por poucos instantes não reconheci seu toque, mais o perfume não me deixava devidas, de que era ela outra vez.

O corpo de Sabina deu alguns passos, aproximando seu corpo mais do meu, e abaixou um pouco sua cabeça deixando sua boca da altura do meu ouvido.

—Morrer, no es una opción. — Ela suspirou, fazendo o ar quente de sua boca bater contra meu ouvido.

—E quais são as opções que eu tenho? — Minha voz saiu baixa.

—Confiar em mim.

—Sabina! — Assim que seu nome foi gritado, ela se afastou devagar e tirou a mão que antes estava pousada sobre meu braço. —Me desculpa, eu... eu  realmente não sei como isso tudo foi acontecer.

—Está tudo bem Josh. Agora eu só preciso que levem a carga daqui, e coloquem fogo no galpão, não quero que fique nenhum rastro nosso aqui.

—Faremos isso. — Ele olhou para mim, e acenou com a cabeça antes de sorrir. —Obrigada Soares. — E então ele se virou e saiu correndo, nos deixando sozinhas outra vez.

Em silêncio Sabina caminhou até o carro, e entrou do lado do motorista. Eu respirei fundo, e em seguida entrei também.

Confiar nela?

Meu orgulho inteiro está sendo colocado de lado, por que apesar de não querer, eu confio. Eu a conheço tão pouco, mais tem algo que insiste em me manter perto dela, mesmo querendo estar longe.

...

—Mamãe... — Ouço um sussurro em meu ouvi, e aos poucos eu vou acordando. —Mamãe, acorda.

Algo molhado e macio toca minha bochecha, lentamente abro os olhos, e me deparo com queles olhos castanho escuro tão perto de mim. Helena sorriu ao me ver acordada, e suas mãozinhas tocaram meu rosto antes dela depositar um pequeno beijo na ponta do meu nariz. Suspirei cansada, e pisquei algumas vezes. Depois de alguns minutos, sorri para ela que ainda me olhava, e toquei seu nariz a fazendo rir.

—Bom dia meu amor.

Minha voz saiu um pouco rouca, mais eu nem liguei. Puxei Helena para se deitar sobre mim, e a abracei. Ela envolveu seus bracinhos em envolta do meu pescoço, e me abraçou com força.

𝗮 𝗹𝗶𝗳𝗲 𝗼𝗳 𝗹𝗶𝗲𝘀 - 𝘀𝗮𝗯𝗶𝗮𝗻𝘆 Onde histórias criam vida. Descubra agora