Ally Jones

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Sammy não ficou nem um pouco feliz quando eu o afastei e levantei para atender o telefone. Na verdade, ele ficou mais bravo ainda depois que eu falei "O que você quer, Alex?". Mas em minha defesa, eu sabia que a única forma de ficarmos em paz e colocar um fim nisso, seria confrontando ele de alguma forma, seja mostrando na conversa que não tinha mais chances de eu voltar para ele ou denunciá-lo na delegacia. E eu me sentia pronta para colocar esse ponto final nessa história de uma vez por todas, por mais que eu me sentisse amedontrada e insegura.

- Ei Ally... - sua voz soou do outro lado da linha - Tomy veio me contar o que aconteceu agora pouco e ele está bem machucado... como você está?

- Pouco me fodendo para o estado do Thomas e muito brava com tudo isso que aconteceu - digo me afastando do Sammy e indo para perto da janela.

- Imagino que sim - ele dá uma risadinha como se tudo estivesse bem - Olha, eu não tive culpa dessa vez tá? Ninguém te acertou né?

- Alexander, estou te dando um aviso - respiro fundo ignorando as perguntas dele - Se alguma coisa desse tipo voltar a acontecer, eu denuncio vocês, entendeu?

- Allessia, baixa a bola e me escuta - sua voz soou grave e eu ignoro o arrepio de medo que passou pela minha espinha - Eu não tive culpa que o descontrolado do Thomas agrediu seu novo namoradinho, já entendi que a sua fila andou quando recebi a foto de vocês se beijando no golfe. Eu só queria saber se estava machucada, entendeu?

- N-não estou machucada - me xingo mentalmente por ter gaguejado - Mas o aviso está dado, Alex. Essas agressões tem que acabar de uma vez por todas.

- Eu sei - ele responde rápido de forma sincera e me chocando - Eu... deixei uma carta para você no escritório, mas descobri que não trabalha mais lá então está com a loirinha metida a besta...

- Não xingue meus amigos - eu o corto.

- Enfim... - ele bufa e continua - Se um dia quiser tentar entender meu lado, está lá.

- Adeus, Alex. Por favor me esqueça

Digo e desligo sem dar chance dele responder ou tentar estender mais a conversa. Aquela conversa tinha acabado totalmente com meu bom humor. Bufo, deixo o celular de qualquer jeito em cima da cômoda que tinha ali do lado e fico focada na imagem do quintal que tinha através da janela. Até parece que eu iria querer ler uma carta dele. Pra que entender o lado do meu agressor?

Saio dos meus pensamentos com os braços do Sam me envolvendo e seu peito nu encostando nas minhas costas. A aproximação dele me acalma mas o que eu queria mesmo era ficar sozinha e pensar nisso tudo. Porém não digo nada pois temia ser grossa demais por causa do nervosismo que ainda estava dentro de mim.

- A sua parte, que foi a que eu escutei, me encheram de orgulho - ele diz perto da minha orelha - Você se posicionou bem apesar de estar trêmula até agora. Quer conversar sobre isso?

Apenas nego com a cabeça. Sam não merece que eu seja grossa com ele agora.

- Tudo bem, gatinha - ele beija meu pescoço e se afasta - Vou dar seu tempo, mas aconselho a não pensar sobre isso agora.

- Como assim? - minha voz sai baixa e eu me viro para ele.

- Você está claramente nervosa - ele veste a camiseta de volta - Pensar sobre isso de cabeça quente não parece ser uma boa ideia.

- Tem razão - digo voltando a me aproximar dele, ainda não gosto muito da ideia de ficar sozinha.

- Quer ir na piscina? - ele pergunta me segurando pela cintura.

Concordo com a cabeça e me aproximo mais dele juntando nossos lábios. Foi um beijo rápido e logo ele foi para o quarto dele se trocar para irmos nadar. Me troquei pensando sobre como ele estava incomodado com aquela ligação, talvez fosse a curiosidade ou só fosse irritação mesmo. Tomei uma ducha para tirar o suor do corpo e me sequei vestindo o biquíni em seguida. Quando eu ia descer, escuto vozes no andar debaixo que eu não conhecia.

Clave de Sol - Sammy WilkOnde histórias criam vida. Descubra agora