20-Conversa

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Rui estava nervoso.

Ele encarava o chão de madeira do apartamento com os olhos pouco dilatados, suas mãos se esfregavam uma na outra inconscientemente, estava encolhido no sofá.

Me sento no assento ao lado, dando um sorriso:

-Porque está tão nervoso?-Envolvi as costas do mais alto com meus braços-Você não fez nada errado!

Ele me olha confuso, a mão se torna a coçar o olho:

-Estrelinha...Eu te machuquei...Me desculpa!

-Não! Você não me machucou! Eu estou bem...

Aperto mais meu braço sobre seu corpo, ele me encarava, não falou nada entratanto. Dei um suspiro leve antes de continuar:

-Eu reagi de forma exagerada aquele dia...Eu não pensei que poderia machucar com minhas palavras...Você me perdoa?

Ele nega com a cabeça:

-Não...Não é você que deveria estar pedindo desculpas...

Franzi minhas sobrancelhas, num movimento de consolo, eu aproximei minha mão de seu cabelo, afagando de leve o cabelo roxo claro...

Me olhou confuso, pude notar que algumas lágrimas se formando no canto de seus olhos. Ele estava se culpando de tudo.

Dei um beijo leve na bochecha para tentar acalmá-lo, após isso ele se torna para me encarar novamente, seu rosto vermelho e olhos arregalados indicava que ele havia gostado. E com isso dei mais um, e outro, e mais outro...Fui perdendo a contagem! De 10 a 15....Eu não me importo agora, pos eu fiz ele feliz denovo

...

-Rui...~-Falei com muito esforço-Por favor...Eu tenho que fazer a janta!

Resmungou o mais alto em cima de mim, seu corpo pesava contra o meu, ele estava animado, descia beijos em toda a minha estrutura, ele tinha um sorriso nos rosto:

-Você quer mesmo que eu pare?-Me encaro malicioso- Parece que está se aproveitando ai em baixo...

-T-tenho!-Respondi esbaforido, o rosto quente e suado devido ao nervosismo

-Afi! Chato!

Ele saiu por cima, pude respirar aliviado  ao sentir o peso que caia em mim sair. Ele se senta no sofá, sol se esfregava em suas pernas, procurando pela atenção:

-Como será o gosto de um gato?

Arregalo meus olhos, dei um suspiro surpreso enquanto me torno a sentar no sofá, ele riu de minha reação, e eu pude apenas repreender:

-Rui! Coitada da Bichinha! Não fala essas coisas de um bichinho!

-Por que não? É muito comum comer bichos aqui na terra não? Carne de porco, boi, ovelha...Peixe também- Deu de ombros, a filhote se deitou em seu colo, dando conta de esticar bem as pata dianteiras e traseira antes de tal ato.

-Mais ela é um bichinho de estimação!

-Cachorros também são animais de estimação, lá na China eles comem eles!

Eu pisco os olhos repetidamente, encarando-o confuso:

-Da onde você tirou essa ideia?

-Vi num programa!

-Você sabe que isto é um estereótipo racista né? Tipo quando falam que nós japoneses temos pau pequeno!

-Você tem pau pequeno estrelinha

Franzi a sobrancelha, encarando ele irritado...Ele deu mais uma risada enquanto eu complementei:

-Eu não tenho pau pequeno! Você que está acostumado com essa sua jiboia no meio das pernas!

-O meu tem um tamanho normal!

-Normal só se no parâmetro de um demônio! Você sabe a dor que eu passei?

-Mas você gostou não gostou?-Disse me encarando malicoso, suas bochechas rosaram e suas sobrancelhas baixaram, como se estivesse convencido e orgulhoso de seu próprio trocadilho

-Como viemos parar nesse assunto?

-Eu não faço a mínima ideia.

Por um momento quis até rir, me levantei completamte, indo em direção a cozinha.

Começo a prepara os ingredientes para um tradicional lamen- E eu não estou falando de miojo!

Eu geralmente não sou de fazer a comida pois ele sempre está cl. Ela pornta quando chego...E eu não posso deixar de falar o quanto isso o faz elegante e perfeitinho.

Caridoso, gentil, fofo e brincalhão...Oque mais eu poderia pedir em uma pessoa? Rui aos poucos domina cada vez mais minha cabeça, ao ponto que eu me perco em meus pensamentos e denovo me pego pensando nele.

Afinal tudo me lembra ele.

Desde um pequeno gato na rua, qualquer coisa na paleta roxa e azul, coisas ligadas a demônios e até mesmo as nuvens acabam se tornando em sua forma. Eu já não estou mais apaixonado, eu estou perdido nele, é como se ele estivesse me consumindo para me ter todo para ele....

  Isso soou muito dramático? Talvez, mas esse é o efeito que ele causa em mim:

-Ah cacete!- Soa quase como um grito, eu acabei cortando a ponta de meu dedo.

-Oque foi?

Ele surge por trás de mim rapidamente:

-Eu machuquei meu polegar...Nada de mais!- Mostrei meu polegar para o garoto, esse que arregalou os olhso e correu para uma gaveta.

Ele procura e procura, parecia agoninado:

-Oque está fazendo?!

-Estou procurando um band-aid!

-Pra que tanta pressa?! Quer quebrar a gaveta?!

-Precisa para estancar o sangramento!

Queria poder me segurar, mas não consegui...Dei uma rápida gargalhada, oque o fez olhar para mim confuso:

-Eu estou falando sérioa!- Franziu a sobrancelha enquanto um bico se tornava em seus lábios- Eu vi num progama que se você não estancar o sangramento de um humano ele vai perder muito sangue e pode até morrer! Eu estou cuidando de sua vida Tsukasa!- O garoto acha os band-aids e corre em minha direção

-Rui! Você não precisa de isso tudo...De fato as pessoas morrem de falta de sangue...Mas isso aqui não é nada de mais! Ninguém morre disso!-Disse enquanto o mesmo agarrava minha mão

-Previnir é o melhor que remediar!-Enrolou o band-aid no meu dedo, e logo após o aproxima de seus lábios.

Ele dá um selar rápido, tal que me faz ficar totalmente vermelho:

-Oque é isso?!-Falei em risos

-Eu viu uma mãe fazendo numa série...É pra sarar

Eu dei mais uma sincera gargalhada, desta vez ele me acompanha:

-Ai ai...Vá fazer a janta ok? Estou morrendo de fome...

-Okay então...Mandão!

Ele da um beijo em meus cabelos:

-Obrigado, estrelinha


☆"Querido" Demônio | Ruikasa☆Onde histórias criam vida. Descubra agora