Trimmm...Trimmm...Trimmm...
O som ecoava, agonizante, Rui encara surpreso o obejeto, consigo ver uma ponta de decepção no seu olhar...Mas seja lá quem estivesse do outro lado da linha não tinha culpa da sua carencia:
-Atende lá rapidinho por favor!
Trimmm...Trimmm...Trimmm...
O garoto sai de cima de mim, me dando um alívio de não ter que aguentar tanto seu peso. Vou até o som imcomodante em passos rápidos e forçados, minha vontade na verdade era de me arrastar pelo chão. Interromperam meu momento de preguiça!
Pego o telefone escorado na parede e coloco em meu ouvido, logo ouvindo uma voz fina e famíliar:
-Alô...? Tsukasa?
-Mãe? É você?
-Filho!!- Pude ouvir o tom de aliviada, ao mesmo tempo contente- Finalmente me atendeu!
-Ah...Sim...Oque precisa?
-Eu queria confirmar se você viria amanhã!
-Amanhã? Como assim amanhã?
-Sim ué , amanhã! Você não me avisou que horas que vinha... se já havia comprado a passagem...Não me diga que esqueceu doque combinamos!
Combinado? Ah sim, agora eu me lembro: Eu deveria estar arrumando as coisas para viajar amanhã.
O desepero preenche meu corpo, não tenho malas, nem passagem, nem nada! Como pude me esquecer de algo que ela me falou logo essa semana. Bato contra minha própria cabeça, talvez esse tapa ecoe na ligação...Só consegui notar Sol arregalar as pequenas pupilas em canto de olho em susto.
Saio correndo para o quarto com o telefone em mãos, puxando uma mala azul escura que usei na mudança, pego algumas mudas de roupas do giarda e roupa e, consigo ouvir passos ligeiros vindo em direção ao cômodo:
-Ah n-não! E-Eu não esqueci!
-Perfeito! Você vai pegar o trem das onze ou o das cinco?
-O-O das onze
O garoto de madeixas roxas encara as malas assustado, esbaforido, se escora na borda da porta como se só que quisesse saber oque estava acontecendo. Faço um sinal de espera enquanto pego alguns par de meias, cuecas, moletons e coisas do tipo e enfio desajeitadamente para que coubessem:
-Ok, você deve chegar pelo jantar...Vou fazer um prato surpresa para você, especial!
-Ah! Obrigado mãe!-Rui vem atrás de mim e me abraça.
Eu não contei para ele que iria viajar...Acho que não, pelo menos, olho para ele, que encaixa seu queixo em meu ombro, procurando por carinho.
Eu tenho uma ideia...Talvez eu me arrependa, mas eu sou impulsivo mesmo:
-Mãe...Posso te pedir algo?
-Sim...?
-Posso...
Cubro a minha boca no para que Rui não possa ver, este fica ainda mais confuso e tenta se aproximar mais para ouvir, mas eu me afasto rapidamente:
-Levar um amigo?-Sussurrei no telefone animado, me divertindo com as expressões de Rui, como um cachorrinho abandonado molhado na chuva.
O silêncio na linha se faz por alguns intantes, a mulher processava oque eu havia falado....Em anos, nunca levei um amigo para casa-Tirando o Toya claro- Talvez porque vivessemos no interior, ou talvez por que os garotos e as garotas da escola não gostavam de mim.
Minha mãe sempre foi aquela que me apoiou a fazer novos a amigos, aquela que me oferecia um abraço enquantos as lágrimas caiam do meus olhinhos de criança...A respiração ofegante, o catarro escorrendo...Meu pai gritava comigo: "Como pode um garoto ser tão fracote" enquanto eu me afundava mais em desgraça.
Com isso, nunca esperaria uma resposta diferente de:
-É claro! Fico muito empolgada em saber que fez novos amigos-Pude ouvir os saltinhos qur a mais velha dava quando estava animada- Eu deveria preparar um quarto para ele? Qual o nome?
-É Rui Kamishiro mãe!- O citado olhou para mim, o ponto interrogação visível em seu rosto me fez dar umas risadinhas-Perfeito então! Vou falar com ele, ok? Beijão mãe, tenho que terminar de me arrumar!
-Beijos meu querido, se cuida e manda um oi e um abraço pro seu amigo!
-Pode deixar!
A ligação encerra.
Encaro os olhos amarelos, perdidos no pensamento, apenas me assistiu abaixar o telefone:
-V-Você falou o meu nome...?
-Falei!
-P-Porquê?
-Faça as malas Rui!
-Q-Que?
-Nós vamos viajar!
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ain que diliça
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☆"Querido" Demônio | Ruikasa☆
Ficção Adolescente"Após anos morando na casa de seus pais, Tsukasa finalmente chega a sua maior idade, logo, ele arranja um apartamento novo para si. Ele não sabia, mas aquele apartamento não era tão comum...Não que isso seja tão ruim assim" _______________________...
