Capítulo 37 - Don't go away

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((Pov Juliette))

- Respira. Respira. Puxa o ar, solta o ar, vamos lá. Puxa, solta. Vamos, Sarah, você têm que me ajudar.

Estávamos na minha cama, Sarah tinha tido um de seus pesadelos novamente. Eu honestamente temia que ela fosse enlouquecer. Sua psicóloga aparentemente dava conta nos dias de sessão, mas em todos os outros, ela ficava assim. Acordava todas as noites, chorava, reclamava, perambulava pelo apartamento. Estava pior do que quando descobrimos sobre o orfanato.

- Tudo bem. Tudo bem. Eu tô mais calma. - Disse se sentando e levando as mãos ao rosto.

- Vou pegar água.

- Não precisa. Fica aqui comigo. - Pediu.

Obviamente que fiquei. A abracei de conchinha, isso parecia lhe acalmar, e desliguei as luzes.

- Eu estou enlouquecendo, Ju.

- Eu vou te trazer sanidade quantas vezes forem necessárias.

Senti que minhas palavras não surgiram efeito, embora Sarah se sentisse segura comigo, existia algo a mais. Algo que ela sentia, que não compartilhava. Como se apesar das crises de ansiedade, fosse uma bomba relógio, prestes a explodir a qualquer momento.

...

No dia seguinte, embora a universidade estivesse fechada por conta das férias de verão, precisei assinar uns papéis. Deixei Sarah dormindo e mandei mensagem avisando onde eu estaria para não preocupa-la.

Chegando em meu escritório, Ana estava lá.

- Ana! Está de férias, o que faz aqui? - Perguntei irritada.

- Precisei redigir esse contrato pra você assinar. O Rh simplesmente não responde.

A olhei irritada concordando. Maldito departamento de preguiçosos.

- Pois vamos lá com isso, temos um verão pra aproveitar, não é mesmo? - Perguntei me sentando na cadeira a sua frente, ali mesmo na recepção, eu tinha pressa. Não gostava de deixar Sarah sozinha. - Sobre o que é esse contrato?

- Então...

- É problema né? Pelo seu tom. - Disse reclamando.

- Depende da perspectiva, Juliette. - Disse sem jeito. - É a demissão de Thiago Azevedo, juntamente com a liberação de alguns arquivos confidenciais que estavam em seu nome, já que depois de Wallace Dante, ele era o funcionário mais antigo. Pediram a assinatura dele.

Me irritei só em ouvir seu nome. Assinei o documento sem nem mesmo ler, já que confiava plenamente em Ana.

- Pronto!

- Espera. Tem mais.

- Mais documentos?

- Não. Ele precisa assinar também.

- Ué. Mande um motoboy entregar pra ele.

- Juliette eu vou resumir isso, porque eu realmente preciso ir. - Disse sem graça.

Ela devia estar com pressa mesmo, nunca vi Ana falando assim. Ergui uma sobrancelha.

- Eu entrei em contato com a delegacia. Algum responsável precisa entregar isso. O motoboy não pode visitar Thiago, ele não tem permissão, existe uma lista previamente redigida permitindo visitas. Pensei no advogado dele, mas você não quer, alguém tem que ir, faze-lo assinar e retornar com o documento e envia-lo pra esses três e-mails. - Ela disse apontando um papel contendo uns endereços de email.

- Entendo. Ok. Boa sorte. - Eu disse virando as costas.

- Juliette, eu tenho uma passagem de avião pras 12:00 com destino ao Havaí com uma moça encantadora que conheci faz algumas semanas, eu realmente tô tentando te superar. Se você realmente não puder ir, eu vou, nunca vou negar algo a você, mas eu realmente preciso ir embora, gastei minhas economias nessa viagem e a passagem de emergência vai estar o olho da cara. - Ela disse apreensiva.

Teach me (Sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora