Capítulo 6

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Uma sensação após outra e Helena perdeu o senso de tempo e espaço,toda a carga emocional contida nos dois dias, parecia que havia entrado em ebulição e explodido.
Podia ouvir as vozes,mas não respondia. Era agradável se esconder na escuridão. Sentiu algo forte pressionar seu pulso e uma mão se mover através de seu braço até o pescoço.
Helena.
Uma voz suave feminina a estava chamando,reconheceu a voz como sendo de Santana,mas o ato de responder
parecia requerer muito esforço.
Em seguida,ouviu uma voz masculina áspera e sentiu o corpo se contrair pela tensão. A voz era familiar.
Dedos a tocaram e Helena ouviu aquela
voz outra vez.

- Foi só uma queda de pressão. Vamos dar espaço para ela respirar.

- Professora Helena,você está bem? - Clara,uma das alunas de Helena se abaixou parando diante dos olhos dela.

Helena tentava responder,mas o espaço pareceu muito pequeno para ela respirar. César tinha razão,ela precisava respirar.

Quando finalmente,depois de alguns minutos ela abriu os olhos se deparou com o médico parado diante de si,as pernas afastadas e a expressão séria.
Dominante,confiante e nada além de um leve tremular do cenho franzido dele  deixava transparecer que eram mais do que dois simples conhecidos.

- Pelo visto deu um susto em seus alunos, professora. - César comentou com uma voz grave,masculina e arrastada que fez
a pulsação de Helena acelerar não deixando transparecer o menor sinal de surpresa em revê-lo.

Helena levantou mais o olhar e a cor rosada que voltava ao se rosto a abandonou e
ela oscilou de leve. César sentiu uma
pontada de preocupação,mas logo
tratou de lembrar a si mesmo que
estava lidando com uma mulher capaz
de dormir com dois homens ao mesmo
tempo,sem demonstrar o menor sinal
de dor na consciência.

- Leve ela para dentro, César. - Matilde que estava perplexa pediu,nunca em sua vida ela imaginou ficar diante daquela que magoara tanto seu único filho no passado. - O único aqui que pode ajudar é você. - finalizou,não pensando em termos médicos,mas sentindo a angústia de Helena,o que não lhe deixava com piedade,mas ela queria logo que ela se afastasse antes dos outros desconfiarem de algo.

César não respondeu de imediato e o
silêncio pareceu se prolongar.infinitamente entre os dois. Até que ele tomou a iniciativa e estendeu a mão para Helena.

- Voltem a festa que eu vou ajudar a professora de vocês. Qualquer coisa chamo. - disse,sua mão pairava no ar diante dos olhos de Helena.

Helena aceitou o apoio e segurou forte na mão dele sentindo como se um bando de borboleta levantasse vôo em seu estômago. Mas diferente das mãos quentes que ela tinha tanto lembrança,as mãos de César estavam frias,geladas.
Nada em sua linguagem corporal traía o menor sinal de que estava se sentindo realizado por aquele contato de peles,mas ele sentia sem demonstrar a adrenalina correr em suas veias,seu sangue fervia.

Quando ele abriu a porta do escritório para que ela entrasse,Helena enxugou a mistura de lágrimas e maquiagens que escaparam de seus no caminho até ali.

- Está se sentindo melhor? - ele murmurou.

Helena se voltou para ele,era uma frase comum de conforto,talvez,quase sem significado,porém ela se sentiu inexplicavelmente melhor.

- Estou melhor.

- Agora me diga... - César caminhou passando na frente dela,parando atrás da mesa de mogno. - ...o que quer aqui?

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