🍃 O reencontro 🍃

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(...)

As máquinas na sala de Ömer começaram a apitar diversas vezes repetivamente, loucamente.
Sn se aproximou de Ömer e gritava pedindo ajuda, gritava, gritava tanto que sua voz ficava rouca e saia falhando.
Ömer morreu lentamente, ao perceber que ele já estava morto, Sn saiu do quarto, encostou na parede, quando o  médico e outros enfermeiros chegaram correndo desesperadamente para dentro do quarto.
Qual seria o sentido da vida? Nascemos, e morremos. Não é atoa que minha doce mãe sempre me dizia " viva hoje como se fosse o último ".

Sn:

Eu ainda posso dizer.. eu sentia pena do Ömer, ele conseguia manipular alguém ,mas ele também foi manipulado por uma pessoa que ele nem ia imaginar quem seria.
Um pico de adrenalina, comecei a gritar para os médicos virem para o quarto, mas não conseguia ouvir pois o quarto onde estávamos era um pouco isolado e não tinha quartos próximos da gente.
Mas, ao perceber que ele já estava morto e a máquina que estava em seu coração havia parado, mais uma prova que ele já estava morto. Então deixei o quarto, até que finalmente vi os médicos vindo, eles entraram no quarto, fecharam a porta e tentaram reanimar Ömer. Mas nenhum sinal, Ömer já estava morto.
Me sentei no chão, abracei minha pernas, e tentei entender qual era o sentido da vida, nascemos, morremos.. e é isso? Será que há algo nessa terra que temos que conhecer ainda.
Mas a verdade, nós podemos aproveitar o máximo nossas vidas, porque o final de tudo é a morte.
Olhava para os lados, tantas crianças doente, alguns bebês também  chegavam péssimos. Isso não era justo, eles ainda eram novos, não mereciam passar por isso, nem idade tinha pra morrer.
Ninguém tem idade pra morrer, nós deveria ser eternos. Quer dizer, nem todos.

Minha mãe chegou do meu lado, sentou do meu lado e me olhou profundo, apenas coloquei minha cabeça em seu ombro, suspirei cansada.
Parecia que estava levando minha própria existência nas costas e que estava morta de cansaço. O peso da existência, noites mal dormidas, problemas, relacionamentos.. tirando tudo isso, eu estou bem. Ao pensar isso sorri de canto, senti meus olhos ficaram úmidos.
Minha mãe passou sua mão na minha cabeça levemente, quase dormir ali mesmo, até que fui desperta quando o médico saiu do quarto. Me levantei depressa e o olhei curiosa.

--- Sn: Ele está morto, né? - perguntei, ele afirmou balançando a cabeça -

--- Médico: Sinto muito. - ele disse abaixando a cabeça, e ficando de postura mais uma vez  - Precisamos alguém da família do Ömer para fazer o conhecimento do corpo.

--- Sn: Ok. Eu ligo pra mãe dele.

--- Médico: Ok, licença. - o médico então virou as costas e saiu -

--- Sn: Mãe, por favor pode ligar pra mãe do Ömer? - eu perguntei, minha voz estava trêmula e minha mãe sabia disso -

--- Nadire: Claro, querida. Vem vamos. - ela pegou na minha mão e me guiou para a fora do hospital -

Minha mãe chamou o táxi, me colocou dentro do carro e foi ligar para a mãe do Ömer. Eu queria estar ali para saber o que elas estavam falando, minhas pernas estavam bem fracas, se aproximava uma forte dor no peito, e a dor de cabeça que só me faltava.
Uns dois minutos depois, minha mãe entrou no carro e finalmente fomos pra casa.

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