CAPÍTULO XIV

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A Linda está na sua cama descansando. O Hector comanda seus homens para reforçarem a segurança da mansão, garantindo que ninguém descubra seu paradeiro.

Ele vai até o seu escritório e abre na gaveta, tirando o telemóvel da Linda. Ele começa a ver algumas fotos e claramente fica incomodado ao ver que a maioria das fotos que lá estão são dela e do Artur juntos.

Movido pelo ciúme e pelo desejo de que sua mentira fique mais sólida. Ele envia todas as fotos para um contato ordenando que todas as fotos em que o rosto do Artur aparecem, fossem substituídas com o seu rosto afim de enganar a Linda e dar mais credibilidade na sua farsa.

Algumas horas depois, as fotos estão todas alteradas e foram espalhadas por toda a mansão, em quadros grandes e amplamente visíveis. A Linda acorda e uma mistura de emoções toma conta dela ao ver as fotos. Ela tenta se lembrar ao ver as fotos ao lado do Hector. No entanto, em vez de ajudar, as imagens a deixam ainda mais confusa, causando uma mistura de frustração e tristeza diante da dificuldade em reconstruir sua história e identidade perdidas.

Ela caminha sozinha no belo jardim, suas memórias turvas e uma sensação de não pertencimento a assombra. Ela se sente deslocada, como se estivesse perdida em um lugar que não é mais familiar, despertando uma profunda sensação de nostalgia e desconexão.

Enquanto isso, o Hector a observa através de uma janela. Ele parece curioso e intrigado, enquanto conversa com um homem de idade avançada que está sentado.

- y luego doctor, despues de examinarla que cree que tiene? - pergunta o Hector para o doutor que tivera examinado a linda mais cedo.

O doutor explica para ele que a Linda está com uma amnésia lacunar. Que consiste na dificuldade para lembrar eventos da vida cotidiana correspondente a um período de tempo específico. Tal como indica seu nome, esta patologia está relacionada com a presença de "lagoas" que impedem a proliferação de algumas recordações. Ele explica que felizmente existem diversos tratamentos efetivos. O Hector não gostou de escutar isso.

- No estás muy feliz de escuchar eso, ¿verdad? - pergunta o doutor.

- ¡claro que no! No quiero que recupere la memoria, ¿qué puedo hacer para que eso suceda? - disse o Hector.

O doutor explica que a única forma de retardar a sua recuperação além que não fazer o devido tratamento, é evitar que a Linda tenha qualquer tipo de contato com pessoas ou objetos que a façam recordar da sua vida passada.

A Linda, com um olhar distante e triste, caminhando lentamente no jardim da mansão . Ela para em frente a uma flor específica e a toca com carinho, tentando recordar das memórias perdidas. O vento sopra suavemente e as pétalas da flor balançam delicadamente enquanto ela fecha os olhos e se concentra em suas lembranças.

O Hector vai até ela com olhar preocupado. Ele se aproxima dela com gentileza, fica ao seu lado sem dizer nada.

- o que se passa? O que o doutor disse?

Ele mantém o semblante preocupado, franzindo a testa - ele disse que o seu problema pode ser mais sério do que ele imaginava, suas memórias podem custar a voltar.

Ela fica com os olhos marejados, os ombros caídos e uma expressão de tristeza estampada em seu rosto. Ela não esperava escutar aquilo, pois ansiava por ouvir algo completamente diferente. - e o que o doutor disse que podemos fazer? Há algum tratamento?

- sim há, não é bem um tratamento. Ele disse que tens que praticar as atividades que mais gostavas antes do acidente. Isso talvez possa ajudar que suas memórias voltem.

- eu fico aqui olhando para essas flores e... E apesar delas serem tão lindas, eu simplesmente não consigo sentir uma forte paixão por elas, é como se eu não gostasse tanto de cuidar delas, eu não... Preciso que me ajudes Artur - disse a Linda com a expressão facial abatia.

- claro que eu vou te ajudar meu amor, e não se preocupa, tem mais coisas que gostas de fazer e podemos fazer juntos.

- e o que mais gostava de fazer - Apesar da tristeza em sua expressão, há um toque de interesse e curiosidade em seu olhar que não passa despercebido.

- de crianças! Você ama crianças, és uma excelente médica, sempre deste apoio médico para as crianças mais carentes do nosso bairro, até tem uma clínica que eu construí para si, onde fazias todo seu trabalho.

- sério? - seu olhar triste e abatido, é rapidamente substituído por um olhar alegre e radiante. Seus olhos se iluminam, as sobrancelhas se erguem. É como se uma nova energia tomasse conta dela, trazendo uma sensação de alegria e entusiasmo.

- sim meu amor, viu como seus olhos brilham? É assim que eu gosto de te ver, alegre, foi por isso que me apaixonei por ti - disse o Hector se aproximando dela com um olhar intenso e apaixonado. Ele a beija com carinho, mas a Linda não corresponde completamente e o beijo acaba sendo seco.

Ela ainda não confia plenamente nele, o que faz com que o momento fique tenso e um pouco desconfortável. Enquanto o Hector parece confuso e frustrado com a falta de reciprocidade.

- eu preciso de tempo Artur, por favor, é tudo novo para mim.

- eu te entendo meu amor - Ele tenta disfarçar sua decepção.

Uma atmosfera de desconforto paira no ar, seus olhares evitando contato direto. O silêncio prolongado cria uma tensão palpável, tornando evidente que algo precisa ser abordado, mas as palavras simplesmente não encontram seu caminho entre eles.

- por quê não preparamos alguma coisa para comer? Podemos experimentar cozinhar juntos, seria bom- disse a Linda com um leve sorriso.

- acho que não! Temos empregada para essas coisas - ele responde de forma fria e direta.

- está bem então - ela percebe que a o Hector está chateado pelo que aconteceu, mas decide não dizer mais nada para evitar causar mais desconforto. Ela mantém uma expressão suave e respeitosa, mostrando compreensão através de um olhar empático.

- eu vou resolver algumas coisas, volto mais tarde - disse o Hector indo embora.

A Linda decide continuar a andar pelo jardim admirando sua beleza.

Noiva Em Fuga {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora