CAPÍTULO XI

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De volta ao Presente...

O Hector caminha de um lado para o outro com um charuto na mão, sua expressão tensa revela a preocupação que paira sobre ele. Frustrado com os seus homens ainda não terem capturado a Linda e o Artur mesmo após uma semana de busca incansável.

Seus homens estão perplexos, suas mãos estão nos bolsos e os ombros caídos. Eles olham ao redor, confusos, enquanto afirmam ter procurado em todos os cantos, mas parece que os dois simplesmente desapareceram do mapa.

- ¿Es posible que ya hayan llegado a la embajada?- pergunta o Hector.

Os homens estão frustrados, suas vozes carregadas de incredulidade. Eles afirmam que é impossível eles terem chegado à embaixada, pois têm homens vigiando o local dia e noite. A perplexidade em seus rostos revela a dificuldade em encontrar uma solução para essa situação.

O telefone toca, o Hector segura o telefone com as mãos firmes, seus olhos se iluminam de esperança, quando alguém informa sobre o paradeiro de Linda e Artur. Ele dá instruções rápidas para seus homens irem ao local mencionado, enquanto simultaneamente disca o número da polícia para informar sobre a descoberta. A determinação em sua voz mostra que finalmente há uma chance de encontrá-los.

Os agentes da embaixada estão sentados no carro, discutindo sobre o paradeiro de Linda e Artur, quando de repente o rádio da polícia irrompe com a notícia de que eles já foram localizados. Um misto de alívio e alegria toma conta de seus rostos enquanto eles compartilham um olhar de triunfo e se preparam para seguir em direção ao local antes da polícia e dos traficantes.

Enquanto isso, O Artur está se recuperando bem do ferimento. Ele repousa na cama improvisada, seu rosto exibindo sinais de melhora gradual. A Linda está ao seu lado, cuidando dele com dedicação e carinho, trocando curativos e sussurrando palavras de encorajamento. Uma aura de amor e cuidado os envolve, alimentando a esperança de uma recuperação completa.

- como está se sentindo? - pergunta a Linda com um olhar sereno passando levemente a mão no rosto do Artur.

- já estou melhor, muito obrigado por ter cuidado de mim - disse o Artur com a voz rouca.

- se passaram uma semana, acho que já tá na hora de sairmos daqui antes que eles nos encontrem.

- sim é verdade, eu já consigo andar. Não podemos ficar mais tempo aqui. Mas... Ainda não conseguiste responder a minha pergunta.

- qual pergunta?

- por favor Linda, tu sabes do que eu estou falando.

Ela está inquieta, seus olhos demonstram preocupação enquanto ela hesita em falar sobre o assunto. Ela desvia o olhar, tentando fugir da conversa, procurando refúgio em distrações ou mudando de assunto sutilmente. Sua postura revela a tensão interna que ela está enfrentando.

- sabes que eu não irei ficar tranquilo sem saber qual foi a razão que te levou a fazer aquilo comigo - disse o Artur com o olhar fixo nela.

A Linda respira fundo, sua expressão determinada apesar da hesitação visível. Ela decide enfrentar o assunto delicado e, com coragem, reúne suas palavras para falar sobre isso. Sua voz parece tremer um pouco, mas sua determinação mostra que ela está disposta a encarar a situação de frente.

- se eu fiz aquilo, não foi por não te amar, não foi isso não... É...eu te amo Artur e sempre te amarei, os melhores momentos da minha vida foram ao teu lado... - disse a Linda visivelmente abalada, lágrimas escorrem por seu rosto enquanto ela tenta falar sobre o assunto. Sua voz está embargada pelo choro, tornando difícil articular as palavras. Ela se esforça para expressar seus sentimentos, mas a intensidade emocional é avassaladora.

- eu fiz aquilo por medo... Por medo que o mesmo que aconteceu com o casamento dos meus pais, pudesse acontecer com a gente, um casamento fracassado, eu não queria te perder pelo simples facto de não poder ser uma boa esposa para você... Eu lembro quando eles brigaram feio pela primeira vez, as lembranças ainda estão fixadas na minha mente... Eu tinha dez anos, eu vi o primeiro fracasso de um casamento que parecia durar para sempre e depois com outros casamentos da minha mãe, o mesmo foi se repetindo. Fracasso atrás de fracassos. Eu entendia o esforço que ela fazia para que nós vivêssemos em lar de completa felicidade e harmonia, o esforço dela de me dar um pai que estivesse sempre presente mas... De nada adiantou. E esse foi o motivo que eu fugi, eu não queria me sentir impotente dentro do casamento, só de pensar eu fico angustiada.

Ela termina de desabafar, sua voz agora mais calma e serena após ter compartilhado esse medo que tanto escondia. Um misto de alívio e vulnerabilidade se reflete em seu rosto, enquanto ela se sente um pouco mais leve por ter finalmente expressado seus sentimentos e pensamentos mais profundos.

O Artur olha nos olhos dela, demonstrando empatia sincera pelo desabafo. - é...eu não sabia disso Linda, eu juro que se soubesse não apressaria as coisas.

Em um gesto de carinho e conforto, ele a envolve em um abraço acolhedor. Em um momento de conexão profunda, eles se beijam suavemente, compartilhando um momento de amor e apoio mútuo.

- eu te amo Artur e... Espero que o seu amor por mim ainda esteja vivo dentro de você.

- claro que ainda está vivo, eu amo-te e sabes disso. Eu estava consumido pela raiva e mágoa mas, o que realmente fez com que eu viesse a tua procura era esse amor que ainda sinto por ti.

Seus olhos transbordando de emoção. Com lágrimas escorrendo por seus rostos, eles desabafam, compartilhando suas dores e frustrações. Em meio a abraços apertados e carícias reconfortantes, seus lábios se encontram em beijos ternos, simbolizando o amor e a conexão profunda que compartilham.

No mesmo instante aparece um menino, com roupas desarrumadas e olhos arregalados, se aproximando apressadamente neles. Com urgência em sua voz, ele avisa que a polícia está se aproximando rapidamente. O medo é evidente em seu rosto enquanto ele implora para que eles ajam rápido para evitar serem alcançados.

- quem é esse menino? - pergunta o Artur.

- ele tem me ajudado esse tempo em que estavas de recuperação - disse a Linda tirando um pacote de batatas fritas e entrega para o menino como recompensa - gracias por hacérmelo saber - disse ela ao menino.

Com olhares cheios de preocupação, eles se levantam apressadamente e começam a se preparar para fugir. O medo de serem capturados pela polícia é palpável, impulsionando-os a agir rapidamente e deixar para trás o local que lhes proporcionou abrigo temporário.

Noiva Em Fuga {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora