Noiva Em Fuga {Concluído}

CAPÍTULO XIII

O Hector está em pé ao lado da cama observando a Linda deitada inconsciente, com uma expressão de fascínio no seu rosto, ele aprecia sua beleza com seus olhos percorrendo suavemente o corpo dela, admirando cada curva e detalhe, percorrendo seu corpo de cima para baixo. Ele parece hipnotizado pela sua beleza e seu olhar transmite um desejo intenso.

A Linda lentamente recupera os sentidos após uma queda intensa que a deixou desmaiada. Ela pisca os olhos, confusa e desorientada, enquanto sua consciência retorna gradualmente. Seu corpo se contorce levemente enquanto ela tenta se reerguer, sentindo dor e fraqueza. Ela respira fundo, tentando recuperar o equilíbrio e se acalmar.

Ela olha para o Hector com um olhar penetrante, cheio de desconfiança. Seus olhos estreitam levemente, enquanto examinam cada movimento e expressão dele. Há uma tensão perceptível no ar, refletindo a falta de confiança e a cautela que ela está sentindo em relação ao Hector.

— Artur? É você? — disse a Linda com leves dores de cabeça.

O Hector fica perplexo ao descobrir que a Linda provavelmente perdeu a memória e o confunde com o Artur. Seus olhos se enchem de alegria e ao mesmo tempo de confusão enquanto ele tenta entender a situação.

Ele decide usar isso ao seu favor, se fazendo passar por Artur. Ele age de forma convincente, enganando a Linda.

— meu amor, graças a Deus você está bem! Fiquei tão preocupado — disse o Hector dando um forte abraço nela.

— o que aconteceu? Sinto que a minha cabeça vai explodir de tanta dor e não consigo me lembrar de outras coisas apenas do seu nome, mas não me vem nenhuma imagem do seu rosto.

— tiveste uma forte queda enquanto descias as escada da nossa casa meu amor, mas não se preocupe, eu vou te ajudar a recuperar suas memórias — ele dá um beijo nela.

Um dos seus homens chega no quarto e o chama pelo seu verdadeiro nome, deixando a Linda ainda mais confusa. O Hector imediatamente manda seu homem sair.

— Hector? Por quê aquele homem te chamou assim?

Ele olha para ela franzindo a testa enquanto seu olhar se torna calculista. Ele pondera diferentes estratégias e palavras cuidadosamente escolhidas para criar uma mentira convincente. Sua expressão revela a tensão moral de suas intenções. — alguns aqui me chamam por este nome, meu nome completo é Hector Artur Bazurto, você gostava de me chamar de Artur — disse ele com um leve sorriso.

A Linda mantém um olhar cauteloso enquanto conversa com o Hector. Há uma leve tensão em seu rosto, indicando que ela não tem plena certeza se pode confiar nele. Seus olhos examinam cada expressão e gesto dele, enquanto ela pondera suas palavras e analisa sua sinceridade. Ela mantém uma postura defensiva, pronta para se proteger caso suas dúvidas sejam confirmadas.

— aquele homem também falava em uma linguagem diferente, parecia espanhol.

— sim meu amor, é espanhol. Que por acaso é uma língua que falas tão bem. Não lembras?

— não sei, as ideias ainda estão muito vagas na minha mente, no momento só consigo falar o português.

— não se preocupa, pouco a pouco suas memórias vão voltar, vem comigo quero te mostrar uma coisa — disse o Hector segurando na mão dela e levando-a para fora do quarto.

Ele a conduz  por um caminho sinuoso em meio a um exuberante jardim de sua mansão. A Linda fica maravilhada com a beleza das flores coloridas, os aromas suaves e as texturas variadas que cercam seu caminho. O Hector aponta para as diferentes plantas e árvores, explicando suas origens e características únicas. — sabes quem foi a pessoa que me ensinou tudo isso? — pergunta.

A Linda olha para ele com os olhos arregalados.

— foste tu meu amor, este é o seu lugar preferido da casa, quando se ausentavas por um tempo, eu já sabia onde te encontrar — continuou.

No mesmo momento de deslumbre, ela fica paralisada ao avistar homens armados por toda a mansão. Seus olhos se arregalam e seu coração dispara de medo e apreensão. Ela sente um calafrio percorrer sua espinha enquanto observa as armas e a postura séria dos guardas. A sensação de insegurança toma conta dela, deixando-a assustada e incerta sobre o que está acontecendo.

— não se preocupa meu amor, eles estão aqui para nos proteger.

— nos proteger de quê?

— deixa te contar uma coisa, senta aqui. Eu te conheci lá em Angola, foi lá onde nasceste, quando eu te vi pela primeira vez eu soube que era contigo que passaria o resto da minha vida. Eu trabalhava para o seu pai... É... É que o seu pai era chefe de uma máfia muito poderosa de lá e isso colocava sempre sua família em risco... Meu Deus, não acredito que estamos falando disso novamente... Mas, um certo dia uns homens da máfia rival invadiram sua casa de noite e mataram toda sua família, sua mãe, seu pai e seus irmão, eu consegui te salvar sem que eles dessem por mim e te trouxe pra cá, para Colômbia, eu tenho muito medo que os mesmos homens que fizeram aquela crueldade com a sua família, queria voltar aqui para terminarem o serviço.

A Linda se levanta. Ela fica em estado de choque ao receber a notícia de que toda sua família foi morta. Seus olhos se enchem de lágrimas enquanto ela tenta processar a magnitude da tragédia. Ela se sente completamente perdida e desamparada, sem saber o que fazer ou para onde ir. A sensação de medo e desespero toma conta dela quando lhe é dito que ela precisa se esconder para sua própria segurança. Ela se agarra à esperança de um futuro melhor, mas também sente uma profunda tristeza pela perda de seus entes queridos.

O Hector envolve a Linda em um abraço. Seus olhos brilham com um misto de prazer e provocação. — eu sei que é muita informação para ser processada, mas estou aqui para cuidar de ti, eu nunca irei soltar sua mão meu amor, vamos que eu te levo lá dentro para descansar.

Ele a conduz até seu quarto, com um sorriso de satisfação no rosto pelas palavras que disse a ela. Sem se importar com o sofrimento que essa mentira pode causar no psicológico dela. Na verdade ele só se importa com ele e está feliz que as coisas estejam saindo melhor do que ele havia planejado.

Os homens do Hector observam atentamente seu chefe enquanto ele age de maneira peculiar, mas não conseguem perceber o verdadeiro significado por trás de suas ações. Eles estão alheios ao que está acontecendo, sem entender as motivações ocultas ou os sinais não verbais que ele está transmitindo.