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Raquel:

"Oi, meu nome é Raquel, e esta é a minha história. Não é como as outras, onde um cara rico e bonitão conhece uma garota e eles se apaixonam perdidamente, se casam e lutam contra todos que não os querem juntos. No final, o casal vive feliz para sempre. Isso não é lindo? Eu costumava sonhar com esse tipo de história também. Mas a minha história é mais como uma comédia dramática do que um romance assim.

Bem, no começo, seguiu o clichê. Eu, uma jovem de 21 anos, trabalhadora, com dois empregos para me sustentar, servindo em restaurantes e bares, sem família viva, pois cresci em um lar adotivo, conheci um CEO rico e bonito. Ele tinha uma fala cativante e era um verdadeiro cafajeste, daqueles que trocavam de mulher todos os dias. Ele me contou que era assim desde os 17 anos, mas, considerando o que eu vivi, provavelmente começou ainda mais cedo. No entanto, tudo mudou quando ele me conheceu. Segundo ele, aquele encontro mudou sua vida, assim como a minha vida virou de cabeça para baixo. Ele mudou seu comportamento com as mulheres e começou a amar alguém, ou seja, eu. Ele foi contra tudo o que acreditava, suas convicções e hábitos, e até ignorou as recomendações dos amigos. Alguns deles diziam que eu era uma alpinista social. Apesar de seus parentes não gostarem muito de mim por eu ser de origem humilde e não estar acostumada com a classe social dele, ele lutou pelo nosso amor e nos casamos.

Não disse que a história se iniciava como um clichê? Você já deve ter lido milhares de histórias desse tipo, com finais felizes após o casamento. Mas aqui está a reviravolta: esta não é a história de como conheci Roberto (sim, esse é o nome dele). Essa é a história de como ele me abandonou, me deixou sem nada e me humilhou.

Eu sei, eu sei! Você esperava que eu terminasse com ele no "felizes para sempre", não é? Mas nem sempre termina assim. Neste caso, começamos um pouco diferente. Comecei feliz, mas logo entrarei em um verdadeiro caos. Vamos voltar ao começo, ao dia em que descobri que ele estava me traindo. Sim, ele me traiu.

Após 16 anos juntos, com 37 anos, dois filhos, Ana de 15 anos e Alefi de 14, eu esperava que nosso amor estivesse consolidado. Mas não, não comigo. Essa não é uma história assim. Vivemos quase uma vida inteira sonhando em ter um amor, construir uma família e um lar, para acabar dessa forma.

Apesar disso, minha vida após o casamento se tornou muito confortável. Não deveria me orgulhar disso, mas acabei me tornando uma espécie de "dondoca". Saía para fazer compras, ia a exposições de música e arte, jantares de caridade, frequentava clubes e me encontrava com outras mulheres da sociedade, conhecidas como "esposas troféus". Sim, eu erauma delas e me comportava como tal.

Dói admitir isso, mas era a minha realidade. Embora conversasse com muitas dessas mulheres, a maioria sendo esposas dos amigos do meu marido, eu tinha apenas uma verdadeira amiga, Sabrina. O motivo, segundo as outras, era que eu era muito bondosa e não gostava de falar mal das pessoas pelas costas. Sabrina não ligava para isso, ela era franca e criticava as pessoas abertamente, e nós ríamos disso juntas.

Sabrina era esposa de Nicolas, um grande empresário do ramo de computadores. Nunca entendi exatamente o que ele fazia, mas ele era extremamente rico, e Sabrina também. Eles tinham uma filha chamada Alice, da mesma idade que Alefi, e ambos estudavam juntos.

Nos encontrávamos frequentemente no clube, já que meus filhos estudavam lá durante o dia. Íamos todos os dias ao clube para nos encontrarmos.

— Você viu? - Sabrina começou a me contar uma nova fofoca. Essa mulher se informava rapidamente.

— Vi o quê? - Eu sempre me perguntava se era uma boa ideia perguntar.

— Parece que temos uma nova rica por aqui, e soube que ela é bem novinha.

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