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Julgamento marcado, tudo certo, e eu só esperava que a testemunha que chamei não quisesse me matar, e quem seria ela, você deve estar imaginando. Meu filho Alef sempre foi muito próximo ao seu pai, e sei que ele viu todas essas mulheres saindo com ele, já que Alef estava trabalhando junto com seu pai. Se meu filho não mudou tanto, ele contará a verdade em julgamento.

Além disso, eu já tinha 6 mulheres que foram assistentes dele para testemunhar. E não se engane, se ganharmos esse caso, eu pessoalmente vou entrar com um processo para que elas recebam tudo o que lhes foi devido. Alguns funcionários também foram chamados, e a defesa também chamou suas testemunhas. A ideia era denunciar o abuso e fazê-lo pagar a indenização para Cintia, mas isso foi no início. A mídia no caso o tornou muito maior, transformando-o em um caso de impunidade para os mais ricos.

O caso demorou mais do que queria, e Cintia estava sofrendo com a falta de dinheiro. Acho que se Roberto oferecesse um acordo ali, ela poderia desistir e aceitar o dinheiro. Então, a ajudei nesse período. Um acordo agora não seria viável, e eu queria essa vitória.

Dias se arrastaram até o momento do julgamento. Eu fiz de tudo para me manter profissional, até que em um momento, Roberto me encurrala no corredor.

— Você está feliz com todo esse seu showzinho?

— Não tem show aqui, estou apenas fazendo meu trabalho.

— Você é uma vadia vingativa, isso sim.

Mas um policial que estava no corredor ouviu e não ficou nada feliz.

— Senhor, afaste-se dela.

— Você não vai se esconder pra sempre, isso tudo vai ter volta.

Ele se vira e volta para a sala do julgamento.

— A senhora está bem?

— Estou sim, ele vai ter o que merece.

— Se quiser prestar queixa, pode me chamar.

— Obrigada, pode deixar.

Mais um tempo se passou, e chegou o momento em que meu filho chegou para depor. Ele fez o juramento, e o advogado de defesa começou com os questionamentos. Quando ele terminou, chegou a nossa vez. Preferi não fazer essa parte, então deixei que Fábio conduzisse, e ele o fez. Fábio sabia o que queria que ele respondesse, e ele falou exatamente o que queríamos.

Chegando ao final, fiz meu discurso fechando o julgamento, e agora é só aguardar o júri e o juiz. O veredicto sairá apenas no dia seguinte.

Assim que tudo isso acabou, fui visitar Caio. Contei tudo para ele depois sentei e fiquei ali ao seu lado por um tempo.

Fui embora, e no dia seguinte recebi o veredito do juiz.

— Senhor Roberto Mariano, foi considerado culpado por abuso de poder e deverá pagar uma indenização de 5 milhões para a vítima.

Eu abracei Cintia e cumprimentei minha vitória. Já Roberto ficou descontrolado de raiva e veio pra cima de mim com tudo. Ele me empurrou, eu caí, e ele continuou vindo. Mas antes de ele me atingir, Alef o afastou de mim.

— Mãe, você está bem?

Eu acenei que sim e ouvi ao fundo o juiz dando ordem de prisão. Ele foi levado por dois policiais para uma cela, enquanto Alef me levantava.

— Você se machucou? Você está bem?

— Ele só me empurrou.

O juiz se aproximou.

— Vou deixá-lo dois dias preso, mas se você quiser prestar queixa, é só falar.

— Acho que ele já perdeu o suficiente hoje.

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