Capítulo 6

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— Olha este, o que acha?

— Ai... não sei...

— Vamos chamar um dos vendedores e pedir informações mais precisas.

— Melhor, mesmo!

E assim elas fizeram.

Eduarda, a madrinha de Letícia, chamou um dos vendedores e pediu que lhe indicasse um bom smartphone que não fosse muito caro.

O vendedor andou com elas pelo mostruário de aparelhos de diversas marcas e foi explicando sobre a funcionalidade de cada um deles. Os valores não passaram despercebidos pelas duas.

— Madrinha, como pode um aparelho custar tão caro assim?

— O Junior sonha com um desse — respondeu Eduarda.

— Ele sabe quanto custa?

— Acredito que sim.

Elas continuaram a exploração até que Letícia se identificou com um deles. O vendedor informou que seria uma ótima escolha e elas fecharam o negócio.

Na hora de pagar, Eduarda tentou persuadir à afilhada a aceitar como um presente, mas Letícia não permitiu.

— Não mesmo, madrinha. Eu faço questão de pagar pelo meu primeiro telefone. Vou aceitar apenas o empréstimo do seu cartão de crédito. — Ela abraçou a madrinha e se virou para a atendente de caixa. — Posso parcelar em quatro vezes? — questionou preocupada.

— Claro. Parcelamos em até dez vezes sem juros — respondeu a funcionária da loja.

— Não precisa, apenas em quatro parcelas já estará de bom tamanho.

Um dia agradável para elas duas. Após a compra do novo aparelho, elas se sentaram em uma pizzaria para um lanche agradável.

Em casa, Junior correu para ver qual o aparelho a irmã havia comprado. Ele é um adolescente de quinze anos muito inteligente para sua idade.

— Vou instalar alguns aplicativos úteis.

— Veja lá o que vai aprontar — disse Letícia, com os olhos focados no que o irmão caçula fazia.

— Agora que você se modernizou, precisa acompanhar, não pode ficar para trás.

— Não sei se consigo acompanhar essas coisas, acho que comecei muito tarde.

— Aqui... presta atenção.

E assim ele fez. Alguns aplicativos de interação social, bate-papo, de utilidades diárias e, o que ela mais achou interessante, o aplicativo do banco.

— Agora eu vou poder acompanhar todas as transações financeiras que eu fizer, não é isso?

— Isso aí. Você pega jeito.

— Já anotei seu número em um papel e deixei na geladeira, Lê — disse Eduarda, preocupada que alguém pudesse esquecer o número de sua afilhada.

Mais uma semana se passou e Augusto finalmente decidiu fazer aquela ligação. Contudo, tal iniciativa só foi possível depois que ele revelou toda a história para sua mãe, que o incentivou a ligar para a moça misteriosa, pois ele se negou a dar nomes.

O telefone residencial da família Souza tocou umas três vezes até ser atendido.

— Alô — disse a voz suave do outro lado da linha.

— Boa noite. Eu gostaria de falar com a Letícia.

— E quem gostaria...?

— Eu me chamo Augusto, sou um conhecido dela.

Duas Vidas. Um Destino. [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora