𝐁𝐑𝐎𝐊𝐄𝐍. bangchan

1O.

Demorou um pouco, mas meus olhos finalmente se forçaram a se abrir. O sol brilhou através da abertura nas cortinas fazendo meu corpo acordar. Chan tinha dormido na minha cama ontem à noite com seus braços em volta de mim e eu fiquei quente com seu toque enquanto ele inspirava e expirava, olhos fechados. O moletom que mencionei ontem à noite estava puxado sobre a parte superior de seu corpo, mas senti que ele não conseguia encontrar nenhuma calça para vestir quando suas pernas nuas tocaram as minhas. Depois de um tempo, eu o vi se movendo levemente e pude sentir que ele estava começando a acordar.

— Chris...? — Ele se moveu um pouco mais e eu suspirei, — Chan?

— Mmmm. Que horas são?

— Eu não sei, cedo? Talvez. Mas eu vou ter que ir comprar algumas roupas para você, você não pode andar pela minha casa seminuo todos os dias.

— Não podemos simplesmente ficar na cama um pouco antes de você ir embora. Sinto muita falta desse sentimento. Sinto falta dessa liberdade.

Abri meus olhos novamente e vi que ele estava olhando para mim, mas seus olhos desta vez eram macios e pareciam cansados.

— Eu vou ganhar um beijo matinal? — Ele perguntou.

— Não até eu comprar uma escova de dentes para você. — Eu rolei para fora da cama e o ouvi soltar um suspiro desapontado.

— Serei rápida, só estou indo para a loja principal.

Ele enrolou as cobertas ainda mais ao seu redor, ficando confortável novamente.

— Ok, obrigado.

— Chan, lembre-se, não saia de casa ou seja visto pela janela; certifique-se de que todas as persianas estejam sempre fechadas. Se você for pego, eu- eu não sei o que vou fazer.

Ele acenou com a cabeça enquanto eu caminhava até minhas cortinas, certificando-me de que as persianas atrás das cortinas estavam bem fechadas.

— Você pode sobreviver sem luz solar por alguns dias.

— Sim, senhora. — Revirei os olhos para ele.

— Isso é sério. Não é como se você pudesse tentar de novo se for pego, Chan, eles podem até te matar.

Ele rolou como se não quisesse mais falar comigo me fazendo suspirar alto.

— Bem, adeus então. — Fui até o meu guarda-roupa colocando algumas roupas casuais e saindo pela porta.

Quando cheguei à enorme loja, ela estava abrindo, então quase ninguém estava lá. Cheguei à seção masculina e comecei a pegar alguns moletons e alguns corredores cinza. De jeito nenhum eu compraria jeans quando não soubesse seu tamanho exato. Também encontrei algumas meias masculinas e alguns sapatos masculinos. É melhor ele encontrar uma maneira de me pagar por tudo isso.

Peguei uma escova de dentes e também alguns outros itens essenciais de que ele pode precisar, como um barbeador e chinelos. Eu ri. Apenas no caso de eu não querer ter que voltar. Quando cheguei ao caixa, a mulher me deu um pequeno sorriso.

— Fazer compras para o seu marido? — Ela riu um pouco.

Meus olhos se arregalaram e eu estava prestes a dizer não quando me contive.

— Sim, ele precisa de algumas coisas novas, mas estava muito cansado para sair de casa. — Se eu disser não, teria que pensar em alguma outra desculpa que seria muito difícil na hora.

— Ele deve gostar disso. Você é uma boa esposa. — Ela disse sorrindo para mim.

— Oh, bem, obrigada.

Paguei e peguei as sacolas onde ela colocou os itens e comecei a voltar para casa. Cheguei em casa e destranquei a porta. Chan estava acordado agora, andando de cueca boxer.

— Chan, coloque isso logo. — Joguei a bolsa para ele e seu rosto se iluminou.

— Uau, você me deu um guard-roupa inteiro. Muito obrigado.

Ele não precisava do moletom sobressalente hoje, mas pegou a calça esportiva cinza, puxando-a sobre as pernas nuas. Eles não eram nenhuma peça de moda incrível, mas pelo menos o manteriam aquecido.

— Estou feliz que acabou.

Ele caminhou até mim e passou os braços em volta do meu pequeno corpo.

— Para que serve isso?

— Obrigado, obrigado por me aturar e me comprar todas essas coisas. Eu vou pagar de volta, eu prometo. — Eu sorri e o abracei de volta sentindo seu cheiro.

— Você quer tomar café da manhã? — Ele perguntou-me.

Eu balancei a cabeça e ele então me soltou caminhando até a geladeira.

— Você costumava cozinhar o tempo todo para mim, então vou fazer uma refeição para você. — Eu sorri.

— Uau, obrigada. — Eu disse sarcasticamente enquanto ria. Eu já sabia daquilo e isso não seria uma obra-prima.

Fui para o meu quarto fazer a cama, mas ele já tinha feito isso. Ele foi mais prestativo do que nunca antes. Mas eu nunca tinha morado com ele antes, apenas algumas estadias. Mais tarde quando entrei na cozinha ele tinha feito umas torradas com manteiga e geléia e eu apenas suspirei quase querendo rir.

— Você realmente não sabe como me ganhar, não é? — Ele deu de ombros e sorriu para mim.

— É pegar ou largar.

Eu estava com fome, então comi e o observei quando ele veio se juntar a mim no sofá, aconchegando-se em mim.

— Estou com medo deles te pegarem. — Eu declarei.

— Eles não vão. — Ele disse sem rodeios enquanto me olhava profundamente nos olhos e então me beijou na testa. — Eu não me importo com o que as outras personalidades dizem, eu te amo mais do que todas elas. — Ele sussurrou e eu suspirei sem saber o que pensar.

Ambos estavam me dizendo que me amavam, mas como eu deveria decidir qual personalidade eu amava?