𝐁𝐑𝐎𝐊𝐄𝐍. bangchan

15.

Minhas pernas empurraram-se para cima e cheguei à minha porta apertando a maçaneta com força. Quando olhei para o jardim da frente, não havia sinal dele e não sabia como me sentir. Como ele pôde simplesmente desaparecer assim? Como se ele nunca tivesse estado aqui em primeiro lugar?

Meu corpo estava em choque, o cara com quem eu namorava era um assassino...? Ele estava se escondendo atrás de Chan e Chris o tempo todo. Com um impulso, virei o rosto pro lado... mas era tarde demais que ele se foi.

Eu precisava ligar para alguém. Lembrei-me da mensagem de Han do outro dia. Eu precisava confiar nele novamente. Eu sentia falta dele por perto e acho que se eu me abrisse sobre tudo o que aconteceu, isso poderia nos aproximar novamente e ele poderia fazer alguma coisa, eu estava tão preocupada com Chan ou Chris... ou mesmo Caleb. Pode até me ajudar a recuperar algumas das minhas memórias sem ter que contar a ninguém que perdi algumas.

Eu estava tão confusa sobre a coisa toda com Chan. Eu ainda me perguntava como eles eram três pessoas separadas, mas estavam em um corpo. Como eles foram criados, esse distúrbio realmente era algo incrível, mas de partir o coração. Eu tinha tanto que queria descobrir. Eu coloquei minha cabeça em minhas mãos e senti-me começar a desmoronar. Eu não conseguia nem resolver essas coisas agora que ele se foi. Depois de um tempo, lentamente levantei minha cabeça e peguei meu telefone. Liguei para Jisung e ele atendeu.

— Won, você está bem? Percebi que você seguiu meu conselho e não foi trabalhar. — Isso me fez sentir relaxado ouvindo a voz do meu irmão novamente. É assim que costumávamos ser antes do acidente. Eu me lembrei disso.

— Jisung, preciso falar com você agora, preciso de ajuda, podemos nos encontrar em algum lugar? — Eu perguntei a ele pacientemente esperando que ele concordasse.

— Ok, claro, 12h, encontre-me em nosso antigo café favorito onde costumávamos fazer nosso dever de casa.

Eu sorri. Minha memória disso ainda estava lá. Eu queria tanto abraçá-lo. Embora eu não pudesse me lembrar de meus pais, eu sabia que os amava. Eu só precisava ver uma foto deles, talvez para me fazer lembrar.

— Muito obrigada, Ji. Lembre-se que eu te amo muito.

— Hae, eu também te amo, ainda não consigo acreditar que você está viva, para ser honesto. — Ele parecia que estava chorando um pouco e eu sorri.

— Temos tempo para chorar mais tarde. — Eu ri. — Não faça bagunça no trabalho.

— Okaaay. — Sua voz fofa respondeu.

Encerrei a ligação e corri para dentro. Mesmo que eu ainda estivesse preocupada com toda a situação do Chan, decidi tentar e não deixar isso me afetar por enquanto. Eu não queria ser um desastre emocional.

Minha roupa era uma calça jeans simples e um suéter quente. Quando eu estava lá fora mais cedo, a brisa estava bem fria, então coloquei meu casaco e tranquei a porta atrás de mim.

Eram 11h37 agora e, embora a cafeteria estivesse a apenas cinco minutos a pé da minha casa, eu queria chegar cedo para sentir o cheiro da cafeteria familiar que perdi. Agora que me lembrei dele e estava falando com ele, pude reviver as lembranças felizes novamente.

Entrei na loja e vi vários funcionários atrás do balcão.

Quando cheguei ao balcão, sorri para o homem atrás e coloquei minha bolsa no balcão.

— Com licença, vou querer um espresso e um mochaccino. — Eu perguntei agora pegando de volta minha bolsa e tentando tirar a quantia correta de dinheiro.

— Claro, ambos médios?

— Sim, por favor.

— Ok, serão 20.000 won, por favor.

Entreguei o dinheiro e esperei pelas bebidas. Comprei os mesmos que costumávamos comprar quando éramos mais jovens. Ele ainda adorava um mochaccino e eu adorava um espresso. Eu ri. Espero que suas papilas gustativas não tenham mudado muito.

Era estranho como minhas memórias funcionavam, é como se eu pudesse me lembrar de quase tudo sobre meu irmão, mas toda vez que tentava pensar em meus pais ou em qualquer outra parte da minha vida, doía minha cabeça. Era como antes de eu ver Jisung novamente, tentando pensar no que aconteceu comigo, mas agora estava muito mais claro.

Terminadas as bebidas, o homem as passou para mim e eu as carreguei com cuidado, sentando-me à mesa com o sofá que tanto amávamos.

Exatamente às 12h, vi seu cabelo fofo e sua figura familiar entrar na loja. Ele olhou diretamente na minha direção e me deu um sorriso fofo mostrando suas bochechas. Ele olhou para a bebida que eu coloquei na minha frente e ele sorriu novamente.

— Você ainda se lembra.

Retribuí o sorriso e empurrei a bebida para mais perto dele.

— Claro que sim, sempre foi sua bebida favorita.

— Então... o que você precisa me dizer? — Ele perguntou enquanto se sentava em seu assento. Pensei brevemente nos últimos dois anos. Talvez eu devesse começar contando a ele que namorei o paciente que escapou por três anos...