CAPÍTULO 3

495 15 12
                                    

Melissa Santos

- Ganguezinha de merda? - Gabriel se afastou de mim e o vi ficar irritado. Você está ciente do que você está dizendo? Ou melhor, você está ciente de quem nós somos? Do que nós somos capazes? Garota, eu criei tudo isso, e uma coisa que me deixa puto é alguém cagar numa criação minha, The Canadians passou a ser uma das gangues mais temidas e olha que muitos nem sabem quem realmente são os membros. Você está nos subestimando e isso é algo muito arriscado para sua vida, tem noção disso?

Um silêncio se criou, eu apenas o olhava.

- HEIN PORRA, TEM NOÇÃO DISSO? SE EU TE PERGUNTAR ALGO, VADIAZINHA DE CAMELÔ, TU ME RESPONDE. -Gabriel se alterou. Depois a gente mata, e ainda é considerado crime, eu não entendo isso. - Ele disse, totalmente "emputecido".

- SUA VADIA DE CAMELÔ.- Ele gritou com uma das mãos no lado do rosto atingido. -Você está mesmo brincando com sua vida, né? Mas aproveite, porque hoje você teve sorte, não estou a fim de te matar e depois ainda ter que esconder seu corpo. Eu vou dormir, e quando eu acordar não quero mais nenhum rastro seu aqui. - Ele disse se controlando.

- Você não sabe o quanto eu estou feliz  em ouvir isso.- Falei indo para o  famoso sofá, assim que o sol raiasse, o que não faltava muito, eu me mandaria dali.

[Três dias depois]

Três dias se passaram e tudo o que havia acontecido não saía da minha cabeça, pensei até em denunciar aquela ganguezinha para a polícia, mas eles são espertos demais, eu estaria apenas moldando minha morte.

Fui obrigada a pisar no meu orgulho e voltar para a casa, fiquei de castigo claro, meu pai me deu um discurso dizendo que o fato de eu ter saído de casa havia sido um exagero e blá blá blá...

Estava em minha cama, lendo algo desinteressante que havia naquelas revistas sem graças que eu adorava comprar, vai entender, a tristeza batia quando eu me lembrava que só havia mais duas semanas deférias.

O telefone tocou.

-E ai putinha de GTA, já está na esquina? — Era Marília, minha melhor amiga.

- Claro, até porque minha esquina é de outro nível, tem até telefone residencial...

- Vai te foder, Melissa. Você não atendia a droga do seu celular, então liguei para o telefone residencial, ué.

- Ok, fala...

- Vem aqui, preciso de companhia, estou me sentindo tão sozinha. - Marília fez drama.

- Garanto que você não quer uma puta na sua casa. Falei, e Marília riu.

- Puta, quem é puta?! Eu falei algo? Devo ter confundido a palavra, você é uma princesa... A fiona, claro. - Ela me amava.

- Você tem sorte que eu gosto da Fiona, se não você estava ralada, nery.

Ela odiava quando eu a chamava pelo o seu segundo nome - Vou tomar um banho e daqui a pouco colo aí.

A casa da Marília ficava a algumas quadras depois da minha, ainda não havia falado a ela o acontecido de três dias atrás. E nem sabia se iria falar, talvez fosse melhor eu guardar um pouco mais para mim.

[...]

Finalmente saí de casa.

Enquanto caminhava tranquilamente, sem pressa alguma com os meus fones no ouvido e praticamente em outro mundo, pude observar assim que dobrei a rua a mesma rua onde eu havia encontrado aqueles podres - uma agitação onde havia mais ou menos uns 20 garotos que formavam um círculo e no meio desse círculo humano havia algo que eu não conseguia ver direito, os garotos gritavam feito loucos, algo do tipo: "Isso, bate nele." ou "Cara, você tem que reagir."

POSSESSIVE / Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora