CAPÍTULO 64

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Melissa Santos

Já haviam se passado um mês, eu não tinha nenhum notícia de Gabriel, a não ser as poucas coisas que Marília me contava, minha vida só piorava e meu pai ficava mais rígido.

-Lindalva. - Chamei seu nome ao avistá-la, ela veio até o portão de minha casa, pois eu não podia sair.

-Minha querida, como você está? Seu pai está em casa?

-Estou bem. — Menti. — Não, ele não está. Como está Angel? — Eu sentia falta da minha pequena. - E os garotos não vieram mais aqui?

-Angel está linda, como sempre. Vi ela ontem, Erick disse que ela sente sua falta, ela começa à chorar e diz "mamã". - Comecei à chorar. — E eu mal consigo falar com o meu filho, os garotos disseram que ele anda resolvendo umas coisas e não para em casa.

-Ele desistiu de mim.

-Não fala assim, querida.

– É a verdade.

-Gabriel te ama, eu sei que ele ainda vai lutar para tê-la.

— Preciso ver Angel, tem como você trazer ela aqui? Meu pai vai voltar tarde.

-Sim, eu vou lá buscar ela e trago ela aqui sim. – Lindalva sorriu. — Ela vai ficar muito feliz.

-E você está bem?

-Sim, estou ótima. Aliás, estou voltando para o Canadá amanhã à tarde.

-O que?

- Sim, querida. Não quero ficar morando na frente da casa de um monstro.

-Te entendo. — Minha voz saiu fraca. -Pelo menos você mora na frente, eu moro na mesma casa.

-Você ainda vai ser muito feliz, pode apostar. É hoje sua formatura, não?

-Sim. - Falei sem ânimo. — Você vai?

-Vou tentar.

-Por favor, vá. — Implorei.

-Veremos. Agora vou lá buscar Angel para você, daqui à pouco eu estarei aqui. - Ela disse e entrou em seu carro.

Sentei-me em um banco que havia ali e fiquei esperando cerca de trinta minutos, logo avistei o carro de  Lindalva novamente, ela saiu do carro e abriu a porta traseira, tirou Angel da cadeirinha e quando eu a vi, abri um sorriso largo e verdadeiro, alias, fazia tempo que eu não sorria desse jeito.

-Meu amor.- Chamei sua atenção e Angel me olhou, em seguida ela abriu um sorriso de felicidade e começou á querer vir no meu colo, mas eu estava trancada, não podia pega-la. – Você está linda e parece ter crescido um pouco.
Tentei beijá-la entre as grades e obtive sucesso.

-Mamã... — Ela começou a chorar porque não podia ir no meu colo.

-Não chora, minha linda. Não chora. -Botei meus braços entre as grades e comecei a acariciar seus cabelos. -Você vai ver, logo a mamãe vai te pegar e te abraçar forte. — Foi estranho me ouvir dizendo aquilo, Angel não havia saído de mim, mas mesmo assim, eu era sua mãe, ela me adotou como mãe. — Te amo, pequena.

-Ela realmente gosta de você. - Lindalva disse. — Mas enfim... Esses dias eu estava olhando, você não acha o nariz de Angel igual ao meu?- Lindalva perguntou e eu ri.

-Sim, claro. - Falei. — Linda igual a vó. - Elogiei.

-O que está acontecendo aqui?- Um carro estacionou atrás do carro de Lindalva e vi meu pai.revirei os olhos.

- Deixa comigo, querida. — Lindalva disse.

— Lindalva... — Tentei pará-la.

-Você não tem vergonha, William? Olha o que você está fazendo com sua filha, está a deixando em uma prisão e a privando de aproveitar sua juventude, você não é um pai, é um monstro.

POSSESSIVE / Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora