[III] Tsuru.

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Minako

Eu e a Cho chegamos na escola um pouco cedo, mas quase nos atrasamos. Acontece que, Kim Sunoo, aluno do segundo ano que veio nos ajudar, acabou confundindo nossas salas, porque, segundo suas contas, estaríamos no oitavo ano.

No caminho, descobri que Kim era um dos colegas de meu irmão, e fiquei feliz em saber. Meu irmão nunca havia me apresentado para muitos conhecidos dele, acredito que por causa de ciúmes. Sunoo parecia ser incrível, e eu adoraria me tornar amiga dele.

Assim que chegamos em nossa verdadeira sala, fomos até duas carteiras na fileira da janela, a qual tinha a melhor vista, para nos sentarmos, quando eu vi ele.

Eu vi ele. Um menino. Não apenas um menino, mas o mais lindo que eu já vi em toda minha vida. Seu rosto era perfeito, tão perfeito que eu tinha vontade de desenhá-lo. Ao mesmo tempo, me parecia muito familiar. Familiar até demais, no ponto qual eu tenho a sensação agoniante de não lembrar da onde eu o conheço. Ele me olhou de volta, eu desviei, mas Bomi certamente percebera que eu havia corado.

O sinal já havia batido; uma professora já havia entrado; já tinha feito perguntas, e, mesmo assim, ele não saia de meus pensamentos.

Os novos alunos teriam que se apresentar; nesse caso, apenas eu, Cho, “o gatinho” e seu amigo.

Me apresentei primeiro, confesso que não prestei atenção na vez de Bomi nem de Takayama, que seria então o amigo de “gatinho”, mas assim que ele começou a falar, senti como se estivesse derretendo por dentro. Sua voz era muito bonita.

Seu nome é Nishimura Riki. Ele é trainee da BE:LIFT, empresa subsidiária da BigHit, assim como a minha, e a mesma de meu irmão. Existia a possibilidade de eu ter encontrado com ele lá, mas acreditar nessa hipótese simplesmente não parecia certo. A conexão que eu sentia era muito mais forte que isso.

Na última aula, antes do almoço, a professora Shin retornou e propôs uma atividade em duplas. Como sempre, eu a faria com Bomi, mas Takayama Riki foi mais rápido e a convidou primeiro. Nishimura e eu ficamos sem dupla, então nos juntaram.

De qualquer forma, ele não sabia, já que estava dormindo.

[…]

O sinal bateu, e era hora do intervalo. Peguei a mão de Bomi bruscamente e saímos correndo. Sunoo havia nos dito que o espaço se enchia muito rapidamente, e que não deveríamos enrolar se quiséssemos comer.

Pegamos nossa comida e fomos correndo até uma mesa. A mesa tinha quatro lugares, que logo seriam preenchidos por nós duas e os Riki.

Riki A e Riki B — era como os chamavam na empresa, e eu sabia disso, mesmo antes de conhecê-los.

Minha melhor amiga apenas conversava com Takayama, então decidi puxar assunto com Nishimura.

Descobri que vivemos na mesma cidade no Japão, o que adicionava a minha teoria de que nós dois já nos conhecíamos. Riki, além de bonito, parecia ser um menino carinhoso e gentil.

Expliquei sobre o trabalho para ele, que tinha dormido nas últimas aulas, e então combinamos de fazê-lo hoje, logo após o almoço.

Teríamos ainda três aulas, duas de Coreano e uma de Matemática, mas eu estava exausta. Havia chegado muito tarde ontem, e o treino foi muito pesado, tanto que acabei dormindo durante a primeira aula de Coreano. Provavelmente, eu não teria acordado se não fosse por um pedaço de papel, que fora jogado em cima de mim. De primeira, acreditei que fosse uma brincadeira de mal gosto, mas, na verdade, era um tsuru.

De quem seria, e por quê? Além disso, ninguém estava perto o suficiente para ter jogado alguma coisa em mim. Será que a Cho viu alguma coisa?

Não, ela está dormindo.

O tsuru era bem feito, bastante delicado, com o papel rosa claro, com uma estampa de flor de cerejeira, combinando com a primavera.

Demorei para perceber que o mesmo carregava consigo um bilhete, então o abri.

“Gatinha, pode me chamar de fritura, pq eu só tenho óleos pra vc <3 de: admirador secreto para: gatinha da entrada”

Eu ri, mas minha expressão mudou completamente quando percebi que tal bilhete estava escrito em português. Ninguém sabia de minha origem, além de Bomi. Provavelmente apenas mais uma pegadinha de Cho Bomi.

[…]

Bomi jurava que não havia sido ela, fato que confirmei ao ver que as letras não eram nem um pouco parecidas. Talvez eu possa descobrir pela letra.

Desconfiei de Riki. Se era tão familiar assim, existe a possibilidade de eu o conhecer de algum lugar inesperado. Como vou fazer um trabalho com ele hoje, talvez possa descobrir.

A última aula do dia foi de Matemática, a qual fui dispensada mais cedo por precisar resolver algumas coisas na secretaria, então eu não me atrasaria.

Antes de andar até o jardim, que era um pouco longe, decidi passar no banheiro, para conseguir arrumar um pouco meu cabelo e retocar minha maquiagem.

[…]

Olho para o relógio de meu celular, e me desespero. São 13:42. Já estava doze minutos atrasada. Odeio me atrasar… O que será que Riki pensaria de mim? Será que ele está bravo? Corri o mais rápido que pude.

Assim que cheguei no jardim, não vi ninguém. Riki teria ido embora por causa de meu atraso? Eu havia deixado uma péssima primeira impressão.

Decido seguir em frente e apenas começar o trabalho, então sentei em um banco de madeira e abro meu caderno de desenho.

— Minako? — ouvi uma voz me chamar, ofegante.

Olho para trás e me deparo com Riki.

— Riki?

— Ei, foi mal aí pelo atraso. — o mais alto se sentou ao meu lado.

— Não tem problema, acabei de chegar também. — respondi, sorrindo levemente.

— Caramba, você desenha bem.

— Obrigada. — fico corada, e é notório.

— Me empresta um lápis, por favor? — entreguei o lápis em sua mão.

Reparei em suas mãos, que também eram muito bonitas. Eram delicadas, porém fortes ao mesmo tempo. Cheias de meus pontos fracos, veias e pintinhas. Adoro pintinhas, e Nishimura tem um monte delas.

( ・_・)♡

Capítulo de hoje! Espero que estejam gostando da fic!

Yours truly,
Isa

✦𝑇𝑆𝑈𝑅𝑈: 𝖭𝗂𝗌𝗁𝗂𝗆𝗎𝗋𝖺, 𝖱𝗂𝗄𝗂 [니키]Onde histórias criam vida. Descubra agora