[IV] Memórias embaçadas

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Riki

Assim que voltamos do intervalo, Minako e Bomi dormiram profundamente, então, com certeza, seria o melhor momento para realizar meu plano. Eu jogaria um bilhete nela com uma cantada escrita em português e veria sua reação.

Tinha grande chance de dar certo, já que, teria alguma reação, que muito provavelmente poderia me levar até uma conclusão. Caso ela não entendesse, não causaria muitos problemas, já que o bilhete estava em outra língua.

Logo cheguei a conclusão de que, se mandasse apenas um bilhete, ela poderia não ver ele, então decidi que faria um tsuru.

Sendo honesto, nunca fui bom em fazer origamis, mas é o que dizem, não? “O que vale é a intenção.”

Perguntei rapidamente a Taki se o mesmo tinha papel para origamis, o que o mesmo, surpreendente assentiu. Estava receoso de que uma das duas acordasse logo.

Meu melhor amigo apenas, me olhava, questionando o que diabos eu estava fazendo, não consegui explicar, mas o mesmo afirmou que manteria segredo sobre tudo isso.

O papel era em um tom de rosa claro, com a estampa de flores de cerejeira, bastante detalhado, o que remetia a estação atual. Espero que Minako também goste da primavera, já que é minha parte favorita do ano.

Terminei o tsuru, então rasguei um pedaço de papel de meu caderno para escrever. Não conseguia pensar em uma cantada boa, consequentemente, coloquei a mais tosca que pensei. Talvez eu a faria rir, não?

Eu espero.

Agora que a professora tinha finalmente saído por um instante, me levantei e joguei o tsuru nela. Além disso, Cho Bomi não perceberia, já que também estava dormindo.

Depois disso, saí correndo e voltei até minha mesa, fingindo naturalidade enquanto conversava com Takayama. Acredito que ninguém tenha reparado, porque a sala estava uma bagunça.

Minako acordou, pouco depois de eu ter jogado o origami nela. Sua reação foi engraçada. De primeira, apenas admirou o tsuru e ficou olhando para os lados, com o objetivo de saber quem foi. Demorou até perceber que tinha um bilhete junto, e assim que o leu, riu, mas logo sua expressão mudou. Ela parecia mais confusa.

Em seguida, virou-se para Bomi, e quando viu que a mesma estava dormindo, deu um tapa em seu braço, o que acordou a Cho. A cena inteira foi muito engraçada.

[…]

Nossas aulas já haviam acabado, e já era hora do almoço. Estava tentando ter contato com Taki, mas o mesmo não parava de falar com sua nova amiga. Minako já havia saído para resolver algumas coisas, então resolvi esperar por meu amigo e levar as atividades de matemática para o professor na sala dos professores.

Esperei por mais de dez minutos, então desisti e fui direto entregar todas as atividades da sala.

Demorei um pouco para entregar as atividades, porque me perdi no caminho e tive que procurar Jungwon.

Entreguei tudo ao professor, me perdoei pela demora e me despedi de Yang.

Quando vi, já estava atrasado. O que Minako pensaria de mim agora?

[…]

Corri muito, mas o jardim era muito longe e muito grande, quase atropelei duas meninas no caminho, além de tropeçar na escada e por pouco não cair de cara no chão.

Minako estava sentada em um banco, e já tinha começado o trabalho. Observando, ela desenhava muito bem.

Me desculpei pelo meu atraso, mas ela disse que também havia acabado de chegar. Escolhemos um lugar com uma boa vista, com uma fonte no meio, que estava cheia de flores perto.

Ela me deu um lápis e então nós dois começamos, juntos. A posição bastante desconfortável em que estávamos sentados no banco nos aproximava, e eu podia sentir sua respiração, o que me deixou nervoso.

Terminamos o trabalho rápido, e além de ter ficado muito bonito, ainda tínhamos bastante tempo de sobra, então resolvemos esperar nossos amigos, que, por sinal, demoraram uma hora e meia porque tinham decidido que também fariam o trabalho de Artes hoje, para ficarem livres.

Durante esse tempo, Nako — como a mesma sugeriu que eu a chamasse — conversou muito comigo. Conversamos sobre jogos, música, desenho, e sobre como chegamos na Coréia.

Ela veio morar com seu irmão, que era trainee da BigHit, que descobri ser Sunghoon, um dos meninos da minha empresa.

Nós dois tínhamos interesses muito parecidos, e nos dávamos muito bem em geral. Além de tudo, ainda era muito engraçada, atenciosa, tinha bastante empatia com outros e um pouco estressada.

Também me contou sobre sua vida na Austrália, último país que morou, por um ano, e de sua gatinha, Dori, e como sentia falta dela. Contei a ela sobre minhas irmãs, meus pais e sobre meu cachorrinho, Bisco.

Percebi que tinha sorte de estar ao seu lado, então deveria preservar essa relação, mesmo que de amizade.

O sentimento de familiaridade parecia cada vez mais forte, mas não conseguia chegar em nenhuma conclusão. O que me restava eram apenas memórias embaçadas.

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yours truly,
isa

✦𝑇𝑆𝑈𝑅𝑈: 𝖭𝗂𝗌𝗁𝗂𝗆𝗎𝗋𝖺, 𝖱𝗂𝗄𝗂 [니키]Onde histórias criam vida. Descubra agora